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Surfando o petróleo com a Petrobras (PETR4): 3 pontos indicam a consistência de bons dividendos no futuro

PETR4 entrou em mais uma carteira da Empiricus, desta vez na Double Income, focada em dividendos; acompanhe alguns pontos da tese de investimento

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Data de publicação
29 de abril de 2022
Categoria
Investimentos

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia tende a manter o preço do barril de petróleo em patamar mais elevado. Entretanto, analistas da Empiricus avaliam que a Petrobras (PETR4) pode manter pagamentos robustos de dividendos no futuro. 

Mesmo com as cotações do petróleo tipo Brent em patamares conservadores, é possível um dividend yield de mais de 10%. 

Por isso, PETR4 foi acrescentada na carteira Double Income, que tem foco em dividendos, com o peso de 2%. Afinal, mesmo com os riscos políticos que cercam à companhia, ela é uma referência global no quesito exploração e produção, especialmente do pré-sal.

Em relatório recente, Matheus Spiess, um dos responsáveis pela série, explica porque incluir mais commodities no portfólio com a petrolífera. 

Veja os principais pontos: 

  1. Produtividade do pré-sal: 

A companhia vem ganhando vantagens competitivas. Conforme o analista, o petróleo do pré-sal, além de ser de ótima qualidade, tem hoje um lifting cost (custo de extração) de menos de US$ 4 por barril. 

2. Planos futuros e core business

A empresa planeja investir mais de US$ 35 bilhões no pré-sal até 2026 (ou 52% do Capex). Ela ainda está colocando à venda praticamente todos os ativos de produção terrestres, de águas rasas e de poços marítimos menos rentáveis, além de algumas refinarias, petroquímicas, unidades de fertilizantes entre outras. “Até 2026 a participação do pré-sal na empresa deve ser algo em torno de 79%”, destaca Spiess.  

3. Melhoria nas margens

Com a estratégia mencionada no item anterior, a Petrobras está conseguindo evoluir em suas margens. Com isso, por exemplo em 2020, quando as cotações do petróleo despencaram em função da pandemia, os resultados foram bons. 

Desse modo, Matheus Spiess avalia que a companhia reúne boas condições para geração de caixa, mesmo com a cotação mais baixa do petróleo. 

Considerando os novos campos de pré-sal em operação nos próximos anos, o lifting cost pode cair ainda mais – para uma média de US$3,5 por barril de óleo equivalente em 2026.

 “Isso significa geração de caixa positiva para qualquer valor de petróleo acima de US$ 20, uma vantagem absurda para qualquer produtora de commodity”, afirma o analista. Ou seja, é uma empresa com capacidade para atravessar períodos de acentuado estresse. 

Petrobras segue descontada em relação às competidoras no mercado

Matheus Spiess diz ainda que a ação está bastante descontada. A companhia está negociando por apenas 3,1 vezes os seus lucros e 2,6 vezes o valor da firma, muito abaixo de outras companhias petrolíferas. Observe: 

Por fim, Spiess ressalta que o principal risco para a tese é o político. Porém, as mudanças na governança depois da Lava Jato e a Lei das Estatais são fatores que contribuem para mitigá-lo. 

“É claro que risco ainda existe e sempre existirá enquanto o governo ainda tiver ações da companhia, mas essas medidas ajudam a reduzi-lo. Ademais, a ação da Petrobras está barata”, comenta.