No universo do mercado financeiro, os contratos futuros se destacam como instrumentos essenciais para investidores, empresas e produtores. Negociados no mercado futuro da B3, eles permitem tanto a proteção contra riscos de preço (hedge) quanto estratégias de especulação, sendo utilizados por diferentes perfis de investidores.
Entender como funcionam esses contratos é fundamental para quem busca diversificação, gestão de risco ou exposição a ativos além da bolsa de valores tradicional.
O que é um contrato futuro?
O contrato futuro é um acordo padronizado, negociado em bolsa, que estabelece a compra ou venda de um ativo em data futura, por um preço definido no momento da negociação.
Ao contrário de uma compra tradicional, em que a liquidação ocorre imediatamente, no contrato futuro as partes assumem o compromisso de liquidar a operação em uma data futura pré-estabelecida, seja por entrega física do ativo, seja por ajuste financeiro diário.
Na prática, isso significa que investidores podem se posicionar antecipadamente em ativos como commodities, moedas, taxas de juros ou índices de ações.
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Perfil de investidor para contratos futuros
Por envolverem alavancagem e riscos elevados, os contratos futuros são mais indicados para investidores com perfil arrojado ou institucional, que possuem conhecimento técnico e capacidade de monitorar posições diariamente.
Investidores iniciantes podem utilizá-los em operações de hedge, desde que orientados por especialistas e conscientes da volatilidade.
Como funcionam os contratos futuros?
Os contratos futuros seguem regras claras definidas pela bolsa, o que garante segurança e transparência. Seu funcionamento envolve alguns pontos-chave:
- Padronização: cada contrato tem características específicas (quantidade, vencimento e forma de liquidação) definidas pela B3.
- Ajuste diário: ao final de cada pregão, a bolsa calcula o valor de mercado de cada posição. Quem ‘ganha’ recebe a diferença, e quem ‘perde’ paga, em um processo chamado ajuste diário.
- Alavancagem: como os contratos exigem apenas uma margem de garantia (caução), é possível movimentar valores maiores que o capital investido, ampliando tanto os ganhos como os riscos.
- Liquidação: pode ser física (entrega do ativo) ou financeira (pagamento da diferença entre o preço contratado e o de mercado).
Essa dinâmica torna os futuros instrumentos flexíveis, mas exige disciplina, já que as variações podem gerar perdas rápidas.
Exemplos de contratos futuros
Na B3, existem diversos contratos futuros disponíveis para negociação. Entre os mais relevantes estão:
1. Contratos futuros de commodities
Permitem negociar ativos ligados ao setor agrícola e energético.
- Exemplos: café, boi gordo, milho, petróleo e etanol.
- Uso prático: produtores agrícolas podem travar preços de venda para se proteger da volatilidade de mercado.
2. Contratos futuros de índices
Referem-se ao desempenho de índices de ações.
- Exemplo: futuro do Ibovespa.
- Uso prático: investidores podem especular sobre a direção do índice ou proteger carteiras de ações contra quedas.
3. Contratos futuros de juros
Relacionados à expectativa da taxa de juros no Brasil.
- Exemplo: DI Futuro, usado como referência pela política monetária e em estratégias de hedge de renda fixa.
- Uso prático: bancos e empresas usam para se proteger contra oscilações nas taxas de financiamento.
4. Contratos futuros de moedas
Negociam a cotação de moedas estrangeiras em data futura.
- Exemplo: dólar futuro.
- Uso prático: importadores e exportadores usam para proteger receitas e custos contra variações cambiais.
5. Contratos futuros de energia e outros ativos
Ainda pouco comuns no Brasil, mas presentes em outros mercados globais, incluem energia elétrica e metais como ouro e prata.
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Vantagens e riscos dos contratos futuros
Vantagens
- Proteção (hedge): permite reduzir riscos de preço em commodities, moedas e juros.
- Diversificação: amplia o leque de ativos disponíveis além de ações e renda fixa.
- Liquidez: os contratos mais negociados, como dólar e Ibovespa, apresentam alta liquidez na B3.
- Transparência: a negociação em bolsa reduz riscos de contraparte.
Riscos
- Alavancagem: amplia possibilidade de ganhos, mas também de perdas.
- Volatilidade: preços podem variar fortemente em curtos períodos.
- Complexidade: exige acompanhamento constante e conhecimento técnico.
O uso de contratos futuros exige compreensão dos mecanismos de ajuste diário, alavancagem e liquidação. Para investidores preparados, os futuros podem ser uma ferramenta estratégica. Já para os iniciantes, o ideal é começar com cautela e apoio profissional, entendendo que se trata de um mercado com alto potencial, mas também com riscos significativos.
É um acordo padronizado, negociado em bolsa, para compra ou venda de um ativo em data futura a preço definido hoje.
Com ajuste diário de ganhos e perdas, exigência de margem de garantia e possibilidade de liquidação física ou financeira.
Dólar futuro, DI Futuro, futuro de Ibovespa, além de contratos de commodities como café, milho e boi gordo.
Investidores com perfil mais arrojado, que conhecem os riscos da alavancagem e da volatilidade.
Permitir proteção (hedge) contra oscilações de preços e ampliar a diversificação do portfólio.