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Investimentos são capazes de transformar as vidas das mulheres ao oferecerem liberdade financeira e emocional, ressaltam analista da Empiricus e diretora do BTG Pactual

O que impede as mulheres de investirem mais na Bolsa e no Tesouro? Em live no Instagram, Larissa Quaresma, analista da Empiricus, e Gabi Vicentini, associate director no BTG Pactual, falaram sobre liberdade financeira, mercado de trabalho e opções de investimentos

Por Maria Eduarda Nogueira

17 de junho de 2021, 14:27

As mulheres representam 32% dos investidores no Tesouro Direto e 27% na B3, apesar de serem 51% da população brasileira, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Ao mesmo tempo, estudos da Universidade de Berkeley apontam que as carteiras de investimentos das mulheres costumam render mais que a dos homens. 

Então, se as mulheres têm performances melhores nos investimentos, por que ainda não têm presença massiva na Bolsa e no Tesouro?

Esta é a pergunta que Larissa Quaresma, analista da Empiricus, e Gabriela Vicentini, associate director B2B no BTG Pactual, respondem na live “Mulheres Investidoras” feita na quarta-feira, 16/06. As  investidoras e profissionais do mercado financeiro também falam sobre trabalho nesta área. 

Finanças comportamentais e a diferença de homens e mulheres na hora de investir 

As finanças comportamentais analisam o impacto das emoções nas decisões do investidor, ou seja, o aspecto mais irracional. Durante a live, Larissa e Gabi comentam que os homens, em geral, têm duas características que os levam a perder mais dinheiro nos investimentos em relação às mulheres.

 A primeira é o excesso de confiança, que faz com que eles já se sintam “informados o suficiente” para realizar operações; e a segunda é a propensão a assumir riscos desnecessários. 

Em contrapartida, as mulheres levam mais tempo para tomar decisões, por ficarem pesquisando por mais tempo. E quando decidem, elas seguem firmes e não ficam fazendo mudanças na carteira porque têm pensamento mais de longo prazo

Embora não seja possível generalizar, estes são alguns dos comportamentos já comprovados em estudos, que podem ajudar a responder a pergunta inicial.

Mulheres investidoras: uma questão histórica e social 

Durante a live, Gabi (assim que ela gosta de ser chamada e é conhecida nas redes sociais)   também comentou sobre questões históricas, pois só muito recentemente as mulheres puderam “tomar as rédeas” da sua vida financeira. Foi só em 1962 que as mulheres casadas puderam começar a abrir contas em bancos e ter um estabelecimento comercial sem a autorização dos esposos.

“As mulheres não eram donas do próprio dinheiro, elas não podiam tomar decisões sozinhas”, explicou ela, na live “Mulheres investidoras”.

Apesar de avanços nos últimos anos, ainda hoje muitas mulheres acabam deixando para os seus parceiros as decisões financeiras, o que pode ser bem prejudicial no caso de uma separação, por exemplo. 

Na live, Larissa e Gabi comentam como os investimentos oferecem liberdade financeira e emocional, elevando a autoestima.

“A liberdade não significa que você nunca vai precisar de alguém, mas a liberdade financeira é você estar no controle da situação e do seu dinheiro e poder tomar decisões. Isso é muito importante”, ressaltou Gabi.

Atualmente, as estruturas familiares estão mudando, com cada vez mais mulheres sendo mães solteiras, seja por questões de vulnerabilidade ou por maior independência. Em 10 anos, o Brasil aumentou em 1 milhão o número de famílias chefiadas por mães solteiras. Essas mulheres precisam começar a pensar em investimentos a longo prazo para dar maior qualidade de vida para os filhos. 

Para assistir a live completa feita pela Larissa Quaresma e pela Gabriela Vicentini, é só clicar aqui.

Como as mulheres podem começar a investir?

Falando mais finanças  na prática, Gabi Vicentini ressaltou que sua preferência é aplicar seu dinheiro em fundos de investimento, pois possuem gestores especializados. 

A associate director B2B do BTG Pactual disse que aproximadamente 65% de suas aplicações são fundos e ETFs (fundos negociados em Bolsa que seguem índices; como o BOVA11 atrelado ao Ibovespa). Apenas 5% está em ações propriamente ditas, negociadas no home broker de forma independente. 

Os fundos são vantajosos, principalmente para quem não se sente confortável para escolher ativos por contra própria, operar o home broker ou que não pode ficar a todo momento de olho nas movimentações do mercado. 

Nos fundos de investimentos são os gestores que se responsabilizam pelas estratégias e a alocação dos ativos. Para saber mais, clique aqui

Para escolher um bom fundo, Gabi dá algumas dicas: é preciso analisar a equipe gestora e olhar os resultados que o fundo entregou em um horizonte de tempo considerável (não olhar apenas o rendimento do mês, mas os resultados ao longo de muitos anos). 

Ela ainda comenta que os fundos presentes na plataforma do BTG e da Vitreo são constituídos por ativos que costumam passar por uma boa seleção, o que os torna lugares confiáveis para investir. 

O que é preciso ter uma carreira de sucesso no mercado financeiro?

Conterrâneas de Minas Gerais, Larissa e Gabi são amigas desde a adolescência e ambas ingressaram no mercado financeiro bem jovens. Na live, elas comentam sobre alguns atributos essenciais para pessoas que querem entrar no ramo. 

“O mercado financeiro não permite pessoas acomodadas” , afirmou Gabi, do BTG Pactual. Em sua trajetória pessoal, ela ressalta a importância do networking e afirma que o conhecimento técnico não é tudo

Larissa reforça que as soft skills, habilidades sociocomportamentais de relacionamento com as pessoas, são essenciais para se tornar uma profissional mais completa. Além disso, as investidoras também citam algumas outras características importantes para quem quer trabalhar no mercado financeiro: humildade; flexibilidade; habilidade de trabalhar em equipe e atitude.

Assista a live “Mulheres investidoras” completa aqui. 

Produtora de conteúdo na Empiricus. Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou com assessoria de imprensa, turismo e mídias sociais.