Investimentos

‘Trump negociar com a Rússia sem a participação da Ucrânia pode gerar uma grande reação da UE’, afirma estrategista-chefe da Empiricus

Felipe Miranda fala sobre outros dois pontos de atenção para o mercado financeiro: as tarifas de Trump e o risco de fragmentação da direita brasileira em 2026

Por Bruna Vogel

24 fev 2025, 11:56 - atualizado em 24 fev 2025, 11:56

EUA e UE

Imagem: iStock/Ruma Aktar

Desde que tomou posse como presidente dos EUA, Donald Trump tem pressionado por um cessar-fogo para o conflito entre Rússia e Ucrânia em negociações diretas com Moscou.

Esse posicionamento, segundo Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, deve ser acompanhado de perto pelo mercado financeiro pelas reações que pode provocar, em especial por parte da União Europeia.

Além disso, Miranda cita outros dois pontos de atenção para os investimentos no curto e médio prazo: o “tarifaço” de Trump e o risco de fragmentação da direita brasileira nas eleições presidenciais de 2026. Acompanhe os detalhes da participação do analista no programa Radar BTG.

Rússia x Ucrânia: o “trem da pacificação” pode atropelar a União Europeia

De acordo com Miranda, as iniciativas de Trump de negociar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin, para buscar uma resolução para o conflito com a Ucrânia podem gerar uma forte reação da União Europeia. 

“O trem em direção à pacificação saiu da estação, mas a gente não sabe onde ele vai parar: [negociar] sem a participação da Ucrânia e sem conversar direito com a União Europeia pode gerar uma grande reação da UE contra Trump”, afirmou.

A estratégia do presidente Trump atropela os aliados ocidentais tradicionais dos EUA e gera incertezas sobre o futuro das relações internacionais e um possível fortalecimento de governos não-democráticos.

“Tarifaço” de Trump e fragmentação da direita brasileira são fatores de risco

As tarifas comerciais anunciadas por Trump desde que assumiu a presidência são outro fator de risco para os mercados, de acordo com Miranda.

“Essa é uma preocupação que teremos de conviver. Por enquanto, tem sido melhor do que as expectativas, mas obviamente é uma história a ser escrita ainda”, diz o analista.  

Outro ponto enfatizado por Miranda diz respeito ao risco de fragmentação da direita no Brasil nas eleições presidenciais de 2026, a depender do posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro frente às denúncias de tentativa de golpe em janeiro de 2023.

“Se Bolsonaro registrar a própria candidatura [em 2026] ou colocar a esposa, por exemplo, ele inviabiliza outros governadores de obterem amplo apoio da própria direita”, resumiu.

No programa, Miranda falou ainda sobre a perda de popularidade do presidente Lula e outros temas quentes do mercado financeiro. Acompanhe a íntegra da gravação clicando no vídeo abaixo.

Sobre o autor

Bruna Vogel

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo/USP e mestre em Estudos Latino Americanos e Caribenhos pela New York University/NYU, é redatora do site da Empiricus.