Investimentos

Itaú (ITUB4) deve ter segundo semestre favorável com crescimento de carteira de crédito e queda de inadimplência

Veja quais as perspectivas para o banco após conversa com o time de Relações com Investidores

Por Larissa Quaresma, CFA

27 set 2023, 11:00 - atualizado em 27 set 2023, 11:00

Itaú ITUB4
Imagem: Reprodução/Facebook

Conversamos com o time de relação com investidores do Itaú (ITUB4) e saímos com perspectivas mais positivas para a companhia. Acreditamos que o segundo semestre deve ser favorável, com crescimento maior de carteira de crédito, provável queda de inadimplência e, ainda, alguma recuperação das receitas de serviços, puxada pela volta das emissões de renda fixa. Esses fatores, na nossa visão, podem compensar a queda da Selic nos próximos meses, gerando algum ganho de rentabilidade.

Ao que tudo indica, o cliente de varejo do Itaú já se desalavancou, vide a estabilidade nos índices de atraso que destacamos no resultado do segundo trimestre de 2023. Com isso, haveria espaço para uma retomada no ritmo de crescimento da carteira de pessoas físicas. Um movimento parecido pode ocorrer nas linhas a pequenas e médias empresas, que voltaram a demandar crédito, e também nas grandes empresas.

Grande destaque positivo, os índices de atraso de pessoa física, atualmente já estáveis, têm grandes chances de começar a cair já no 4T23. Essa tendência conversa com os dados de crédito divulgados pelo Banco Central, que mostram os calotes já caindo em diversas linhas de crédito à pessoa física (veja abaixo). Isso pode diminuir a despesa de inadimplência como proporção da carteira de crédito, o que teria um efeito bem positivo para a rentabilidade do banco.

Fonte: Banco Central do Brasil

As receitas de serviços, particularmente prejudicadas nos últimos resultados pelo baixo volume de emissões de renda fixa, podem ter uma retomada. Algumas emissões de crédito foram anunciadas nos últimos meses, o que pode beneficiar o crescimento das tarifas de investment banking. Acreditamos que essa vertical de negócios ainda está longe do patamar visto no “bull market”, mas alguma retomada marginal pode ocorrer. 

Por fim, os executivos exploraram mais o racional da venda da operação argentina. O banco já estava presente no país vizinho desde 1997, mas, dada a gradual deterioração da economia, a companhia passou a avaliar a venda da unidade, sem nunca, entretanto, ter formalizado essa intenção. Então, o Banco Macro fez a abordagem, com um valuation que fazia sentido para o banco, que então decidiu pela venda. 

Do nosso lado, acreditamos que o Itaú deve continuar entregando resultados superiores aos pares, justificando o seu valuation premiado: as ações negociam a 1,5x seu valor patrimonial, versus 0,9x de Bradesco e 1,1x de Santander. Em meio a um cenário econômico ainda desafiador no país, mantemos Itaú (ITUB4) como uma recomendação da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.

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