Se você está em busca de livros de economia para ler, mas não sabe como encontrar aqueles que valem a pena, a lista de um dos jornais econômicos mais conceituados do mundo pode ajudar. O Financial Times revelou quais são os melhores títulos de economia de 2021, em uma seleção criteriosa feita pelo seu colunista e comentarista-chefe Martin Wolf.
Abordando temas quentes de economia, as obras versam sobre transformações tecnológicas das finanças, economia comportamental, atuação de governos e instituições, criptomoedas e muito mais. Aqui, você confere quais livros conquistaram o “pódio”.
OURO: The Future of Money: How the Digital Revolution Is Transforming Currencies and Finance, de Eswar S. Prasad
A tecnologia transformou todos os aspectos das nossas vidas ‒ inclusive a economia. Nesta obra que conquistou o primeiro lugar da concorrida lista do Financial Times, o economista indiano Eswar S. Prasad fala sobre como a revolução digital tem impactado as finanças.
Ele discute o fim do dinheiro físico, a ascensão das criptomoedas, as iniciativas de Bancos Centrais ao redor do mundo de fazerem suas próprias moedas digitais e a atuação de grandes corporações como Facebook e Amazon no universo cripto. Em meio a esse frenesi de transformações, Prasad enfatiza que as oportunidades também vem acompanhadas de riscos e que “um futuro glorioso aguarda, talvez”.
PS: Se estiver buscando um livro que fala sobre a transformação digital da economia no contexto brasileiro, leia “O futuro do dinheiro: banco digital, fintechs e criptomoedas”, de Rudá Pellini. Através de entrevistas com alguns dos maiores nomes na área de finanças no Brasil, o autor apresenta um conteúdo didático e de fácil leitura ‒ e ainda dá dicas práticas para investir melhor nesse novo contexto.
PRATA: The Resilient Society, de Markus K. Brunnermeier
“The Resilient Society” (A Sociedade Resiliente, em tradução livre para o português) é uma leitura especialmente importante no contexto pandêmico, já que o próprio autor diz que a “resiliência pode servir como estrela-guia para uma sociedade pós-Covid”. Na obra, Markus K. Brunnermeier, economista da universidade de Princeton, aborda a crise financeira global ocasionada pela pandemia, afirmando que uma sociedade resiliente é capaz de reagir a choques como esse e se recuperar.
Apesar da obra puxar o gancho da pandemia de forma mais específica, ela pode servir como um guia de como indivíduos, instituições e países podem lidar com uma economia globalizada cheia de riscos desconhecidos.
O livro aplica conceitos de macroeconomia em diversos temas de interesse público ‒ saúde pública, inovação, mudanças climáticas, desigualdade, inflação ‒ se tornando uma leitura essencial principalmente para empresários, economistas, políticos e cidadãos engajados.
BRONZE: Cogs and Monsters: What Economics Is, and What It Should Be, de Diane Coyle
Neste livro, a comentarista econômica da Universidade de Cambridge, Diane Coyle, tece críticas contundentes sobre o próprio campo da economia e seu modo de enxergar a relação das pessoas com dinheiro.
Coyle apresenta uma analogia que nos ajuda a compreender um dos principais desafios para a área e é uma referência direta ao nome do livro. Os economistas assumem que as pessoas são como engrenagens (“cogs”): calculistas e independentes, agindo num contexto definido. Mas a realidade é que principalmente na economia atual, com o advento da digitalização, as pessoas estão mais para monstros (“monsters”): sem amarras e socialmente influenciadas. Ignorar essas características acaba atrapalhando na resolução de problemas na nova era das finanças.
Ela fala sobre como é difícil para os praticantes de economia serem objetivos em seus argumentos e como isso acaba os deixando afastados da realidade. Nesse ponto, a autora cita que a diversidade de raça, gênero e backgrounds é essencial para o enriquecimento da área.
O livro, no entanto, não se resume às críticas. No contexto de digitalização, big data, machine learning e inteligência artificial, Coyle mostra como essas tecnologias podem ser oportunidades para resolver crises globais, desde a recuperação pós-pandêmica até a questão climática.