Investimentos

Intelbras (INTB3) e Hypera (HYPE3) não reagiram bem aos resultados do 2T23; o que fazer com as ações?

Mercado não se empolgou com os resultados da Intelbras e da Hypera. Oportunidade de compra ou hora de fugir dos papéis?

Por Juan Rey

03 ago 2023, 13:10 - atualizado em 03 ago 2023, 18:51

intelbras intb3

As ações da Intelbras (INTB3) e da Hypera (HYPE3) não responderam bem aos resultados operacionais do segundo trimestre (2T23).

A primeira divulgou o resultado após o fechamento de mercado de quinta-feira (27). No dia seguinte, as ações chegaram a cair mais de 12% ao longo do pregão, e encerraram a sexta-feira com baixa de -9,9%.

Nos dias subsequentes, os papéis da Intelbras chegaram a subir, mas não voltaram ao patamar de R$ 25,20, visto antes da divulgação.

A forte queda foi em decorrência do resultado pior que o esperado no segmento de energia solar

No entanto, para o co-fundador e estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, a queda é exagerada e não reflete o que é a empresa. 

“Pessoalmente, acho que é uma grande oportunidade de compra. Estressamos bastante o modelo, fizemos estimativas bem conservadoras para o [segmento] solar e chegamos num preço-alvo de R$ 30,00”, afirmou. 

O preço-alvo, que já considera um cenário desfavorável para o setor, representa um upside de 27,6% em relação ao fechamento de mercado da última quarta-feira (2).

Mais à frente, o analista vê possibilidade de uma alta ainda maior. “Poderia buscar de R$ 35 a R$ 40 no caso de uma melhora no solar e com as parcerias que tem para fazer no segmento de comunicação, principalmente na China”. 

“Acho uma rara oportunidade de compra, uma daquelas chances que o mercado dá de tempos em tempos de comprar empresas muito boas e baratas”, concluiu Miranda.

Rodolfo Amstalden, também co-fundador da Empiricus, vai na mesma linha. Segundo ele, não é porque o segmento de energia solar foi mal que a empresa inteira deve ser recriminada. Ele ainda vê atratividade no core business da companhia, os setores de segurança e comunicação, que avançaram no 2T23. 

Mercado também não ‘deu bola’ para o resultado da Hypera

Também no dia 27 de julho, a Hypera (HYPE3) divulgou seus resultados do 2T23

A queda das ações não foi tão acentuada quanto a da Intelbras mas, ainda assim, chamou a atenção, dado que o resultado foi bom diante do contexto.

No dia seguinte à divulgação, os papéis caíram 0,18%. Desde então, não retornaram ao nível do fechamento anterior ao balanço, embora estejam perto disso. 

A companhia entregou Ebitda recorde e a maior geração de caixa de sua história. Conseguiu apresentar crescimento, mesmo com diversos desafios enfrentados no trimestre, como as férias coletivas em Anápolis, que afetaram a produtividade.

Rodolfo pontua que a queda pode ter a ver com uma realocação dos investidores, que estão “tirando dinheiro de cases defensivos em busca de mais risco”. 

No entanto, ele vê atratividade para a ação, que deve se beneficiar com o corte da Selic. “A queda de juro é muito boa para a Hypera. Vejo uma oportunidade”, avalia. 

Felipe Miranda também vai na mesma direção. “Acho uma empresa muito sólida e consistente. É uma das boas empresas brasileiras”, finaliza. 

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br

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