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Vale (VALE3): prévia operacional do 4T23 vem em linha com a melhoria operacional esperada; confira

Apesar de os números de Vale não serem pujantes e apresentarem um ponto de inflexão forte, é uma sinalização positiva de que a operação segue resiliente.

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Data de publicação
30 de janeiro de 2024
Categoria
Investimentos
Vale (VALE3)
Imagem: Washington Alves/Reuters

A Vale (VALE3) divulgou sua prévia operacional referente ao 4T23, com números positivos e, em sua maioria, em linha com a melhoria operacional esperada pelo mercado. 

Minério de ferro

A produção de minério de ferro no trimestre alcançou 89,4 milhões de toneladas (Mt), avanço de 11% na comparação anual, totalizando 321,2 Mt em 2023 (+4% vs 2022). O resultado do ano ficou acima do guidance de 315 Mt divulgado pela companhia, tendo como principais alavancas as melhorias nos ativos de Carajás, o sólido desempenho em Itabira e Vargem Grande e as maiores compras de terceiros.

O volume de vendas de finos de minério de ferro atingiu 77,9 Mt no trimestre, alta de 12% em relação ao trimestre anterior, explicada pela maior produção e por vendas de estoque, aproveitando as condições positivas de mercado. No ano, foram vendidas 256,8 Mt, número 1,5% abaixo do registrado em 2022. As vendas no 4T23 foram realizadas com um preço médio de US$ 118,3 por tonelada, maior em US$ 13,2/t em comparação aos três meses anteriores.

O prêmio all-in no trimestre, que é o valor obtido por tonelada além do preço básico do minério, totalizou US$ 1,6/t (considera finos e pelotas), US$ 2,2/t abaixo do 3T23. A companhia justificou a queda pelas condições de mercado no 4T, onde priorizou aumentar sua participação em produtos com alta sílica no mix de vendas, enquanto reequilibra os seus estoques de minério de ferro premium (que possuem maior prêmio) para vendê-los em um momento mais oportuno.

Metais básicos

Na linha de metais básicos, a produção de níquel foi 5% menor no 4T23 em relação ao mesmo período no ano anterior, e totalizou 164,9 kt (-8% vs 2022), em linha com o guidance da Vale. Essa trajetória de produção menor no ano já era evidente e esperada pelo mercado em função dos ajustes que estão sendo realizados nas principais minas de níquel. As vendas totalizaram 47,9 kt no trimestre (-18% vs 4T22) e 167,9 kt no ano, 7% inferior a 2022.

Já o cobre, o outro componente da divisão de metais básicos, registrou alta anual de 50% no 4T23, impulsionado pela maior produção de pellet feed em Brucutu. No ano, a produção alcançou 326,6 kt, crescimento de 29% e marginalmente acima do guidance. As vendas, puxadas pela expansão na produção, alcançaram 97,5 kt no trimestre (+36% vs 4T22) e 307,8 kt em 2023 (+26% vs 2022).

O que achamos da prévia do 4T23 de Vale?

Em suma, acreditamos que os números positivos apresentados pela mineradora devem ser bem recebidos pelo mercado. Apesar de não serem pujantes e apresentarem um ponto de inflexão forte, é uma sinalização positiva de que a operação segue resiliente e crescendo, além das preocupações com a produção em Carajás terem sido arrefecidas com as melhorias apresentadas neste trimestre.

A principal incerteza no case gira em torno do crescimento da China, que segue como uma incógnita para 2024, a depender do tamanho do apetite do governo em colocar estímulos mais representativos na economia.

Por fim, com uma boa prévia operacional, múltiplos atrativos (3,8 vezes valor da firma sobre Ebitda para 2024) e com alto retorno de capital para o acionista via proventos e recompra (~10%), a Vale (VALE3) está presente em algumas carteiras da Empiricus Research. 


A Petrobras liderou o ranking das melhores pagadoras de dividendos de 2023, com retorno que beirou os 20% no ano.

Mas, para os analistas da Empiricus Research, ela não está entre as preferidas para 2024.

Para este novo ano, eles selecionaram 5 ações que podem pagar dividendos gordos aos acionistas, e a Petrobras não foi uma das escolhidas.

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