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As quatro ações que podem voar no pós-pandemia: conheça o ‘kit aglomeração’

As ações certas dos setores que mais sofreram com a pandemia podem crescer fortemente na reta final da crise: saiba quais são!

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Data de publicação
27 de abril de 2021
Categoria
Investimentos

A crise global causada pelo novo coronavírus fez os preços de muitos ativos despencarem, porém alguns setores foram mais punidos do que outros. Vamos entender, neste artigo, quais são as ações certas para aproveitar esse momento histórico de baixa e surfar na retomada dessas empresas antes que seja tarde demais.

Estamos falando de empresas que, por consequência das medidas restritivas da pandemia, como o isolamento social, sofreram com um efeito vendedor forte: ninguém queria ter esses papéis no seu portfólio.

No entanto, a crise não destruiu essas companhias.

É fato que os shoppings, viagens aéreas, redes de varejo e até parques temáticos não serão extintos, mas… quais ações desses setores realmente são dignas do seu investimento?

Rodolfo Amstalden, Cristiane Fensterseifer, Max Bohm e João Piccioni, todos analistas da Empiricus, recomendam quatro ativos para aproveitar a reta final da pandemia e pegar a retomada da economia na veia.

Azul (AZUL4), por Rodolfo Amstalden

Se as restrições da pandemia não nos deixavam nem sequer sair de casa com frequência, imagina fazer viagens aéreas para outros lugares do país e do mundo. Pois é, as ações da Azul (AZUL4) sentiram isso em primeira mão: se desvalorizaram mais de 75% entre fevereiro e março de 2020.

Precisamos entender, porém, duas coisas:

  1. As viagens de avião não vão deixar de existir;

  2. A Azul (AZUL4) é a companhia certa para surfar na reabertura do setor de viagens no Brasil.

O primeiro ponto, quando alinhado com a queda meteórica do valor de AZUL4 no ano passado, aponta veementemente para uma única conclusão: pode ter oportunidade aí.

Então, se o setor não foi extinto e sofre impactos temporários, quais motivos levam Rodolfo Amstalden a escolher justamente AZUL4, considerando a companhia como a melhor entre seus pares?

A Azul se sobressai pela experiência dos clientes e sua abrangência da malha aérea.

Antes da Azul chegar ao mercado, em 2008, a situação era tensa e Rodolfo nos conta sua experiência, na qual Gol e Latam provocam a mesma sensação: “quando escolho voar de Gol, fico me perguntando o porquê de não ter escolhido a Latam; e quando, na vez seguinte, opto pela Latam, lembro-me exatamente o motivo que havia me levado a voar de Gol”.

Assim, o diferencial da Azul tem sido melhorar a experiência das pessoas em seus aviões ao desenvolvê-los com mais espaço para as pernas, oferecer melhores serviços durante o voo (refeições melhores aqui) e até telas individuais nas cadeiras.

Além disso, a atuação da Azul vai além da tríade priorizada pela concorrência — São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, pois atende o Brasil inteiro.

Fonte: Azul | Elaboração: Empiricus

Esses dois diferenciais competitivos permitem que a Azul imponha tarifas mais elevadas, obtendo, assim, as melhores margens do mercado aéreo (desbancando até mesmo a concorrência internacional que opera no Brasil).

Outro ponto é que a Azul lançou a Azul Cargo, focada no transporte aéreo de cargas.

Essa é uma frente de negócios importantíssima para a empresa porque surfa na ascensão do e-commerce brasileiro e tem ajudado a companhia a equilibrar os impactos da redução drástica de demanda do transporte de passageiros.

Na linha Azul Cargo, também podemos destacar que é uma operação com margem vantajosa, uma vez que utiliza o espaço vazio dos porões (bagageiro) dos aviões, descartando maiores investimentos no projeto.

Todos esses fatores — com ênfase na capilaridade geográfica da Azul, que faz a companhia se beneficiar da retomada das viagens aéreas no país inteiro — levam Rodolfo Amstalden a sugerir que você compre AZUL4 e faça dinheiro com a normalização que virá após a vacinação em massa.

Essa foi apenas uma das indicações do Rodolfo em sua série Empiricus Fire, que segue a filosofia de investimentos “Financial Independence, Retire Early”, ou seja, independência financeira e aposentadoria precoce. Para saber todas as recomendações que ele faz (são mais de 30 ativos estrategicamente selecionados) e viver de renda em qualquer idade, esse é o caminho.

Jereissati Participações (JPSA3), por Cristiane Fensterseifer

Você pode nunca ter ouvido falar da Jereissati Participações, uma holding — empresa que investe em outras empresas — do segmento de shoppings centers, mas deve conhecer a sua principal empresa controlada: Shopping Iguatemi.

A holding existe desde 1946 e já participou de vários setores, passando pelo têxtil, metalúrgico, comunicações e, finalmente, aterrissando no de shoppings. Atualmente, é a controladora da Iguatemi (IGTA3), com uma participação de 50,61%.

Os passeios no shopping simplesmente deixaram de existir durante a pandemia e o setor foi um dos mais prejudicados: no caso de JPSA3, houve uma queda de 51,65% entre fevereiro e março de 2020.

Mas há duas sacadas aqui:

  1. O preço não ter se recuperado até hoje;

  2. Há um desconto de holding.

O valor de JPSA3 continua baixo em decorrência da pandemia, que tornou a ação nada atrativa… mas, ainda assim, a empresa é excelente e, aqui no Brasil, os shoppings são, além de centros comerciais, espaços de lazer (leia-se aquele bom passeio com pessoas que você gosta).

Isso significa que esses lugares não estão condenados para sempre e esperar a economia reabrir para comprar JPSA3 pode ser como jogar a chance de lucrar com a ação pela janela.

Além disso, as operações do Grupo Iguatemi possuem diferenciais competitivos nítidos e complementares frente aos seus pares, dentre os quais podemos destacar:

  • Classes A e B como público-alvo, ou seja, consumidores com maior poder de compra;

  • O melhor índice de vendas por metro quadrado, atraindo mais marcas premium;

  • Pontos de locação muito disputados por lojistas de alta qualidade, o que diminui o risco de vacância.

Bom, a indicação da Cris Fensterseifer sobre JPSA3 segue o princípio clássico de “comprar na baixa e vender na alta”, além da empresa ter vantagens difíceis de serem superadas. Mas… se comprar JPSA3 é uma forma indireta de comprar IGTA3, porque a preferência pela holding?

Isso nos leva ao segundo ponto citado, de que há um valor menor do que o justo por JPSA3.

As holdings costumam ser negociadas com desconto quando comparadas com seus principais ativos, como podemos ver no caso de Itaúsa (ITSA4) e Itaú (ITUB4); Gerdau Metalúrgica (GOAU3) e Gerdau (GGBR4); e Bradespar (BRAP4) e Vale (VALE3).

Só que o desconto em JPSA3 foi exagerado nessa crise.

Os resultados da análise feita pela analista da Empiricus, Cris Fensterseifer, são de que comprar JPSA3 atualmente é como comprar IGTA3 com 30% de desconto, quando o desconto justo sobre as ações é de 20%.

Apenas esse fator já traz um upside (potencial de valorização) muito interessante, mas, quando somado com a recuperação econômica e a liberação de aglomeração após a vacinação em massa, as coisas ficam ainda melhores: o cenário modesto da Cris aponta 50% de upside.

Assim, a sugestão da Cris é que você compre JPSA3 para poder ter um lucro considerável em alguns meses, comemorando o fim da pandemia com muito dinheiro no seu bolso.

Essa é apenas uma das ações que a Cris sugere na série Empiricus Best Ideas, que reúne as melhores ações recomendadas em todas as séries da Empiricus. Para entender o racional de JPSA3 mais profundamente e descobrir as 14 melhores ações sugeridas em toda a Empiricus que constam na série da analista, saiba mais aqui.

Lojas Renner (LREN3), por Max Bohm

A indicação de Lojas Renner (LREN3) chega para aproveitar a retomada econômica do varejo e se beneficia direta e intensamente da reabertura de shoppings, onde se encontram 95% das lojas da empresa.

Para Max, “as lojas satélites — que não fazem parte de uma rede ou cadeia de varejo — foram as que mais fecharam as portas, enquanto as lojas âncoras, mais resilientes na crise, estão com mais poder de barganha do que nunca”.

Isso significa que LREN3 está mais forte e presente do que os momentos pré-crise.

Ela saiu fortalecida porque, diferentemente das marcas pequenas em lojas satélites, Lojas Renner possui solidez financeira, capital de giro, acesso a crédito e rapidez para ajustes operacionais (vantagens mais do que necessárias para sair na frente na retomada econômica).

Além disso, o momento é especial.

LREN3 não foi recomendada por Max Bohm em 2019 porque estava na casa dos R$ 50 (depois de se valorizar quase 70%) e, assim, não tinha mais um crescimento tão exorbitante para oferecer.

Só que a pandemia derrubou LREN3 para R$ 30 e, atualmente, as ações da empresa são negociadas por cerca de R$ 40.

A reação da empresa foi rápida e eficiente, conseguindo reduzir os impactos da crise com as seguintes medidas:

  • Preservação de caixa ao suspender a inauguração de lojas;

  • Sofisticação do seu e-commerce; e

  • Lançamento de uma estrutura omnichannel, que integra a experiência física e digital dos consumidores.

Em português claro, Lojas Renner tem dinheiro para retomar suas operações com firmeza e pode atender seus clientes tanto pelo site quanto pelas mais de 500 unidades distribuídas pelo país, surfando duplamente no aumento de e-commerce e no ganho de mercado com a expansão de lojas.

Além disso, por uma questão comportamental, o varejo de vestuários e calçados foi um dos mais impactados durante a pandemia (afinal, confinados em casa, não precisamos atualizar nossos armários com frequência). Assim, o upside é ainda mais relevante com a volta à normalidade.

Para Max, o avanço da vacinação do grupo de risco, acompanhado com a reabertura da economia, vai impulsionar as operações da Lojas Renner (LREN3) para os seus níveis pré-crise, ou seja, podemos nos beneficiar do tropeço causado pela pandemia.

A sugestão do Max, portanto, é que você compre LREN3.

Preciso dizer, no entanto, que LREN3 é apenas uma das oportunidades garimpadas pelo Max na sua série As Melhores Ações da Bolsa. Para ter acesso à lista completa com outras 18 recomendações, suas teses e plantões de dúvidas exclusivos, clique aqui.

The Walt Disney Company (DISB34), por João Piccioni

Por fim, uma empresa internacional que você já deve conhecer: a Disney (representada, aqui, por DISB34, o BDR da companhia). Afinal, porque aproveitar apenas a retomada brasileira se esse é um fenômeno global? 

A empresa do Mickey também sofreu impactos consideráveis (entretanto, mais suaves em termos comparativos) no pânico da pandemia, com seu BDR (DISB34) desvalorizando-se quase 30% entre fevereiro e março de 2020.

É verdade que, desde então, a ação não apenas se recuperou como também superou, com folga, os patamares pré-crise. No entanto, a companhia ainda enfrenta dificuldades operacionais e pode destravar muito valor com o fim definitivo da pandemia.

Vamo entender isso melhor, começando pelas linhas de negócios que geraram um faturamento de US$ 71 bilhões para a Disney em 2020:

  • Redes de Televisão (40% do faturamento);

  • DTC e Internacional (24% do faturamento);

  • Parques, Experiências e Produtos (23% do faturamento); e

  • Estúdios (13% do faturamento).

Exceto pelo segmento DTC e Internacional (serviços de streaming, como o Disney+, e unidades de negócios internacionais da Disney, ou seja, suas empresas controladas pelo globo), a coisa ficou feia para o Mickey.

Não se engane: nem mesmo a linha de Redes de Televisão escaparam.

Os campeonatos esportivos que geram receita para as transmissoras da Disney (por meio de publicidade) foram adiados ou cancelados; os parques, cruzeiros e outras experiências físicas deixaram de existir no último ano; e os cinemas foram completamente fechados.

Enquanto isso, o lançamento do Disney+ e sua maturação no mercado (criação de conteúdo e expansão para mais países) conseguiram carregar a empresa e reduzir o prejuízo das outras frentes de negócio.

A grande jogada por trás da compra de DISB34, no entanto, é que o mercado ainda não soube precificar a nova plataforma de streaming da Disney.

João Piccioni, nosso analista de mercados internacionais aqui na Empiricus, fez as contas e descobriu que, caso as metas da Disney sejam alcançadas, teremos o seguinte valuation da empresa do Mickey:

  • A parte digital pode atingir US$ 325 bilhões; e

  • A parte física pode atingir até US$ 190 bilhões.

A totalidade do conglomerado nesse cenário, portanto, é de US$ 515 bilhões. Porém, o valor de mercado atual da Disney está na casa de meros US$ 332 bilhões, ou seja, é como se você pagasse pela parte digital e levasse todo o resto da companhia praticamente de graça.

Para João Piccioni, se trata de “uma verdadeira barganha por uma empresa de qualidade”.

Além do preço descontadíssimo (se as metas forem atingidas, claro), a retomada da economia vai impulsionar as três frentes da empresa que ficaram para trás durante a pandemia, normalizando a rentabilidade de suas operações (a receita líquida do 1T20 foi de cerca de 22% inferior na comparação anual) e destravando valor para os investidores.

DISB34 proporciona a oportunidade ideal para aproveitar a retomada global da economia ao mesmo tempo em que te torna sócio de uma das empresas mais icônicas do planeta por um preço super atrativo.

A sugestão de João Piccioni, portanto, é que você compre DISB34 e tenha o Mickey como sócio.

Além do BDR da Disney, João indica outras 15 empresas internacionais que podem multiplicar o seu patrimônio e garantir a diversificação do seu portfólio. Para ter acesso à lista completa e suas respectivas teses durante sete dias gratuitos, entenda mais aqui.