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JURO11: vale a pena participar da 5ª emissão do fundo de debêntures incentivadas?

Fundo da Sparta promove oferta no valor total de R$ 500 milhões. Confira a análise sobre o JURO11 e a nova emissão

Por Lais Costa

24 out 2023, 15:15 - atualizado em 24 out 2023, 15:15

Imagem representando os Hedges Funds, com gráficos diversos. juro11

O fundo de debêntures incentivadas listado da Sparta, JURO11, lançado em dezembro de 2021, está promovendo a sua 5ª emissão no valor de R$ 500 milhões. Caso a oferta seja absorvida em sua totalidade, o fundo deve chegar a um patrimônio líquido de R$ 982 milhões.

O JURO11 é um fundo com características bastante diferentes dos seus pares. Por isso, antes de falarmos dos principais pontos da oferta, vamos relembrar brevemente alguns aspectos importantes e observar a performance do fundo até aqui.

O JURO11 é um fundo de debêntures incentivadas da Sparta, listado em bolsa, destinado a investidores em geral e com objetivo de retorno de 1,5% a 2,5% acima do IMAB5. O fundo cobra uma taxa de administração de 1% ao ano sobre o patrimônio líquido e não possui taxa de performance.

Veja os ativos do JURO11

Além disso, o JURO11 tem hoje 49 ativos de 38 emissores no portfólio. O carrego do fundo é de IPCA+ 7,6%, a duration de crédito de 5,6 anos e um rating médio AA+. Na tabela abaixo podemos ver todos os ativos na carteira de setembro deste ano.

Diferentemente de seus pares, além de uma gestão bastante ativa de compra e venda das debêntures do portfólio, o JURO11 pode ter 100% da sua carteira em CDI através de uma operação de swap. A medida troca a exposição do investidor ao índice de inflação (IPCA) para um portfólio pós-fixado.

Esse potencial de troca de indexador busca gerar retorno ao cotista e potencialmente reduzir a volatilidade em momentos, por exemplo, em que a variação do IPCA venha a ser negativa e haja uma força vendedora no mercado ocasionada pela expectativa de queda de rentabilidade do fundo.

Foi o que ocorreu no terceiro trimestre de 2022 quando a inflação foi negativa devido ao corte de impostos nos combustíveis. Nesse período, o rendimento mensal dos pares do JURO11 foi impactado negativamente pela queda do IPCA, enquanto o fundo da Sparta manteve as distribuições relativamente estáveis nessa época.

Por outro lado, o fundo condiciona o pagamento de rendimentos ao nível da cota patrimonial superior a R$100,00. Devido ao stress nos mercados ocasionados pela quebra de bancos americanos, em março deste ano, não houve pagamento de proventos aos cotistas.

Histórico de proventos

Abaixo é possível ver o histórico de distribuições e o rendimento (dividend yield) anualizado dos últimos 12 meses do fundo.

No gráfico a seguir, é notório que a gestão ativa (marcação crédito) contribuiu substancialmente para o retorno entregue ao cotista.

Vale a pena participar da oferta do JURO11?

Pois bem, agora vamos aos detalhes da oferta em campo do JURO11.

A atual oferta tem como objetivo adicionar um pipeline robusto de títulos com uma ótima relação de risco e retorno, além de aproveitar o bom momento de mercado para aumentar a liquidez do fundo. Na tabela a seguir, podemos ver o pipeline indicativo da oferta.

Fonte: Material publicitário da 5ª emissão

Segundo o gestor, a média de expectativa de retorno dos títulos entrantes é de IPCA+8% e um spread de 2,1% (considerando os preços de mercado da terceira semana de outubro).

Dado o perfil ativo do fundo, os títulos que entrarão na carteira são quase todos negociados no mercado secundário. Por isso, a expectativa do gestor é de que todo o dinheiro levantado na emissão seja alocado pouco tempo depois do fim da oferta, ainda no mês de dezembro.

A oferta também garante ao gestor a flexibilidade de alocar até um terço do fundo em debêntures não incentivadas durante os primeiros seis meses. Sendo assim, alguns dos papéis entrantes são títulos não-isentos que se apresentam como ótimos preços de compra.

Por fim, a gestora assumiu os custos de coordenação da oferta, por isso, o valor da emissão será de R$ 104,98, já considerando a taxa de distribuição. Levando em conta o preço da cota de mercado de R$ 105,90, recomendamos a entrada na emissão.

Como mostra o cronograma indicativo abaixo, o investidor terá até o dia 3 de novembro para exercer o seu direito de preferência.

Fonte: Material publicitário da 5ª emissão

Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.