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O imediatismo é um dos maiores problemas da sociedade – Livro ensina a pensar no longo prazo

Você tem dificuldade em seguir uma dieta? De poupar dinheiro para investir? Não vê sentido em ajudar o seu “eu do futuro”? O novo lançamento do Empiricus Books, “Como ser um bom ancestral – A arte de pensar o futuro num mundo imediatista”, do historiador e filósofo Roman Krznaric, vai te ajudar a cultivar uma […]

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Data de publicação
3 de agosto de 2021
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Você tem dificuldade em seguir uma dieta? De poupar dinheiro para investir? Não vê sentido em ajudar o seu “eu do futuro”? O novo lançamento do Empiricus Books, “Como ser um bom ancestral – A arte de pensar o futuro num mundo imediatista”, do historiador e filósofo Roman Krznaric, vai te ajudar a cultivar uma vida focada no longo prazo, além de trazer as bases para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável e menos focada no curto prazo. 

Em nossas vidas constantemente precisamos fazer escolhas: comer o chocolate agora, e obter a satisfação das substâncias químicas liberadas nesse ato ou seguir a dieta para um menor esforço na academia amanhã? Gastar nosso suado salário hoje ou poupar e investir, pensando na aposentadoria? No livro, o autor traz uma analogia para resumir a tensão existente dentro do cérebro humano: na mão direita um marshmallow e na esquerda uma noz reluzente, porém ainda não madura.

Dentro de cada um de nós há esses dois cérebros, do marshmallow, que pode se fixar em desejos e recompensas de curto prazo, e o cérebro de noz, que permite imaginar futuros distantes e trabalhar para conquistas de longo prazo. Essa habilidade – de pensar no futuro e projetar cenários – até onde a literatura científica sabe, é um diferencial da espécie humana, afinal, se o homem não começasse a planejar a produção de alimentos, de acordo com os ciclos de cultivo durante a revolução agrícola, provavelmente estaríamos vivendo como nômades caçadores e coletores até hoje.

São inúmeros os projetos, focados no longo prazo e bem sucedidos, no curso da história humana. Como, por exemplo, a Basílica da Sagrada Família em Barcelona, de Gaudí, com a construção iniciada em 1882 e expectativa de finalização em 2026; o projeto do Esgoto de Londres, que demorou dezoito anos para ser finalizado, com o sistema ainda em uso; a Constituição dos EUA, promulgada em 1787, ainda em vigor e o Silo Global de Sementes na Noruega, projeto que abriga mais de 6 mil espécies de sementes, feito para durar pelo menos mil anos, num bunker indestrutível.

O autor mostra como ao longo do desenvolvimento humano, gradativamente, passamos a ser uma sociedade focada nas necessidades imediatas e menos focada no longo prazo, principalmente após a Revolução Industrial, com a mercantilização do tempo. Disso decorre inúmeros problemas sociais complexos, como o “Presentismo político” foco político para vencer eleições no próximo ciclo eleitoral; a Distração Digital, o sequestro da atenção pela tecnologia, e a busca pelo progresso perpétuo, que gera degradação ambiental, dentre outras dificuldades.   

Como contraponto a isso, assim, o autor apresenta seis maneiras de cultivar um pensamento de longo prazo. Entre elas estão o mindset de legado, deixar uma boa lembrança para a posterioridade, com atitudes no presente pensadas para impactar positivamente as futuras gerações; justiça intergeracional, considerar o impacto de nossas ações até a sétima geração a frente; e o pensamento de catedral, planejar para além de uma única vida humana, fazendo projetos focados no longo prazo. Todas essas medidas são extremamente altruístas, pois buscam a satisfação de interesses de pessoas que sequer existem ainda, mas, ao mesmo tempo, são necessárias.

Um dos pontos fortes do livro é servir como um guia para o cultivo do pensamento de longo prazo para cada um de nós, individualmente, mas também, como consegue fazer a discussão em perspectiva, pensando coletivamente. Como o próprio nome sugere, a meta é funcionar como um guia de como ser um bom ancestral, considerando que as ações realizadas hoje impactam o futuro.

Nesse sentido, o autor traz inúmeras ideias para o desenvolvimento de um modelo de sociedade menos imediatista, e mais focada no longo prazo, como a constituição de grupos de representantes que agirão visando os interesses e necessidade das gerações futuras em discussões políticas atuais, como já acontece em movimentos isolados. No campo econômico, a superação do desenvolvimento focado no curto prazo, criando bases para um consumo mais consciente, como no modelo da “economia circular”, que busca reduzir o descarte de produtos com a reutilização.

O livro “Como ser um bom ancestral – A arte de pensar o futuro num mundo imediatista” pode te ajudar a fazer uma dieta, investir para o futuro, e cultivar um pensamento de longo prazo, ao mesmo tempo que debate questões relevantes para o futuro da sociedade e do nosso modelo social e econômico. Por meio dele, o autor busca lançar as bases para o florescimento da humanidade e o desenvolvimento de uma sociedade de longo prazo, fazendo com que nossos ancestrais tenham boas memórias de nós.  

Resenha escrita por Renato Bakanovas

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