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Lojas Quero-Quero (LJQQ3): Empresa de valor em plena expansão, custando menos do que vale

Em relatório da série Microcap Alert, os analistas Cristiane Fensterseifer e Reydson Matos, comentam sobre a oportunidade

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Data de publicação
12 de abril de 2022
Categoria
Investimentos

O contexto de baixa nas ações de varejo pode ser visto como uma janela de oportunidade de compras. Separando o joio do trigo, uma microcap chama a atenção: a varejista de materiais de construção Quero-Quero (LJQQ3), que segue a estratégia de crescer por meio da abertura de lojas em pequenas cidades no interior dos estados

A empresa foi um dos destaques do relatório da série Microcap Alert, produzido pelos analistas Cristiane Fensterseifer e Reydson Matos. “Acreditamos que a Quero-Quero pode percorrer nos próximos anos a mesma estratégia vitoriosa que já seguiram players como Lojas Renner, que se expandiu de poucas unidades no Rio Grande do Sul para ser a maior varejista de vestuário do Brasil, ou a  RaiaDrogasil”, afirma Cristiane, explicando que a empresa está posicionada e capitalizada para seguir trajetória semelhante em seu segmento.

Como é o plano de expansão da Quero-Quero?

A Quero-Quero iniciou suas operações no final da década de 60 na cidade de Santo Cristo, no interior do Rio Grande do Sul. Primeiramente, avançou em municípios pequenos do seu estado de origem e de outros da região Sul. Porém, recentemente, segue a estratégia de crescimento as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país

A empresa inaugurou suas primeiras unidades no interior de São Paulo e no Mato Grosso do Sul no último trimestre, evidenciando que a abertura de lojas segue a todo vapor. Nesse sentido, segundo Cristiane Fensterseifer, foi mapeado um potencial para triplicar o número de lojas da rede, podendo partir das atuais 377 para mais de 900 unidades.

No longo prazo, é possível que a varejista tenha unidades em todos os estados do Brasil, pois as cidades do interior se comportam de maneira parecida em relação ao segmento. Contudo, hoje, a Quero-Quero já é a maior rede de seu ramo no Brasil em número de lojas.

Considerando essa expansão, um número que pode ser avaliado é o SSS: Same Store Sales, ou vendas das mesmas lojas. Na Quero-Quero, este índice é bastante elevado historicamente, e tende a se manter assim, na visão da analista. “Como consequência da abertura de lojas e do ganho de market share esperado, bem como do crescimento de vendas nas mesmas lojas, devido à elevada base de unidades recém abertas em maturação, estimamos crescimento de receitas nos próximos anos para a companhia”, afirma Cristiane.

Investindo nas cidades pequenas

Conforme Cristiane, a Quero-Quero explora novos mercados de forma diferenciada. “Das grandes empresas de material de construção presentes no Brasil atualmente, todas têm foco justamente nas cidades maiores, enquanto a Quero-Quero expande-se sem grande concorrência pelo interior”, explica a analista. 

Outro ponto forte da rede é a logística. Considerando os itens transportados, dentre os quais cimento, ferro de construção, porcelanatos e cerâmicas, uma boa capacidade logística torna-se imprescindível. Para atender cidades pequenas, essa necessidade é ainda mais intensificada, e a Quero-Quero tem enfrentado esse desafio de maneira eficiente.

Uma iniciativa nesse sentido é a Palavra! Lojas Quero-Quero, em que o produto comprado é oferecido de graça para os clientes em caso de atraso na entrega. Até o momento, a estratégia tem funcionado bem, com poucos registros de atrasos.

Serviços financeiros e tecnologia 

A Quero-Quero possui uma infraestrutura tecnológica com SAP, e-commerce e o aplicativo da rede, configurando serviços financeiros relevantes nas vendas. Isso a permite capturar o fluxo migratório para o online no interior do país, principalmente nas vendas de eletrodomésticos e móveis.

Hoje, 78% da receita da companhia vem da venda de material de construção, eletrodomésticos e móveis; 19% vêm de serviços financeiros de apoio às suas vendas, como crédito ao consumidor, empréstimo pessoal e parcelamentos, além da distribuição de seguros de garantia estendida; e 3% é advindo de anuidades e taxas cobradas de lojistas pelo cartão de crédito VerdeCard, do qual a Quero-Quero é emissora.

O cartão, por sua vez, representa 60% das operações de venda da Quero-Quero e tem larga aceitação em mais de 200 mil estabelecimentos no interior, sendo uma das primeiras opções de alguns deles.

“O resultado financeiro, que reduziu sua expansão na pandemia devido a uma estratégia de maior conservadorismo da empresa diante da situação, deve voltar a acelerar nos próximos anos”, afirma Cris. De acordo com ela, a ação da Quero-Quero (LJQQ3) está muito barata. Ela estima um upside (potencial de valorização) de mais de 100%.

“Continuamos confiantes no case de crescimento com vantagens competitivas importantes e barreiras de entrada para outros concorrentes”, destaca a analista. Conclusão: Quero-Quero pode ser uma alternativa para a sua carteira.

No relatório da série Microcap Alert, Cristiane e Reydson detalham o processo de valuation da Quero-Quero. O conteúdo pode ser acessado por meio de assinatura no próprio site da Empiricus. [Clique aqui]