
As demonstrações financeiras estão entre os documentos mais relevantes para entender a situação econômica e patrimonial de uma empresa. Elas revelam quanto a companhia fatura, quais são suas despesas, lucros, dívidas e investimentos — informações essenciais tanto para gestores quanto para investidores que usam a análise fundamentalista para tomar decisões.
O que são demonstrações financeiras?
Demonstrações financeiras são relatórios contábeis que apresentam os resultados, a posição patrimonial e os fluxos de uma empresa em um determinado período.
Elas são elaboradas de acordo com os princípios da contabilidade e padronizadas por normas nacionais e internacionais, como o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e o IFRS (International Financial Reporting Standards).
Empresas de capital aberto são obrigadas a divulgar essas demonstrações de forma pública e periódica — geralmente de forma trimestral e anual. Já empresas de menor porte, embora não tenham essa exigência, costumam produzir esses documentos para fins internos ou para prestar contas a bancos, sócios e investidores.
- [Carteira recomendada] Conheça as 10 ações recomendadas pela equipe da Empiricus Research para buscar lucros na bolsa nos próximos meses. Clique aqui para acessar o relatório gratuito.
Para que servem as demonstrações financeiras?
As demonstrações financeiras têm diversas finalidades:
- Avaliar a saúde financeira da empresa: indicadores como lucro, endividamento e rentabilidade ficam evidentes nos demonstrativos.
- Guiar a tomada de decisões: tanto para os gestores internos como para investidores, credores e analistas.
- Atender às exigências legais: empresas precisam apresentar esses documentos à Receita Federal, juntas comerciais, CVM e outros órgãos reguladores.
- Apoiar o planejamento estratégico: com base nas informações financeiras, é possível traçar metas, direcionar recursos e ajustar operações.
- Aumentar a transparência: especialmente no mercado de capitais, os demonstrativos garantem que todos os stakeholders tenham acesso às mesmas informações.
Quais são as principais demonstrações financeiras?
Existem diferentes tipos de demonstrações, e cada uma fornece uma visão complementar sobre a empresa. A seguir, destacamos as mais relevantes.
Balanço Patrimonial (BP)
O balanço patrimonial apresenta a posição patrimonial e financeira da empresa em uma data específica. É dividido em:
- Ativo: tudo o que a empresa possui (caixa, contas a receber, estoques, imóveis).
- Passivo: tudo o que deve (empréstimos, fornecedores, obrigações fiscais).
- Patrimônio líquido: diferença entre ativos e passivos; representa os recursos próprios dos sócios ou acionistas.
Ou seja, ele mostra se a empresa está equilibrada financeiramente e qual é sua estrutura de capital.
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
A DRE revela se a empresa teve lucro ou prejuízo em determinado período. Nela, constam dados como:
- Receita líquida de vendas;
- Custos de produção (CPV);
- Despesas operacionais (como SG&A);
- Resultado financeiro (receitas e despesas com juros);
- Impostos e contribuições;
- Lucro líquido final.
É um dos demonstrativos mais analisados por investidores e usado para calcular indicadores como margem líquida, EBITDA e retorno sobre o patrimônio.
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
A DFC, por sua vez, mostra as entradas e saídas de dinheiro no caixa da empresa, divididas em três atividades:
- Operacionais: ligadas ao negócio principal (vendas, pagamento a fornecedores).
- Investimentos: compra e venda de ativos (máquinas, ações, imóveis).
- Financiamentos: obtenção ou pagamento de empréstimos e dividendos.
Ela ajuda a entender se a empresa gera caixa suficiente para se manter saudável e expandir suas operações.
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Indica como o lucro líquido foi distribuído: se foi reinvestido no negócio, distribuído como dividendos ou compensado com prejuízos anteriores. É uma demonstração complementar à DRE e ao patrimônio líquido.
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Mostra quanto de valor a empresa gerou e como foi distribuído entre empregados, governo, acionistas e financiadores. Embora mais comum em empresas de capital aberto, é cada vez mais utilizada por companhias que prezam por transparência e responsabilidade social.
- LEIA TAMBÉM: Essas são as melhores ações para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas da Empiricus Research.
Outras informações relevantes
Além das demonstrações citadas, é comum que os relatórios financeiros incluam:
- Notas explicativas: detalham critérios contábeis, mudanças de política ou eventos relevantes não capturados nos números.
- Demonstrações consolidadas: quando a empresa possui controladas ou coligadas, os dados financeiros consolidados ajudam a entender a performance do grupo como um todo.
Analisar as demonstrações financeiras vai além de conferir se houve lucro ou prejuízo: trata-se de entender a dinâmica operacional da empresa, sua capacidade de gerar valor, cumprir obrigações e crescer de forma sustentável. Por isso, tanto investidores quanto empreendedores devem desenvolver familiaridade com esses demonstrativos e usá-los como base para decisões estratégicas.
São relatórios contábeis que mostram o desempenho e a situação financeira de uma empresa em determinado período.
Balanço patrimonial, DRE, fluxo de caixa (DFC), DLPA e DVA.
Empresas de capital aberto são obrigadas por lei. Outras empresas podem elaborá-las para controle interno, crédito ou prestação de contas.
O balanço mostra a posição financeira em uma data específica; a DRE mostra o resultado (lucro ou prejuízo) ao longo de um período.
São informações complementares às demonstrações que explicam políticas contábeis, mudanças e eventos relevantes.