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Literalmente ‘nas nuvens’, Microsoft (MSFT34) surpreende positivamente nos resultados do 1T24

O destaque de crescimento da Microsoft no 1T24 continuou sendo a parte de computação em nuvem (Intelligent Cloud); ações subiram quase 5%

Por Enzo Pacheco, CFA

26 abr 2024, 09:40 - atualizado em 26 abr 2024, 09:40

Microsoft MSFT
Imagem: Divulgação/Microsoft

Na quinta-feira (25) depois do encerramento do pregão regular a Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) divulgou os seus resultados do terceiro trimestre do ano fiscal de 2024 (encerrado em março). Os números apresentados vieram melhores do que as projeções dos analistas.

Computação em nuvem foi o destaque do crescimento de 17% da receita em 12 meses

No período a companhia reportou receita de US$61,9 bilhões, aumento de 17% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. 

O destaque de crescimento continuou sendo a parte de computação em nuvem (Intelligent Cloud), com vendas de US$26,7 bilhões (+21% vs. 3T23).

Os outros dois segmentos da empresa (Productivity and Business Processes e More Personal Computing) também reportaram forte aumento na receita, que totalizaram US$19,6 bilhões (+12%, +11% ex-câmbio vs. 1T23) e US$15,6 bilhões (+17%), respectivamente.

Os contratos comerciais cresceram 29% (31%, desconsiderando variação cambial) em relação ao 3T23, e o saldo desses contratos totalizaram US$235 bilhões ao final do trimestre (+20%, +12% ex-câmbio) impulsionados por maiores contratos de longo prazo do Microsoft Azure.

A receita do Microsoft Cloud encerrou o trimestre nos US$35,1 bilhões, valor 23% maior em relação ao mesmo período de 2023. Importante lembrar que essa linha é altamente lucrativa para a companhia, com a margem bruta permanecendo estável nos 72%.

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Lucro líquido da Microsoft expandiu 20%

Essa maior participação do cloud nos negócios fez com que o lucro bruto da empresa totalizasse US$43,4 bilhões no período, valor 18% maior do que um ano atrás e que representa uma margem de 70% (+1 ponto percentual vs. 3T23).

E isso acabou percorrendo todo o resultado da companhia. O lucro operacional foi de US$27,6 bilhões, alta de 23% e uma margem de 45% (+2 p.p.). Já o lucro líquido totalizou US$ 21,9 bilhões, o equivalente a US$2,94 por ação e 20% maior do que o reportado no mesmo período de 2023.

Mesmo com investimentos na infraestrutura para computação em nuvem e IA, Microsoft segue gerando caixa

A geração de caixa também continuou robusta no período, com o fluxo de caixa operacional somando US$31,9 bilhões (31% vs. 1T23) e o fluxo de caixa livre (que já desconta os investimentos) encerrando o trimestre nos US$21 bilhões (+18%) — mesmo com o aumento no capex por conta da necessidade de desenvolver a infraestrutura necessária para os serviços de computação em nuvem e inteligência artificial.

Os ótimos números já seriam suficientes, na minha visão, para que as ações se valorizassem quase 5% no after-market.

Mercado reagiu bem ao forte crescimento do Microsoft Azure

Mas além do trimestre muito bom, outro fator empolgou os investidores: o fato de que o Microsoft Azure continua apresentando forte crescimento — tendo, inclusive, reacelerado seu ritmo na comparação com o passado recente.

Essa linha de negócio apresentou aumento de 31% em relação ao 3T23, comparado com uma média de 28% por trimestre nos últimos doze meses. O segmento de cloud computing da companhia encerrou o período com uma base instalada de 274 milhões de usuários, 10% maior do que um ano atrás.

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Expectativas altas para a aquisição da Activision

E o resultado só não foi ainda melhor porque a companhia teve que reconhecer algumas despesas extras relacionadas à aquisição da Activision, que reduziu o lucro operacional em US$350 milhões no trimestre. 

Uma vez realizadas todas as sinergias esperadas, a expectativa é que os resultados da adquirida também melhore significativamente os números da Microsoft. Para se ter uma ideia, a receita proveniente da Activision totalizou US$1,97 bilhão, com um lucro bruto de pouco menos de US$1 bilhão.

Isso tudo sem esquecer de remunerar os seus acionistas. No trimestre, foram mais US$8,4 bilhões retornados aos investidores, sendo US$5,6 bilhões em dividendos e US$2,8 bilhões em recompras de ações.

Com um negócio extremamente lucrativo e com múltiplas avenidas de crescimento (mesmo com seu porte colossal), parece difícil que alguém conseguirá tirar o posto de empresa mais valiosa do mundo da Microsoft (B3: MSFT34 | NYSE: MSFT). Seguimos com recomendação de compra para a ação, presente na carteira MoneyBets.

Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.