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Altcoins: como funcionam as criptomoedas alternativas? Vale a pena investir?

As altcoins são criptomoedas alternativas à principal opção dessa classe de ativos: o Bitcoin. Saiba como funcionam, quais são as vantagens e se é confiável investir em altcoins.

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Data de publicação
29 de junho de 2023
Imagem representando os altcoins, com uma pessoa segurando uma carteira com criptomoedas.

A criação do Bitcoin impulsionou o surgimento de milhares de outros ativos do tipo –  popularmente conhecidos como altcoins. Algumas dessas moedas “secundárias” até podem ter sido criadas sob a base da principal cripto do mercado, mas hoje a maioria delas têm características próprias e oferecem soluções para além do BTC.

O investimento em altcoins pode ser uma boa estratégia para quem busca diversificar o portfólio, mas é preciso ficar atento na hora de avaliar o ativo e negociá-lo. 

O que são altcoins?

Como o próprio nome sugere, uma altcoin nada mais é que uma criptomoeda alternativa ao já consolidado Bitcoin. Com o sucesso da principal cripto do mercado, muitos desenvolvedores começaram a criar seus próprios ativos, seja com o objetivo de oferecer soluções diferentes, seja para melhorar o próprio Bitcoin.

Algumas altcoins replicam a tecnologia do Bitcoin de forma barata e ágil – é o caso da Bitcoin Cash –, enquanto outras têm características próprias, como as stable coins (ativos atrelados a moedas fiduciárias, como o dólar) e os tokens de utilidade. Ou seja, cada projeto de altcoin atende a um objetivo específico.

As altcoins costumam ser mais baratas quando comparadas com a principal moeda do mercado, mas também são mais voláteis. Apesar de terem ganhado popularidade nos últimos anos, muitas das altcoins ainda enfrentam desafios, como a falta de regulamentação e a concorrência com moedas mais consolidadas. 

Ainda assim, as altcoins têm potencial para se tornarem uma parte importante do mercado de criptomoedas. Prova disso são alguns exemplos de ativos bem aceitos no mercado, como o Ether, o Ripple e o Tether. 

Como uma altcoin é criada?

Cada altcoin atende a um projeto predeterminado, podendo ser criada sob a base do Bitcoin (pelo método de fork) ou em uma blockchain própria. Há ainda aquelas que são criadas em uma blockchain já consolidada como a Ethereum.

Conheça as formas mais comuns de se emitir uma altcoin:

  • Blockchain própria
  • Fork
  • Blockchain de terceiros

Blockchain própria

A forma mais comum de criar uma altcoin é por meio de blockchain própria, uma base de dados descentralizada que registra todas as transações e atividades da criptomoeda. O Ethereum, por exemplo, surgiu dessa forma e é hoje a blockchain mais utilizada do mercado;

Fork

Outra forma de criar uma altcoin é a partir de um fork, método que consiste na divisão de uma criptomoeda em duas. Isso ocorre quando há discordância entre os usuários de uma comunidade, como é o caso da criação da Bitcoin Cash; 

Blockchain de terceiros

Grande parte das altcoins disponíveis em circulação são criadas na blockchain da Ethereum, sob o protocolo ERC-20.

Independentemente da forma como é criada, cada altcoin tem sua própria comunidade de usuários e desenvolvedores, que trabalham para melhorar o ativo e expandir sua adoção no mercado. A criação de uma moeda alternativa é um processo complexo e requer um conhecimento profundo em criptografia, programação e economia.

Como uma altcoin é minerada?

O processo de emissão e monitoramento de uma criptomoeda depende do mecanismo ao qual ela está atrelada. Nesse universo, há pelo menos duas formas de criar um ativo: 

  • Por meio de mineração – Mecanismo denominado de Proof of Work, ou prova de trabalho; 
  • Staking – Processo denominado de Proof of Stake, ou prova de participação.

Proof of Work (PoW)

A mineração por meio de prova de trabalho é o método mais comum de criação de uma criptomoeda. O Bitcoin, por exemplo, se utiliza desse mecanismo. Nesse sistema, os mineradores utilizam seus computadores para resolver problemas matemáticos complexos, conhecidos como hashes

Quando um minerador resolve um hash, ele recebe uma recompensa em altcoins. O objetivo do PoW é garantir que a validação das transações seja difícil e, portanto, segura. Atualmente, porém, esse método vem sendo rediscutido entre as comunidades, uma vez que exige alto poder computacional e um elevado gasto energético.

Proof of Stake (PoS)

O método de emissão por staking tem ganhado popularidade nos últimos anos e passou a ser ainda mais valorizado após ser adotado pela Ethereum e várias outras altcoins. O PoS dispensa a resolução de hashes matemáticos; em vez disso, valida as transações com base na quantidade de altcoins que os usuários envolvidos possuem.

Dessa forma, qualquer usuário pode se envolver na emissão de um ativo – desde que, claro, tenha altcoins suficientes para serem utilizadas como garantia. O objetivo do PoS é tornar a mineração mais acessível e sustentável, reduzindo gastos e otimizando a rapidez das transações. 

Quais são as principais altcoins do mercado?

Com mais de 20 mil criptomoedas em circulação no mercado, o conceito de altcoin se tornou praticamente obsoleto, uma vez que a gama de ativos para além do Bitcoin é bastante extensa. 

Ainda assim, é possível definir as principais moedas alternativas do mercado com base em valor e aceitação. São elas: 

  • Ether (ETH)
  • Litecoin (LTC)
  • Ripple (XRP)
  • Tether (USDT)
  • Bitcoin Cash (BCH)
  • Cardano (ADA)
  • Unipeswap (UNI)
  • Dogecoin (DOGE)

Ether (ETH)

Segunda maior criptomoeda em circulação, o Ether está atrás apenas do Bitcoin. Esse projeto ambicioso é, segundo especialistas, ainda mais completo que o BTC, uma vez que alimenta a blockchain Ethereum. A plataforma é base para a criação de milhares de altcoins do mercado, e permite a execução de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados.

Litecoin (LTC)

Considerada uma das primeiras altcoins do mercado, a Litecoin foi criada em 2011 como uma alternativa mais leve ao Bitcoin. O projeto tem um limite máximo de emissão de 84 milhões de moeda, e é conhecido por oferecer tempos de confirmação de transação mais rápidos e taxas mais baixas do que o Bitcoin.

Ripple (XRP)

Criada para simplificar as transferências internacionais de dinheiro, a Ripple opera em uma rede de pagamentos descentralizada, que permite que bancos e outras instituições financeiras enviem dinheiro em diferentes moedas com rapidez e eficiência. Seu objetivo principal é aproximar as instituições tradicionais do universo cripto.

Tether (USDT)

Uma das primeiras stablecoins do mercado, a Tether tem seu valor atrelado ao dólar americano. Ou seja, trata-se de uma moeda estável, que pode ser utilizada como uma alternativa digital para o dólar. Ela é amplamente utilizada em exchanges de criptomoedas como um refúgio de valor.

Bitcoin Cash (BCH)

A Bitcoin Cash foi criada em 2017 a partir de um fork do Bitcoin. Dessa forma, tem um tamanho de bloco maior, permitindo que mais transações sejam processadas por segundo do que o Bitcoin original. É conhecida por suas taxas de transação mais baixas e maior capacidade de escalabilidade.

Cardano (ADA)

Uma das principais plataformas de contratos inteligentes do mercado também tem uma altcoin para chamar de sua. A Cardano é hoje uma das maiores blockchains de criação de aplicativos descentralizados e é focada em questões de sustentabilidade e governança. 

Uniswap (UNI)

A UNI é utilizada em um protocolo de negociação descentralizado na blockchain Ethereum. O protocolo da Uniswap permite que os usuários troquem tokens ERC-20 sem a necessidade de uma exchange centralizada, o que aumenta a segurança e reduz as taxas de negociação.

Dogecoin (DOGE)

Criada em 2013 como uma “criptomoeda meme”, a DOGE ganhou destaque no mercado após o fundador da Tesla, Elon Musk, constantemente elogiá-la em suas redes sociais. A Dogecoin é conhecida por sua comunidade de fãs entusiasmados e tem sido utilizada para arrecadações de fundos e doações.

Diferenças entre Bitcoin e Altcoins

Apesar de ter sido amplamente utilizado como projeto-base para a criação de diversas altcoin, o Bitcoin deixou de ser a única “inspiração” para a emissão desses ativos. Hoje, é possível estabelecer muitas diferenças entre a principal cripto do mercado e as moedas alternativas em circulação – como por exemplo o objetivo de cada projeto.

O BTC foi criado como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, com a intenção de ser uma forma de pagamento descentralizada e independente de governos e instituições financeiras. 

Já as altcoins foram criadas com diferentes objetivos, como melhorar a escalabilidade, segurança e a funcionalidade de determinadas blockchains.

Outra diferença importante é a mineração: o Bitcoin se utiliza do algoritmo de prova de trabalho (PoW), enquanto boa parte das altcoins são geradas por staking (PoS) – processo mais barato e sustentável. Dessa forma, as moedas alternativas tendem a ter limites de fornecimento e velocidades de transação diferentes do BTC.

As altcoins também são geralmente menos conhecidas e menos amplamente adotadas do que o Bitcoin. Isso pode torná-las mais voláteis e mais arriscadas para investir. Por outro lado, algumas moedas desse tipo têm um potencial de crescimento maior do que o Bitcoin, devido a recursos inovadores e tecnologias mais avançadas em suas blockchains.

Quais as vantagens e os riscos das altcoins?

Da mesma forma que ocorre com outros tipos de investimento, a negociação de altcoins também envolve prós e contras. A principal preocupação em torno desses ativos é o fato de serem ainda mais voláteis que o Bitcoin, uma vez que tratam-se de projetos menores e, muitas vezes, apostas para o longo prazo.

Vantagens

Uma das principais vantagens das altcoins é o seu poder de diversificação em uma estratégia de investimento, já que há milhares de ativos desse tipo disponíveis em circulação no mercado. Assim, elas oferecem aos investidores uma forma de reduzir a exposição ao risco de um único ativo, como o Bitcoin.

Outro ponto de destaque é o potencial de alguns ativos, que podem valorizar até mais que o Bitcoin por conta das suas múltiplas funcionalidades. É o caso do Ether e do Tether, além de tokens do metaverso e projetos voltados para a expansão do universo cripto.

Além disso, as altcoins geralmente são criadas para atender a necessidades específicas, como transações mais rápidas e taxas mais baixas, o que pode torná-las úteis em aplicativos descentralizados e estratégias bem definidas. 

Desvantagens

Quando falamos nos contras das altcoins, o que mais se destaca é a alta volatilidade desses ativos. Essas moedas são mais voláteis do que o Bitcoin, porque costumam ser projetos mais recentes e com baixa procura. 

Há ainda uma preocupação em torno de projetos obscuros, uma vez que alguns desses ativos são criados por desenvolvedores mal intencionados que procuram enganar investidores incautos, ou mesmo como estratégia de pump and dump. Assim, a flutuação de valor é tão alta quanto o risco envolvido.

A liquidez das altcoins também tende a ser mais baixa quando comparada ao Bitcoin, o que significa que podem ser mais difíceis de comprar e vender em grandes quantidades. Por terem uma menor adoção, elas dificilmente podem ser utilizadas para pagamentos ou como estratégia sólida de investimento.

Como saber se uma altcoin é confiável?

Com tantas altcoins disponíveis no mercado, pode ser difícil escolher a que melhor se encaixa na sua estratégia de investimento. Por isso, é importante avaliar todos os aspectos em torno do projeto, como o objetivo, as particularidades e o tipo de ativo que está em jogo. 

O primeiro passo que você deve ter em mente é verificar se a altcoin tem uma equipe de desenvolvimento sólida, com experiência relevante em criptomoedas. Pesquise pelo white-paper da moeda, bem como quem são os desenvolvedores por trás do projeto, além de avaliações de especialistas.

Outro ponto de destaque na hora de avaliar uma cripto é voltar as atenções para a comunidade do projeto. Uma comunidade forte e ativa pode ser um bom sinal de uma altcoin confiável, por isso avalie se a altcoin tem usuários ativos em fóruns como Reddit e Bitcointalk, e redes sociais como Twitter e Telegram.

O chamado “roadmap” também é um aspecto importante que caracteriza uma boa criptomoeda. É ele o responsável por estabelecer se a equipe de desenvolvimento está cumprindo as metas estabelecidas. O roadmap pode indicar que a equipe está trabalhando ativamente na altcoin e tem um plano a longo prazo.

Como investir em uma altcoin?

O investimento em altcoin pode ser feito da mesma forma que a negociação do Bitcoin. Confira o passo a passo:

  1. Pesquise e escolha uma altcoin confiável: faça uma pesquisa sobre as diferentes altcoins disponíveis e avalie seus fundamentos, como o white-paper do projeto, equipe por trás do desenvolvimento, o histórico de valorização etc. Considere também a liquidez, volume de negociação e capitalização de mercado;
  2. Escolha uma exchange: encontre uma exchange de criptomoedas que ofereça a altcoin que deseja investir. Verifique se a corretora é segura e confiável, e se tem uma boa reputação entre os clientes;
  3. Deposite o saldo necessário para negociar: para investir em uma altcoin, você deve depositar o montante em reais na exchange, para então fazer a conversão para a altcoin desejada;
  4. Compre a altcoin: depois de depositar o saldo, basta comprar a quantidade de altcoins desejada. Certifique-se de definir o preço correto e o tamanho do pedido que deseja fazer.
  5. Armazene a altcoin em uma carteira segura: após comprar a altcoin, é recomendável armazená-la em uma carteira segura para protegê-la de hackers e roubos. Escolha uma carteira confiável e segura, como a hardware;
  6. Monitore seu investimento: mantenha-se atualizado sobre o desempenho da altcoin e monitore seu investimento regularmente. Você pode vender o ativo se perceber que está perdendo valor ou comprar mais se surgir uma boa oportunidade.

Por fim, lembre-se de que investir em altcoins pode ser arriscado, por isso é importante fazer sua própria pesquisa e avaliar cuidadosamente os riscos antes da aplicação. Além disso, nunca invista mais do que pode perder e sempre mantenha sua segurança em mente ao armazenar suas criptomoedas.

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