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No 3T23, Vivo (VIVT3) nem pareceu aquela empresa que sofria para crescer; veja o resultado

Os últimos trimestres têm mostrado uma dinâmica bem mais favorável para a companhia, e não foi diferente no 3T23. 

Por Ruy Hungria

01 nov 2023, 10:53 - atualizado em 01 nov 2023, 11:09

Vivo
Imagem: Marcelo Brandt/G1/Reprodução

Os últimos anos não foram muito inspiradores para os acionistas da Vivo (VIVT3), com crescimento tímido atrapalhado pela competição e proventos decrescentes em função dos pesados investimentos em 5G e da aquisição dos ativos da Oi.

Entretanto, os últimos trimestres têm mostrado uma dinâmica bem mais favorável, e não foi diferente no 3T23. 

Como foi a receita de Vivo

A Receita Líquida atingiu R$ 13,1 bilhões, com crescimento anual de +7,5%. Depois de anos de crescimento abaixo da inflação, essa expansão mostra mais uma vez um ambiente competitivo mais racional depois da saída da Oi. 

Receita total de Vivo no 3T23
Fonte: Vivo

A receita do segmento móvel aumentou 9,4%, com destaque para o segmento pós-pago e para a venda de aparelhos, que segue se recuperando depois da reabertura de lojas pós-pandemia. No trimestre, o pré-pago encolheu, muito em função da migração para os planos pós-pago. Importante destacar que além de ganhar share, a Vivo conseguiu a maior receita média por usuário (ARPU) dos últimos três anos, com um churn (nível de cancelamento) de apenas 1,09%, um dos menores níveis históricos.

Fonte: Vivo

A receita fixa core também mostrou bom desempenho, com ótimo crescimento do segmento de fibra (+15%), ajudado pela expansão do número de casas passadas, e dos serviços prestados para empresas (+14,7%). 

Vale lembrar que apesar desse bom crescimento dos segmentos core, a receita não-core (voz fixa e cabo) encolheu -17,6% ante o 3T22, e segue atrapalhando um pouco o desempenho consolidado – a receita total da Vivo teria crescido quase +10% se não fossem esses serviços legados. 

Mesmo assim, foi o suficiente para garantir expansão de margens, já que a companhia apresentou mais um bom trimestre de controle de gastos, especialmente em serviços prestados que ficaram praticamente estáveis. Assim, os custos totais da operação aumentaram 4,6%, menos do que a receita, o que permitiu o Ebitda atingir R$ 5,5 bilhões, uma alta anual de 11,7%, com ganho de +1,6 ponto percentual de margem. 

Despesas

Apesar do crescimento de quase R$ 600 milhões do Ebitda, a companhia teve uma despesa financeira bem maior neste trimestre, devido a um efeito não recorrente de atualização monetária que ajudou bastante o 3T22. 

Por isso, apesar do ótimo desempenho operacional, o lucro líquido de R$ 1,47 bilhão no 3T23 cresceu apenas 2,2% na comparação anual. Mesmo assim, superou as expectativas do mercado. 

Fonte: Vivo

Importante mencionar que depois de aumentar seu endividamento para as aquisições dos ativos da Oi e investimentos nas operações de 5G, a alavancagem já retornou para menos de 1x dívida/líquida Ebitda, o que combinado com a desaceleração da necessidade de Capex na comparação com os últimos anos, aumenta as perspectivas de dividendos pela frente. 

Por apenas 4x EV/Ebitda, com resultados e dividendos crescentes, a Vivo (VIVT3) segue como uma recomendação da Empiricus Research, principalmente para quem busca dividendos.

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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.