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Depois de atingir sua máxima histórica de mais de US$ 126 mil (R$ 698 mil atualmente) no último dia 06 de outubro, o preço do bitcoin (BTC) despencou – e levou consigo outras das principais criptomoedas do mercado.
A forte correção pode até assustar quem a vê “de fora”. Mas será que esta não pode ser uma oportunidade de compra para quem ainda não entrou no mercado cripto?
Este foi um dos temas discutidos na última edição do Empiricus PodCa$t, que foi ao ar no último sábado (20). Confira na íntegra:
Os motivos que explicam a forte correção do bitcoin (BTC), segundo especialista
Valter Rebelo, head de ativos digitais da Empiricus Research, deu sua opinião sobre o tópico no programa.
Para ele, o momento é “idiossincrático”, com a forte força de vendas por parte de baleias (investidores grandes do mercado) sendo um dos fatores mais surpreendentes.
“O que me impressionou muito nesses últimos meses foi a quantidade de endereços que estavam segurando bitcoin há muito tempo […] e começaram a desovar no mercado. […] Essa atividade de ‘baleias’ antigas em uma densidade que a gente não via há muito tempo.”
E por que estão vendendo tanto? Segundo ele, o fator dos “choques macroeconômicos”, como as tarifas de Donald Trump, explica mais a correção que ocorreu no primeiro semestre. Para agora, uma hipótese pode ser um medo do famoso “ciclo de quatro anos” do bitcoin.
O “ciclo de quatro anos” é uma narrativa que defende que, a cada halving do bitcoin (que ocorre a cada quatro anos, reduzindo pela metade o retorno da mineração), os preços passam por um ciclo de alta.
De fato, uma alta do BTC foi vista após os últimos halvings. Porém, não é consenso de mercado que este evento vá se repetir neste ciclo. Para Rebelo, a ideia “fazia sentido no começo do bitcoin”, mas hoje não se sustenta.
O último halving do BTC foi em 20 de abril de 2024. Considerando que a moeda chegou a bater US$ 126 mil em 2025, é possível que muitos investidores (incluindo “baleias”) tenham entendido que esse foi o topo máximo pós-halving, levando-os a realizar lucros:
“O efeito da redução da oferta do bitcoin é muito diminuto. Só que dentro de cripto você tem gente que acredita que, se o halving aconteceu, vamos ter uma grande performance de preço. Não deveria ser [assim]. Mas se você tem um mercado que acredita numa narrativa e executa essa narrativa, você vai sentir isso no preço. É algo que eu estou percebendo agora, nesses últimos meses.”
Bitcoin (BTC) e demais criptomoedas devem voltar a subir? Especialista dá motivos para otimismo em 2026
“A gente já está chegando na exaustão desse movimento [de correção], com o preço [do BTC] chegando a 84 [mil dólares]. […] É um bom suporte de preço, e o bitcoin está se comportando em um regime de reversão à média”, afirma Rebelo.
Segundo ele, a perspectiva é positiva para o mercado cripto em geral no ano que se inicia, especialmente na esteira institucional, como já vimos ao longo de 2025. “Muita inovação financeira está chegando perto do institucional”, afirma.
Nesta linha, o especialista cita alguns gatilhos que devem trazer esse otimismo:
- ‘Clarity act‘: o projeto deve definir algumas leis de custódia de criptomoedas para bancos nos Estados Unidos, como parte do pacote regulatório que está em andamento. Segundo ele, é um fator ainda não muito precificado;
- O mercado de stablecoins deve dobrar de tamanho em 2026;
- O ciclo de quatro anos não faz mais tanto sentido;
- RWAs (real world assets, como tokenização de ativos) também devem crescer em tamanho de mercado.
Todos esses gatilhos estão “na mira” de grandes players, previstos em mais de 20 relatórios de mercado publicados recentemente.
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Dito isso, em quais criptomoedas específicas investir em 2026?
Rebelo reforça que a seleção de criptomoedas vai a critério dos objetivos de cada investidor.
Para o longo prazo, um buy and hold de bitcoin e ethereum (ETH) é uma fórmula “que já deu certo e vai continuar dando certo”. Já as altcoins exigem uma maior leitura do cenário macroeconômico, e daquilo que o mercado tem precificado no menor prazo.
Porém, uma dica definitiva é dada para o próximo ano:
“Sendo mais simples, 2026 é um ano para você estar comprado em bitcoin, ethereum e eu diria que solana [SOL], ‘no matter what’ [não importa o que aconteça]. Porque são ‘coisas que estão óbvias’, que ainda estão descontadas, estão em um bom preço.”
Para o ethereum, inclusive, que hoje opera na faixa dos US$ 2,9 mil, o especialista cita que há projeções institucionais apontando para um preço na casa dos US$ 6 mil ou 8 mil. Ou, até mesmo, US$ 10 mil para os mais otimistas.
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