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Bitcoin: ex-diretor da Coinbase viraliza ao apostar que criptomoeda valerá US$ 1 milhão no curto prazo; entenda o caso e veja se é possível

Investidor indiano Balaji Srinivasan colocou US$ 2 milhões na mesa ao apostar em uma hiperinflação nos EUA que levaria o bitcoin a uma guinada de mais de 3.300%

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Data de publicação
27 de abril de 2023
Categoria
Investimentos
Alta do bitcoin BTC chega a US$ 30 mil
Crédito: Unsplash

O investidor e ex-diretor da Coinbase Balaji Srinivasan viralizou no último mês ao apostar US$ 2 milhões que o bitcoin baterá US$ 1 milhão até o dia 17 de junho.

A aposta do investidor indiano se baseia na possibilidade de os Estados Unidos enfrentarem uma crise que levaria a um cenário de hiperinflação, com forte desvalorização do dólar. 

Assim, o mercado se voltaria para o bitcoin, o que faria o preço da criptomoeda disparar e atingir o patamar milionário. 

A aposta foi feita no dia 17 de março com dois usuários do Twitter, e firmada por um smart contract (contrato inteligente).

Fonte: Ecoinometrics | Tradução: Empiricus Cripto

Cenário (muito) improvável, mas não impossível 

Para o head de criptomoedas da Empiricus Research, Vinicius Bazan, embora o bitcoin seja um ótimo investimento, o cenário é improvável. 

Por outro lado, os EUA vivem uma posição fiscal desafiadora que pode desencadear uma série de problemas. Como mostra o gráfico abaixo, a dívida do governo norte-americano é 29% maior do que tudo que o país consegue produzir em 1 ano. 

Débito Nacional como % do PIB | Fonte: Trading Economics

“Em outras palavras, a conta não fecha”, explica Bazan. Um possível calote da dívida teria um efeito terrível para a economia americana.

“A combinação de posição fiscal esticada, corpo político interno dividido, somados a um dólar que tem sua soberania progressivamente desafiada por acordos comerciais entre os chineses, os países emergentes e outras nações, torna essa hipótese algo plausível”, diz o analista. 

Por esses fatores, o mercado passou a precificar o risco de calote através dos CDSs (credit default swaps), um seguro contra o calote da dívida. 

Na última segunda-feira (24), os CDSs apontavam 2% de chance de haver calote até junho. “Caso você esteja se perguntando, isso não é pouco”, responde Bazan.

Como se não bastasse, o lendário investidor norte-americano Warren Buffett tomou as manchetes na última semana ao afirmar que a crise bancária norte-americana ainda não acabou.

Será o calote das dívidas o fator que levaria a uma maior quebradeira dos bancos? “Difícil de dizer”, aponta Bazan.

“Estamos vendo uma evasão de dinheiro das contas de depósitos, tanto em “bancões” quanto em bancos americanos menores, o que dificulta ainda mais a atividade de empréstimos do setor, bem como a sua situação financeira em um cenário em que os juros ficaram rapidamente maiores”, explica.

Bom, se a aposta de Srinivasan é improvável, ao menos a intuição do investidor é boa. Nos primeiros meses de 2023, a consequência da quebradeira dos bancos foi a disparada do bitcoin. 

Uma nova crise poderia ocasionar uma nova alta da criptomoeda, embora o valor de US$ 1 milhão seja extremamente otimista.

Bitcoin já subiu 75% no ano e é recomendação de compra da Empiricus Research

Fato é que, ainda que a possibilidade de o bitcoin chegar a US$ 1 milhão no curto prazo seja pequena, o principal criptoativo do mercado já subiu quase 75% no ano, e está cotado a US$ 29.015 na manhã desta quinta-feira (27). Nada mal, né?

A Empiricus Research recomenda uma posição majoritária em bitcoin (BTC) em uma carteira de criptomoedas, que deve corresponder a uma pequena parcela do patrimônio total do investidor.