Times
Economia

Macroeconomia: entenda o conceito e os principais indicadores dessa área da economia

A macroeconomia é um campo que estuda analisar os fenômenos econômicos de forma geral. Entenda melhor os principais conceitos da macroeconomia.

Compartilhar artigo
Data de publicação
20 de março de 2023
Imagem representando a macroeconomia, mostrando notas de dinheiro em meio a máquinas e engrenagens de produção.

Os diversos movimentos econômicos que ditam os rumos de um país não podem ser simplesmente ignorados, sem que haja uma profunda análise sobre eles. Por isso existem áreas como a macroeconomia, que busca trazer um pouco de luz sobre assuntos tão complexos que interferem diretamente na vida de uma nação.

Pois, se não houver um entendimento completo sobre os fenômenos econômicos por meio da macroeconomia, estaremos expostos a diversos riscos e o próprio governo não terá informações suficientes para pautar suas ações.

O que é a macroeconomia?

A macroeconomia é uma área de estudo da economia que visa analisar os fenômenos econômicos de um país de forma ampla, considerando tudo o que o influencia e como essas coisas se relacionam entre si.

Assim são reunidos e estudados diversos dados e índices importantes para o dia a dia das pessoas. Além de analisar como determinados índices se apresentam no momento, essa área também foca no seu comportamento ao longo do tempo.

Para exemplificar podemos citar indicadores fundamentais em nossa economia, como o PIB e a taxa de juros. Esse tipo de dado é extremamente abrangente e seu resultado é oriundo de uma visão mais ampla de determinados fatores que formam a nossa sociedade, por isso são considerados índices macroeconômicos.

Depois, quando essas informações são combinadas e analisadas, é possível perceber como a interação entre elas é importante para diversas movimentações econômicas em nossa sociedade.

O que a macroeconomia estuda?

A macroeconomia funciona como uma tentativa de entender as influências que importantes índices econômicos têm em nossa sociedade, a curto e a longo prazo.

As análises desses ciclos ajudam a compreender a capacidade do país em gerar riqueza e bem-estar para sua população ao longo do tempo.

Além de ajudar na identificação de problemas e na consequente mudança de estratégia para alcançar resultados melhores, essa área do conhecimento tenta identificar até mesmo as causas para momentos positivos, como o aumento de investimentos.

Afinal, é preciso entender quais fatores levaram a esse comportamento, se eles são duráveis, se vai haver algum efeito colateral e como é possível tirar o melhor proveito disso.

Os países mais bem sucedidos do mundo, que geram muita riqueza e prosperam, são aqueles que alcançaram um excelente nível de análise macroeconômica que os ajudou a tomar as melhores decisões a curto, médio e longo prazo.

Entretanto, a economia é praticamente uma coisa viva, então é preciso cuidados constantes para manter as coisas sob controle.

Como surgiu a macroeconomia?

A macroeconomia surgiu há muitos séculos, sem que seja possível precisar com certeza o exato momento em que o conceito apareceu. Mas o que se sabe é que o seu uso se tornou mais popular por volta de 1930, quando ocorreu o que chamamos de “Grande depressão”.

Aquele foi um evento catastrófico para a economia mundial e que teve como fator primordial a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.

Naquela época o que imperava na sociedade era a teoria de autorregulação do mercado do economista escocês Adam Smith, do século 18. Havia um pensamento liberal de que o mercado encontraria por si só soluções para os problemas.

Então, incômodos sociais como o desemprego e a recessão econômica não eram vistos como algo sobre o que alguém poderia tomar uma atitude para resolver. Bastava esperar, pois, em algum momento, o próprio mercado iria corrigir a falha.

Mas todos os prejuízos e os traumas resultantes da Grande Depressão fizeram com que alguns pensadores começassem a analisar a situação sob uma nova ótica.

O economista britânico John Maynard Keynes lançou um livro intitulado A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Nessa obra ele argumentava que os governantes poderiam ter agido para evitar que as consequências da crise fossem tão graves. Uma das possibilidades era ampliar os gastos com as políticas fiscais, já que o comportamento do mercado financeiro não era tão claro e previsível como alguns faziam parecer.

Assim Keynes se tornou o pai do conceito de macroeconomia como conhecemos hoje. Pelo menos ele deu o pontapé inicial para que a ideia fosse amplamente discutida e surgissem várias escolas de pensamento que abordaram o tema de forma diferente.

Entretanto, mesmo com análises um pouco distintas, essas linhas de pensamento concordam com muitos fatores macroeconômicos que devem ser analisados.

Quais são os principais indicadores macroeconômicos?

Os indicadores macroeconômicos são muito variados. No Brasil é comum considerarmos os seguintes:

  • Produto Interno Bruto (PIB);
  • Inflação;
  • Taxa de juros;
  • Câmbio;
  • Consumo;
  • Desemprego.

Aplicações práticas da macroeconomia

A macroeconomia é importante para a definição das políticas econômicas. De forma mais clara, é por meio dela que o governo vai decidir como gastar o dinheiro dos impostos. Ela também é fundamental para a tomada de decisões das pessoas, que vão usar esses dados para analisar suas possibilidades de negócios, investimentos e até mesmo os seus hábitos de consumo.

De forma geral, a política macroeconômica é dividida em dois grandes grupos: política fical e política monetária.

Política fiscal

A política fiscal abrange os investimentos feitos pelo governo com o intuito de impulsionar a economia. Podemos citar por exemplo a realização de uma grande obra que vai gerar emprego e renda ou até mesmo a redução de impostos para impulsionar o consumo.

Política monetária

Esse tipo de política diz respeito ao dinheiro em circulação e se divide em dois grupos. Se o governo quer aumentar a circulação da moeda, ele realiza políticas monetárias expansionistas. Alguns exemplos clássicos disso são a redução da taxa básica de juros, o que incentiva as pessoas a consumirem mais, e também a impressão de dinheiro.

Por outro lado, se o Banco Central decidir tirar parte da moeda que está em circulação, temos uma atitude contracionista, já que a quantidade de dinheiro em circulação vai reduzir.

Esses dois conceitos caminham juntos e devem estar em equilíbrio e ser usados com sabedoria para que a economia continue a crescer.

Por exemplo, já tivemos algumas situações em diversos países em que o governo tentou controlar a inflação colocando mais dinheiro para circular. Mas a médio e longo prazo isso só piorou o problema.

Quais são as principais teorias macroeconômicas?

Existem diversas teorias macroeconômicas, que antecedem Keynes. As primeiras abordagens desse conceito podem ter surgido com os mercantilistas e com os fisiocratas.

Na época da revolução industrial tivemos o surgimento de algumas teorias macroeconômicas conhecidas como escola clássica, que contou com muitos estudiosos e autores importantes, que são lembrados até hoje, como Adam Smith, David Ricardo, Walras e Alfred Marshall.

Já no século XX surgiu a teoria keynesiana, que teve Keynes como um de seus principais inspiradores. Essa escola ganhou ramificações chamadas de novos-keynesianos e pós-keynesianos.

Na segunda metade do século XX foi o momento de nos depararmos com a teoria conhecida como novos-clássicos e neoclássicos, apoiada na liberdade de mercado e na racionalidade dos agentes econômicos.

Isso é apenas uma pequena amostra de como as correntes de pensamento se alteram ao longo do tempo e como a economia global já passou por diversas fases, sendo influenciada por distintas linhas de pensamento. Algumas mostraram resultados melhores do que outras.

Quais são as diferenças entre microeconomia e macroeconomia?

Antes do conceito de macroeconomia se tornar popular, o que imperava podia ser chamado de microeconomia.

A microeconomia era uma forma muito mais limitada de analisar o mercado, já que não se baseava em nada muito amplo, mas sim em comportamentos e questões específicas de consumidores, empresas e setores da economia.

Mas isso não quer dizer que eles não sejam importantes hoje em dia, pois alguns estudiosos afirmam que os dados microeconômicos são como pilastras para os dados macroeconômicos.

Para ficar mais fácil de entender, vamos a alguns exemplos. Considerar o preço do feijão durante um determinado mês é um fator micro, mas se analisarmos diversos produtos durante o período para termos uma ideia da variação de preço, temos um fator macro.

Ao reunir dados de uma única empresa do setor de alimentos, temos um dado micro, mas ao expandir isso para as todas as grandes empresas da área temos um dado macro.

Como a macroeconomia influencia nos investimentos?

A influência da macroeconomia nos investimentos é direta. Pois, nenhum investimento está dissociado da forma como se comporta a economia de um país.

Por exemplo, na renda variável, as ações de uma empresa são diretamente influenciadas pela situação econômica da região em que estão inseridas.

Nem mesmo quem prefere a renda fixa está livre dessa influência, que pode ser tanto negativa quanto positiva.

Opções como o tesouro direto são comumente calculadas usando taxas macroeconômicas como Taxa Selic e IPCA.

Em épocas em que a taxa Selic está muito alta, seus investimentos em renda fixa serão mais vantajosos, já que o governo pagará juros mais altos aos investidores, embora o país em si não esteja no seu melhor momento.

Por outro lado, quando a taxa está baixa, esse tipo de investimento vai render menos. Por isso, fique sempre de olho nos dados que compõem a macroeconomia.

  • Quer aprender como fazer seu dinheiro trabalhar para você? Liberamos 7 aulas gratuitas do curso “Jornada da Liberdade Financeira”, com a analista Larissa Quaresma. Clique aqui para assistir.