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Resultados da Vale (VALE3), novo capítulo da reforma tributária e mais: veja os destaques desta quarta (24)

Ademais, o foco está hoje nos pedidos de bens duráveis de março nos EUA e na análise dos índices de sentimento empresarial da Alemanha e do Reino Unido

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Data de publicação
24 de abril de 2024
Categoria
Investimentos
Vale VALE3 resultados 1t24 reforma tributária
Imagem: Shutterstock

Bom dia, pessoal. No cenário internacional, o mercado de ações dos EUA está otimista, especialmente com a Tesla, que, apesar de uma significativa queda nos lucros, viu suas ações subirem mais de 10% no after hours devido aos planos de introduzir novos modelos de baixo custo. Mais resultados serão divulgados hoje e poderão moldar ainda mais as expectativas dos investidores. Paralelamente, no Brasil, onde a temporada de resultados também começou, destaca-se a Vale, que anunciará seus números após o fechamento do mercado. Entretanto, o mercado não vive apenas de resultados corporativos. Por exemplo, no âmbito geopolítico, o Senado dos EUA aprovou uma legislação que proíbe o TikTok, a menos que seu proprietário chinês venda a empresa dentro de 270 dias. Esse desenvolvimento não apenas impacta potencialmente a indústria de criação de conteúdo, mas também marca um novo episódio nas tensões entre os EUA e a China.

Ademais, o foco está hoje nos pedidos de bens duráveis de março nos EUA e na análise dos índices de sentimento empresarial da Alemanha e do Reino Unido. Na Europa, o Banco Central Europeu se aproxima de reduzir as taxas de juros se os dados corroborarem as expectativas dos seus representantes. Outros resultados financeiros são esperados do continente europeu, onde o mercado registra alta nesta manhã, assim como os futuros americanos. Isso ocorre após as bolsas asiáticas fecharem em alta significativa, reagindo ao fraco PMI dos EUA de ontem, que reacendeu esperanças de um possível corte de juros pelo Fed em breve. Enquanto isso, os preços do petróleo caem nesta manhã, mas o minério de ferro experimenta uma forte alta. No Brasil, aguarda-se a apresentação do texto que regulamenta a Reforma Tributária, marcando mais um capítulo dessa extensa saga.

A ver…

· 00:51 — A arrecadação forte do primeiro trimestre não empolga

No mercado local, o Ibovespa apresentou uma queda ontem, porém se manteve acima dos 125 mil pontos, influenciado pelo declínio nos preços das commodities, particularmente o minério de ferro. Hoje, observamos uma recuperação que poderia reforçar o índice. A performance negativa de terça-feira foi marcada pela queda das ações da Usiminas, que publicou um balanço do primeiro trimestre com projeções abaixo das expectativas, afetando negativamente o ânimo do mercado em relação ao setor. A divulgação do resultado da Vale, prevista para esta noite, é esperada para esclarecer mais o panorama para os setores de mineração e siderurgia. Um elemento crucial será o aumento da tarifa de importação de aço da China para 25% e a definição de cotas, o que, em teoria, deveria ser positivo para o mercado.

Na agenda econômica, estamos atentos à apresentação de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, considerado um dos principais candidatos a suceder Roberto Campos Neto no final do ano. Ademais, o relatório Focus ajustou para cima as projeções para a taxa Selic em 2024 e 2025, passando de 9,13% para 9,50% ao ano, e de 8,50% para entre 8,50% e 9,00% ao ano, respectivamente. As expectativas para a atividade econômica e a inflação também foram revistas para cima. Embora o relatório Focus tenha trazido notícias não tão animadoras, os dados de arrecadação de março contaram outra história. A Receita Federal do Brasil reportou uma arrecadação de R$ 190,6 bilhões em março, alinhada às expectativas do mercado e acumulando quase R$ 658 bilhões no primeiro trimestre. Destaca-se a contribuição dos fundos exclusivos, que geraram R$ 15 bilhões em arrecadação, superando as previsões. Apesar disso, os números robustos de arrecadação ainda são insuficientes para compensar o aumento dos gastos, o que limita seu impacto positivo no mercado.

· 01:48 — Voltamos ao debate da Reforma Tributária

Hoje, teremos o envio dos projetos de regulamentação da reforma tributária ao Congresso. Existe a possibilidade de o presidente Lula ir pessoalmente entregar o documento, que, segundo Haddad, tem 300 páginas. O ministro acredita na aprovação do texto até o final do ano e admitiu que pode haver alterações em alguns pontos, como a inclusão e exclusão de itens da cesta básica. O presidente da Câmara, Arthur Lira, prefere concluir a regulamentação da reforma neste semestre, porque o Congresso ficará esvaziado pelas eleições municipais a partir de agosto. Faz sentido. Quanto antes encerrarmos esse novo capítulo desta saga, melhor. Aliás, um ponto importante é que a regulamentação da reforma será feita em dois projetos de lei complementares (aprovados pela maioria absoluta dos membros da Câmara e do Senado) e um projeto de lei ordinário (aprovado pela maioria simples de cada Casa). 

O primeiro e principal projeto de lei complementar, que será enviado hoje ao Congresso, tratará das normas comuns do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) estadual e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) federal, novos impostos que serão criados pela reforma. Já o segundo projeto de lei complementar, que ainda passa por diálogo entre as partes envolvidas e que deve ser apresentado em breve apenas, terá questões específicas da transição do ICMS para o IBS, como a forma de organização do Comitê Gestor, a distribuição federativa da receita do imposto e o contencioso administrativo do novo tributo estadual. Olhando para o todo, estou otimista sobre o quanto a reforma do IVA levará a economia a crescer. Quando estiver plenamente implementada (o que pode demorar) vai melhorar o crescimento do País e até antes; afinal, um sistema tributário mais simples é sempre bem-vindo.

· 02:37 — Um novo ritmo de atividade

Nos Estados Unidos, os três principais índices do mercado de ações encerraram o dia em alta pelo segundo dia seguido, refletindo a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro em comparação com os picos de abril. Essa tendência veio à tona após indicadores mostrarem um crescimento mais moderado da atividade empresarial no país neste ano. Especificamente, o rendimento dos títulos do Tesouro de 2 anos recuou para 4,93%, depois de ter alcançado 5% no início do mês, enquanto o de 10 anos diminuiu para 4,61%.

Embora dados recentes apontem para uma inflação acima do esperado, ainda considero improvável que o Federal Reserve (Fed) decida por novos aumentos nas taxas de juros. Apenas um acentuado ressurgimento inflacionário, acompanhado de um aumento nas expectativas de preços, poderia justificar uma política monetária mais restritiva. Em contrapartida, observo uma maior probabilidade de o Fed manter as taxas estáveis, especialmente se os indicadores de inflação e crescimento superarem as expectativas de forma positiva. Além disso, se o cenário inflacionário permitir, antecipo a possibilidade de dois cortes nas taxas de juros em 2024, sendo o primeiro em setembro e o segundo em dezembro.

· 03:25 — Otimismo com a Tesla

Os destaques da semana até o momento incluem os resultados financeiros, com destaque para Spotify e General Motors, que apresentaram números favoráveis. Embora a temporada de balanços esteja apenas começando, dados da FactSet indicam que, das cerca de 100 empresas do S&P 500 que já divulgaram seus resultados até ontem, 76% superaram as expectativas do mercado, o que é um indicativo positivo. No entanto, nem mesmo as vendas de iPhones da Apple, que tiveram seu pior trimestre na China desde 2020, conseguiram desviar a atenção do mercado da Tesla. As ações da Tesla experimentaram uma alta nas negociações pós-mercado na terça-feira, apesar de terem divulgado lucros e receitas abaixo das previsões pelo terceiro trimestre consecutivo. Os investidores estão focados nos planos da empresa de lançar modelos mais acessíveis.

A Tesla, que observou uma diminuição nas vendas, tem planos de iniciar a produção de veículos mais econômicos antes do segundo semestre de 2025, uma promessa anterior da empresa. Atualmente, porém, a situação financeira da empresa mostra sinais de pressão, com uma queda de 47% no lucro anual, chegando a 45 centavos por ação, e uma redução de 9% na receita, totalizando US$ 21,3 bilhões. Em resposta à queda, a Tesla também optou por reduzir 12% de seus empregados de fábrica no Texas, o que representa cerca de 2.700 funcionários. Apesar desses desafios, as ações da empresa conseguiram manter o otimismo do mercado nesta quarta-feira. Ainda para esta semana, aguardamos os resultados da Meta e, posteriormente, de Microsoft e Alphabet.

· 04:12 — Intervenção no Japão

O Japão está à beira de intervir no câmbio se o iene continuar a enfraquecer. Com as taxas de juros dos EUA e do Japão permanecendo inalteradas, a rápida desvalorização do iene em relação ao dólar pode provocar uma ação oficial. Além disso, a reação do mercado a recentes dados econômicos dos EUA poderá influenciar uma decisão de intervenção pelas autoridades japonesas. O iene, que havia atingido os menores valores em 34 anos, se recuperou significativamente após relatos do Nikkei de que o Banco do Japão discutirá a fraqueza da moeda na próxima reunião de política monetária.

Mitsuhiro Furusawa, ex-vice-ministro das Finanças do Japão, considera a possibilidade de um aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão já em julho, embora a maioria do mercado não preveja mudanças para a reunião desta semana. O Japão experimenta um período peculiar: a economia mostra robustez, a inflação dá sinais de aquecimento após décadas de inatividade, e o mercado de ações alcançou recentemente novas máximas históricas. Apesar disso, a vulnerabilidade do iene é motivo de preocupação, especialmente num contexto em que as taxas de juros nos EUA permanecem altas por um período prolongado. Isso mostra que não são apenas os países emergentes que enfrentam desafios cambiais.

· 05:04 — A taxação do aço vem aí

O vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, anunciou a imposição de cotas de importação para determinados produtos, estabelecendo uma tarifa de 25% para volumes que excedam esses limites. Esta medida, que afeta 11 categorias da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCMs) relacionadas à siderurgia, reflete as pressões externas enfrentadas pelo governo, embora o setor siderúrgico tenha inicialmente solicitado cotas para até 31 itens de um total de cerca de 200 NCMs. Contudo, apenas 11 foram aprovados e ainda estão pendentes de divulgação.

Segundo Alckmin, as cotas são calculadas com base na média das importações entre 2020 e 2022, acrescidas de 30%. Importações que ultrapassarem esse limite estarão sujeitas à alíquota mais alta. Esta política visa atenuar os efeitos de um aumento substancial nas importações de certos itens de aço, que em alguns casos chegou a mais de 1000%. Naturalmente, a siderurgia é considerada um setor estratégico para o desenvolvimento nacional, portanto, recebe atenção especial.

Tais medidas são vistas como esforços para combater práticas de dumping, onde o aço chinês é vendido internacionalmente a preços abaixo do custo de produção, o que prejudica a competitividade local. 

Já mencionada neste espaço no passado, a…