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Apple (AAPL34) é mais uma Big Tech a apresentar queda nos números do 4T22; veja a recomendação da Empiricus Research para a ação

Vendas de iPhones e Macbooks vêm abaixo do esperado e receita da Apple cai na comparação anual

Por Richard Carboni Camargo

3 de fevereiro de 2023, 09:29

Apple AAPL34
Imagem: Divulgação/Apple

A Apple (Nasdaq: AAPL | B3: AAPL34) divulgou na noite de quinta-feira (2) seus resultados do 4T22, com a maior queda em suas receitas trimestres desde 2016.

No total, a Apple apresentou uma receita de US$ 117,1 bilhões no trimestre, 5% inferior na comparação anual e 3,8% abaixo do esperado pelo mercado.

Imediatamente após a divulgação, as ações passaram a cair 4% no pregão noturno.

iPhones e Macbooks vendem abaixo do esperado

Entre as linhas de negócio, a receita com a venda de iPhones somou US$ 65,7 bilhões, um valor 5% abaixo do esperado.

Como o valor na nova geração de iPhones manteve o mesmo ticket da anterior, a desaceleração é facilmente atribuída a uma queda nos volumes: com a recessão batendo na porta, não está fácil fazer o upgrade. 

No segmento de PCs, a venda de Macbooks totalizou US$ 7,73 bilhões, queda de 28% versus o ano anterior e 18% abaixo do esperado.

Como vimos nas últimas semanas, através dos resultados da Intel e da AMD, as vendas de PCs estão caindo entre 40% e 50%, ainda sofrendo a ressaca da pandemia. 

Uma dinâmica parecida foi observada na linha de “wearables”, que compila produtos como Apple Watch, AirPods e outros: as vendas caíram 8,2% na comparação anual, somando US$ 13,4 bilhões.

A única vertical de negócios a apresentar crescimento foi a de serviços, que compila as receitas da Apple Store, do iCloud e outros. Nesta vertical, a Apple teve receitas de US$ 20,7 bilhões, crescimento de 6,5% na comparação anual.

Sob uma perspectiva geográfica, a única região a surpreender positivamente foi a China, com vendas 9% acima do esperado.

Em termos de rentabilidade, a margem bruta foi de 43%, em linha com o histórico.

Apple segue como recomendação da Empiricus Research

Apesar do trimestre mais fraco, a geração de caixa livre somou US$ 30,2 bilhões e a Apple devolveu US$ 23 bilhões aos acionistas através de dividendos e recompra de ações, cerca de 5% a menos que no mesmo período de 2022.

A Apple foi a última das Big Techs a ver seus resultados desacelerar em meio ao ciclo de aperto monetário. O efeito tardio vem justamente depois de um excelente rally das ações, que subiram 16% desde o início de 2023.

Negociadas a 25 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, as ações da Apple estão presentes na série Investidor Internacional há mais de 5 anos e acumulam um retorno de 308% no período, em dólares.

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.