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Para analista, possível privatização beneficiaria mais Copasa (CSMG3) do que Cemig (CMIG4); entenda PEC protocolada pelo governo de Minas

Nesta semana, o governo de Minas Gerais tomou medidas para tentar acelerar a privatização das duas companhias de saneamento básico. Veja como ficam as ações.

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Data de publicação
22 de agosto de 2023
Categoria
Investimentos
Privatização Copasa e Cemig
Imagem: Freepik

Ontem, segunda-feira (21), Romeu Zema, governador de Minas Gerais, protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) como um primeiro passo para agilizar a privatização de estatais mineiras como Copasa (CSMG3), sigla para Companhia de Saneamento de Minas Gerais, e Cemig (CMIG4), sigla de Companhia Energética de Minas Gerais.

A proposta do governo solicita duas alterações

1) Atualmente, a Constituição estadual exige votos favoráveis de pelo menos 3/5 dos membros da ALMG para que seja aprovada a lei que autoriza a mudança da estrutura societária de empresas públicas ou a alienação das ações que garantam o controle pelo estado. A PEC revoga essa regra, para que sejam necessários apenas votos favoráveis de maioria simples dos parlamentares (50% + 1 voto);

2) Além disso, a Lei atual prevê a realização de consulta popular a respeito da desestatização de empresas públicas de energia elétrica e saneamento básico. A proposta retira a obrigação do estado de fazer esse referendo popular sobre as privatizações.

A PEC ainda não começou a tramitar na ALMG e, para ser aprovada, são necessários votos favoráveis de três quintos dos deputados.

Para Ruy Hungria, analista de renda variável da Empiricus Research, o caminho para a aprovação da PEC é díficil, mas, se aprovada, abre espaço largo para a privatização: “A grande trava hoje é a necessidade da opinião popular. Se isso for superado, [a privatização] pode ficar mais fácil”.

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Como a privatização impactaria o valor de Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3)?

“Como eu disse, a aprovação da PEC não é tão simples. Se for aprovada, hoje, a Copasa tem mais probabilidade de evoluir, pela simples questão de que ela é mais deficitária, em termos de desempenho, de rentabilidade. O resultado de Copasa do 2T23 foi ruim e a ação chegou a cair 9%. Não é uma companhia tão bem tocada. Ela tem mais mato para cortar”, explica Ruy.

Em relação à Cemig, o analista lembra que o preço da ação está perto de sua máxima histórica – alta muito atribuída, segundo ele, à boa administração de Zema desde o início. “É uma companhia que vem evoluindo em termos de eficiência e vem investindo muito bem no segmento de distribuição. Então, isso já tem, de certa forma, se refletido no patamar de preço, e a privatização não tende a ser super transformacional para ela, pelo menos não em um prazo tão curto”.

Por isso, para ele, o próprio comportamento do pregão de hoje ilustra esse cenário. Os papéis de CSMG3 começaram o dia com alta de 4%, mas CMIG4 subiu no máximo 1% e, inclusive, em alguns momentos do pregão já oscilou para o negativo.

Vale a pena investir em CSMG3 ou CMIG4?

Ruy conta que a Empiricus Research não recomendava nenhuma das duas ações para ter em carteira, e por enquanto mantém esse posicionamento. “A depender do que acontecer, de como evoluir esse cenário, a gente pode colocar a ação na carteira de alguma das séries da casa, já que em uma eventual privatização, as coisas têm muito a melhorar. Mas não vejo essa privatização ocorrendo nem este ano, nem ano que vem”.

A entrevista completa de Ruy Hungria sobre esse tema está disponível do programa Giro do Mercado, do MoneyTimes: