Longe dos Estados Unidos desde 2019, passo alguns dias por aqui com a família, aproveitando as férias escolares.
Ficamos pelo sul da Flórida mesmo, com seu inverno ameno, com dias ensolarados e baixa umidade. Bastante Miami e um pouco de Orlando, a pedidos da criançada.
Com quase dois anos completos, a pandemia parece perder predominância sobre os hábitos dos americanos, provavelmente por conta da menor agressividade da variante atual.
Máscaras são usadas com menos frequência que no Brasil, inclusive em ambientes fechados.
Obviamente os protocolos seguem sendo cumpridos. Não pudemos tirar nossas máscaras para posar para uma foto junto ao Mickey, apesar de estarmos a mais de dois metros do camundongo e a cinco das outras pessoas do ambiente.
Um amigo, analista de ações veterano, me pergunta se tenho notado preços mais altos por aqui.
Fora o preço da gasolina, na minha memória mais do que o dobro desde a minha última visita, e as diárias dos hotéis, confesso que não consigo perceber diferenças notáveis.
A inflação americana de quase 7% ao ano, a mais alta desde a década de 1980, talvez ainda não seja suficiente para ser percebida. Por outro lado, após eu proibir o consumo de sucos de laranja de US$ 7 no bar da piscina do hotel, até as crianças percebem o quanto o real está depreciado.
O início iminente do ciclo da alta nas taxas de juros americanas, exaustivamente sinalizado pelo Fed, e as especulações quanto à intensidade do ciclo seguem mexendo com os mercados.
Resgatando seu mandato de vigilante da estabilidade de preços, a autoridade monetária americana também traz de volta o conceito de valor do dinheiro no tempo para a precificação dos ativos.
Assim, volta-se a valorizar os ativos geradores de caixa em detrimento daqueles que dependem de projeções em um futuro distante.
Os preços das ações de tecnologia, com o Nasdaq caindo 10% desde seu recorde histórico, sofrem correções importantes. As criptomoedas vão no mesmo barco, com o bitcoin perdendo o suporte dos US$ 40 mil.
No sentido contrário, os ativos brasileiros, tanto Bolsa como moeda, valorizaram-se nos últimos dias, contrariando a suposição de que a alta nos juros americanos atrairia fluxos para fora, pesando sobre os preços.
Há uma hipótese circulando no mercado, porém, que explica esse aparente contrassenso. A perda de atratividade dos casos de tecnologia, e aqui inclui-se o mundo cripto, por conta de uma política monetária mais sensata, de certa forma devolveria fluxo a mercados emergentes.
Nos últimos anos, a atenção — e o dinheiro — dos investidores foi consistentemente sugada pelas notáveis oportunidades possibilitadas por tecnologias disruptivas. Para que gastar tempo entendendo indústrias tradicionais, e países estrangeiros, se o valor estava todo no futuro das empresas americanas de tecnologia?
O que pode estar acontecendo agora seria um refluxo da sobrealocação em tech de volta para mercados até recentemente negligenciados, incluindo-se aqui o Brasil.
Nos últimos dias, notou-se um forte fluxo estrangeiro comprador de ativos brasileiros, que responderam positivamente. Algumas ações, notadamente aquelas que sofriam com posições vendidas, subiram muito, com vendidos cobrindo suas apostas.
A reconquista pelo Itaú, em detrimento do Nubank, do posto de banco mais valioso da América Latina pode estar dando o tom do mercado para o ano que começa.
P.S: ao longo das últimas semanas, o departamento de pesquisa da Empiricus foi em busca das verdadeiras oportunidades de compra no mercado de cripto: as Microcoins, moedas embrionárias, que ainda nem foram listadas em grandes corretoras, mas que você pode se posicionar antes disso acontecer. São cases com potencial de até 5.000% para os próximos 12 meses. A primeira delas vai ser revelada em uma reunião exclusiva que vai ao ar nesta segunda-feira, 24/01, às 19h. Não perca! Clique aqui para se inscrever gratuitamente.
Deixo você agora com os destaques da semana.
Boa leitura e um abraço,
Caio