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Investimentos

B3 (B3SA3): queda nos dados operacionais de setembro refletem aversão ao risco

Apesar da performance desanimadora no mês de setembro, seguimos construtivos com a tese de investimentos em B3

Por Larissa Quaresma, CFA

18 de outubro de 2023, 16:45

Imagem representando a B3, mostrando uma imagem interna com o logo da B3. b3sa3 dividendos

A aversão global ao risco, puxada pela alta nas taxas de juros de longo prazo americanas, culminou em um setembro sem brilho para a renda variável local. Com seu resultado ligado principalmente à atividade do mercado de ações, a B3 (B3SA3) apresentou uma prévia operacional fraca no mês. 

No segmento mais relevante para a empresa, o de Ações Listadas, o volume financeiro médio diário foi de R$ 23,3 bilhões, queda de 8% em relação ao mês anterior, e de 21% contra setembro/22. O comportamento do giro de mercado foi semelhante, atingindo 130%, mas com queda tanto na comparação mensal quanto na anual. 

Fonte: B3

Já na vertical de Juros, Moedas e Mercadorias Listados, o volume médio diário foi 5,6 milhões de contratos, redução mensal de 8%, mas 5% maior na comparação anual. A receita média por contrato foi de R$ 1,64, alta mensal de 14%, mas 16% menor anualmente.

Ao contrário do último mês, o segmento que concentra os instrumentos de Balcão não se destacou. As novas emissões de renda fixa caíram 13% mensalmente e 1% anualmente, para R$ 1,4 bilhão. As novas emissões de derivativos somaram R$ 1,0 bilhão, queda mensal de 2%, e alta anual, de 3%.

Por fim, os segmentos de Infraestrutura de Financiamento e Tecnologia, Dados e Serviços, também não se sobressaíram. O total de veículos financiados reduziu 9% mensalmente, mas avançou 7% na comparação anual; e o número de participantes que usaram o balcão cresceu 1% mensalmente e 9% anualmente.

B3SA3: recomendação de compra

Apesar da performance desanimadora no último mês, seguimos construtivos com a tese de investimento em B3. Olhando para o cenário local, acreditamos que não houve mudança fundamental no Brasil para que o início de um ciclo mais positivo para os ativos de risco — principal pilar da tese de B3 — saia de cena.

Os ventos contrários vieram de contornos globais mais restritivos, mas que devem encontrar seu equilíbrio. Negociando a 14x seu lucro estimado para 2024, mantemos B3 no book de ações.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.