Onde o rico cada vez fica mais rico (e o pobre cada vez fica mais pobre)
Enquanto escolas particulares fazem experimentos com projetos colaborativos, moldando os pequenos para enfrentar os novos desafios que despontam, a educação pública parece estar regredindo, diluindo a já rala qualidade acadêmica de seus cursos.
Nesta semana fiz mais um bate e volta para o Rio de Janeiro.
O propósito foi nobre. Almoço do conselho do Codemec, do qual sou membro fundador.
Já falei do Codemec aqui antes, mas, por conta da “audiência rotativa do rádio”, vale a pena repetir. Trata-se do Comitê para o Desenvolvimento do Mercado de Capitais, fruto do esforço do inesgotável Thomás de Sá, uma verdadeira lenda do mercado de capitais brasileiro.
Replico aqui o trecho em que o Thomás enumera os pilares que sustentam o Codemec:
1. Democratização da Informação e Cultura da Poupança Privada e Previdenciária são instrumentos que devolverão a confiança na economia brasileira.
2. Planejamento público e iniciativa privada formam uma coalizão em favor da sociedade, desde que construída com transparência e segurança jurídica para que o bem comum prevaleça.
3. Mercado de títulos e valores mobiliários dinâmico, com liquidez, valoriza os ativos e mitiga riscos do investidor.
A Empiricus é apoiadora de todo e qualquer esforço para ampliar a participação da pessoa física no mercado de capitais. E, na condição de representante da empresa, estou pessoalmente empenhado em contribuir para as atividades do Codemec.
O conselho do Codemec reúne uma turma de pioneiros do mercado brasileiro. Delicio-me com as “histórias de batalha” de gente que criou, empreendeu e dedicou sua vida profissional à construção do nosso mercado de capitais. Ao contrário da Empiricus, lá sou o garoto da turma – ouço muito mais do que falo.
Para o evento desta semana, tivemos um convidado especial, o atual presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Marcelo Barbosa.
Marcelo foi muito gentil em responder às indagações do grupo. Mas não tratarei disso aqui, até porque regulação não é assunto para uma newsletter de investimentos.
Quero compartilhar com você o papo que tivemos antes do almoço, em uma sala de reunião na sede da Sociedade Nacional de Agricultura, que temporariamente dá abrigo ao Codemec.
Com a Baía de Guanabara ao fundo, os cariocas (a maioria do grupo) falavam dos problemas da cidade, traçando paralelos com as questões nacionais.
A conversa encaminhou-se rapidamente para os desafios da educação e como a falta dela amplifica os desafios brasileiros.
Notei que cada um dava depoimentos pessoais interessantes, exemplificando como filhos e netos têm experiências pedagógicas inovadoras e interativas, sendo preparados para o mundo moderno. Ao ouvir isso, dei-me conta de que o gap da educação básica pública com a da rede privada só tem aumentado, com consequências preocupantes para o nosso futuro.
Veja. Enquanto escolas particulares fazem experimentos com projetos colaborativos, moldando os pequenos para enfrentar os novos desafios que despontam, a educação pública parece estar regredindo, diluindo a já rala qualidade acadêmica de seus cursos.
A falência do setor público no Brasil e sua colossal ineficiência cavam na educação o seu buraco mais profundo.
A diferença na formação segue crescendo e com isso aumenta a distância entre os alunos das escolas privadas e os estudantes da rede pública. Lá do futuro, já consigo ouvir a gritaria da esquerda, esperneando contra injustiças e clamando por programas sociais e de distribuição de renda. Trataremos – como sempre fizemos – do sintoma. E o que é pior, o remédio receitado agravará a situação, pois reforçará os incentivos errados.
Estado pequeno, focando no básico: educação, segurança e saúde. Não há competência pública fora disso. O resto, deixa que o capitalismo resolve.
Mas há uma esperança fora dos muros das escolas. Hoje, a tecnologia permite um acesso à informação até há pouco inimaginável. Se os nossos jovens fizessem uso das mesma plataformas que utilizam para assistir aos vídeos da Anitta e do Whindersson Nunes para buscar educação, poderíamos ter uma chance de reverter esse gap.
Aqui na Empiricus, estamos fazendo a nossa parte. Durante esta semana, participamos da 5ª Semana Nacional de Educação Financeira, promovida pelo Banco Central e pela CVM. Elaboramos uma série de conteúdos exclusivos para trazer o mundo dos investimentos para a maior audiência possível.
Peço que compartilhe com as pessoas à sua volta o material que preparamos.
Deixo você agora com os destaques da semana.
Um abraço e boa leitura!
Caio
P.S.: Opções são um excelente instrumento para aproveitar assimetrias nos investimentos. O Rodolfo preparou um material de altíssima qualidade. Confira!
