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Investimentos

Como escolher um fundo multimercado em época de juros baixos

Os fundos multimercados ganharam com o corte de juros. Mas, agora que a expectativa é que a taxa Selic se estabilize, a dúvida é se os multimercados irão perfomar tão bem como no período de juros em queda. Saiba aqui como escolher e o que analisar antes de entrar em um fundo multimercado.

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Data de publicação
8 de dezembro de 2017
Categoria
Investimentos

Historicamente, os gestores de fundo multimercado no Brasil ganham mais em períodos de cortes de juros. Eles aproveitam bem as arbitragens entre diferentes vencimentos, usam alavancagem, aumentam e reduzem posições para se aproveitar dos movimentos de curto prazo. Tanto é que nos últimos 12 meses muitos tiveram ganhos que ultrapassaram 150% do CDI.

A partir de agora, os juros devem se estabilizar próximo aos 7% e os ganhos dos multimercados podem diminuir um pouco. O que não significa que seja a hora de desistir desse tipo de aplicação.

O multimercado é importante na sua carteira justamente pela flexibilidade na troca rápida de posições dos ativos e pela diversificação que proporciona, uma vez que é um fundo onde se pode investir em todo os tipos de ativos: Bolsa de Valores, moedas, renda fixa, ouro e aplicações no exterior, por exemplo.

“Os multimercados exigem paciência, porque os gestores têm teses de investimentos e elas levam tempo para se realizarem. Por isso, é bom ter um prazo de investimento de pelo menos dois ou três anos”, explica a planejadora financeira certificada Luciana Seabra, autora da série Os Melhores Fundos de Investimento, da Empiricus.

Escolhendo um fundo multimercado

Antes de embarcar em qualquer multimercado, é preciso ficar atento a alguns pontos e assim fugir das enrascadas. Veja o que analisar:

• Avalie o histórico de longo prazo do fundo;
• A forma de trabalho da equipe;
• Se o gestor é capaz de navegar em diferentes cenários e ativos;
• Se a equipe e o gestor estão alinhados com o seu objetivo;
• Leia o regulamento do fundo para ver se as estratégias do multimercado escolhido estão alinhadas com você;
• Considere os valores mínimos para investimento e para cada novo aporte;
• Também é preciso considerar as taxas de administração e performance;
• Se quiser mais de um multimercado na carteira, escolha fundos com perfis de gestores diferentes para mesclar estratégias.

Como funciona a tributação?

Nos fundos multimercados, além do Imposto de Renda (IR) com tabela regressiva, há o come-cotas, o que significa que o recolhimento da tributação não ocorre apenas no momento do saque, mas a cada seis meses. Os recolhimentos ocorrem nos últimos dias úteis de maio e novembro sob a alíquota de 15%.

Já na hora do saque, se você tiver pago o come-cotas, paga apenas o restante do imposto devido, conforme a tabela regressiva do IR. Assim se você sacar em menos de seis meses, paga 22,5% sobre o ganho de rendimento. Essa alíquota cai para 20% no período de seis meses a um ano. Já a alíquota de 17,5% é paga por quem saca entre um e dois anos. Porém, se o resgate for feito dois anos após o investimento, chega-se à menor alíquota, de 15%.