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2 CDBs e 1 LCA: Veja os títulos de renda fixa indicados para montar a carteira esta semana

Após as reuniões dos Bancos Centrais do Brasil e EUA para definição de taxas de juros, veja os reflexos na renda fixa.

Por Lais Costa

13 maio 2025, 13:33 - atualizado em 13 maio 2025, 13:35

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Imagem: iStock/ Baris-Ozer

A semana passada foi marcada pelas decisões dos Bancos Centrais ao redor do Mundo. Na quarta-feira (7), o comitê de política monetária dos EUA decidiu manter as taxas de juros inalteradas entre 4,50% e 4,25%, em linha com o esperado.

No comunicado, o comitê ressaltou o aumento dos riscos de alta tanto para o desemprego quanto para a inflação, mantendo assim, a neutralidade da comunicação em relação aos próximos passos. Em outras palavras, o Fed não se comprometeu com nenhum cenário à frente e preservou a flexibilidade para a atuação da política monetária.

Powell reforça que Fed não irá agir diante de incertezas tarifárias

Na coletiva de imprensa realizada após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, repetiu dezenas de vezes a palavra “espera”, indicando que o nível restritivo das taxas americanas hoje é apropriado e, que, portanto, não deve agir proativamente frente a uma deterioração de expectativas.

Powell afastou qualquer sinal de alarme imediato em relação aos efeitos das tarifas impostas pelo governo Trump e destacou que as tarifas ainda não refletiram nos dados econômicos, embora tenham elevado os riscos de inflação e desemprego. “As pessoas estão preocupadas com a inflação gerada por um choque tarifário, mas o choque ainda não chegou”.

Nesta manhã, o CPI de abril veio abaixo das expectativas do mercado (0,2% versus 0,3% m/m). Entre os destaques, o núcleo de bens surpreendeu para baixo, com alta marginal de 0,06% no mês e deflação em veículos usados. 

No outro extremo, o núcleo de serviços segue pressionado com alta de 0,3%. De maneira geral, o número não refletiu pressões das tarifas nos preços domésticos, contudo, já é esperado que os efeitos das políticas protecionistas apareçam gradativamente nos próximos meses.

BC sinaliza possível fim do ciclo de alta de juros

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) entregou uma alta de juros de 0,50 ponto percentual, elevando a taxa Selic para o patamar histórico de 14,75%, conforme amplamente esperado.

O comunicado que acompanhou a decisão trouxe um tom mais brando (dovish), com destaque para a inclusão de riscos de baixa para a inflação, e uma sinalização de postura ainda vigilante, o que sugere que o ciclo de alta pode ter chegado ao fim ou, ao menos, que uma nova alta adicional exigiria uma deterioração significativa do cenário para que acontecesse.

O BC retirou a avaliação de assimetria do balanço de riscos, outro ponto particularmente dovish.  Além disso, o BC reconheceu o estágio avançado do ciclo de aperto monetário e ajustou a prescrição da política monetária, passando de “mais contracionista” para “significativamente contracionista por um período prolongado”, e preferiu não se comprometer com um guidance futuro.

A ata divulgada nesta manhã (13) não trouxe elementos que mudassem o entendimento do comunicado. O comitê reforçou o aumento dos riscos externos e destacou a necessidade de “cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”

O Banco Central claramente demonstrou o desejo de encerrar o ciclo de alta da Selic. Contudo, uma alta adicional de 25 pontos-base adiaria a discussão de corte, o que seria positivo, dado o qualitativo ruim da inflação corrente e a desancoragem das expectativas futuras.

Olhando para o passado, após o fim do ciclo de alta, em geral, os juros permanecem inalterados por três reuniões e então se inicia a discussão de afrouxamento monetário.

Hoje o mercado atribui cerca de 50% de chance de uma alta na reunião de junho e aproximadamente a mesma chance de corte desta magnitude em dezembro.

Dada a reação positiva do mercado após o último Copom, vemos um risco maior de um início de corte de juros com um ritmo mais acelerado de 50 pontos-base já em dezembro.

Ainda no Brasil, o IPCA de abril divulgado na sexta-feira (9), veio levemente acima das expectativas (0,43% vs 0,42% m/m). Na comparação anual, o índice acelerou para 5,53%. 

Entre os detalhes, o preço dos alimentos desacelerou com a queda da contribuição do arroz e do mamão. No grupo dos semiduráveis, houve aceleração importante de roupas, que teve a sua maior contribuição para o indicador desde dezembro, acima, inclusive, da sazonalidade do período.

O núcleo de serviços segue pressionado. A média móvel de três meses anualizada e dessazonalizada ainda aponta para uma inflação acima de 6% para serviços intensivos em mão de obra.

Ainda assim, o período de sazonalidade mais positiva para os preços domésticos nos próximos meses, somado a uma performance forte do real e dados mais leves de inflação nos EUA, devem preservar o espaço para o BC se manter parado. 

Para as estratégias em renda fixa, o cenário fica mais favorável para ativos de maior risco como os prefixados e indexados à inflação de prazo mais longo.

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Cardápio da semana

Características do CDB IPCA+ do Paraná Banco
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual 
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)17/04/2030 (1800 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 7,64% a.a.
Tributação15,00%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
Características do CDB  IPCA+ do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Daycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaR$ 10 milhões
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)17/05/2027 (734 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 8,50% a.a.
Tributação15,00%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação18h
Características da LCA prefixada do Banco Inter
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA+ (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Inter
Aplicação mínimaR$ 50,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)03/05/2027 (720 dias corridos)
Rentabilidade anualaté 12,08% a.a.
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação21h55
A LCA do Banco Inter oferece rentabilidade de 12% a.a. para investimentos de até R$250 mil e chega a 12,08% a.a. para valores acima de R$1 milhão. Além disso, a taxa líquida da LCA é equivalente a uma taxa bruta de um CDB de até 14,64% a.a..

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 13 de maio de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (5).

Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos. 

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.