Investimentos

Renda fixa: confira uma LCA e um CDB para investir nesta semana

Hoje, o mercado ainda espera uma Selic terminal próxima a 10% ao ano, o que consideramos um cenário possível, porém, pouco provável. Por isso, no cardápio desta semana, continuamos trazendo títulos prefixados de curto prazo.

Por Lais Costa

21 nov 2023, 16:13 - atualizado em 21 nov 2023, 16:13

Imagem de notas de cem reais e dez reais dispostas em uma mesa ao lado de pilhas de moedas de um real, juntamente com uma calculadora e caneta - CDB Renda Fixa
Imagem: Freepik

Iniciamos uma semana de feriado de Ação de Graças nos EUA. Na quinta-feira (23) o mercado permanece fechado e o último pregão da semana será mais curto, o que impacta a liquidez dos ativos globais.

Na semana passada, diversos diretores discursaram sobre os próximos passos de política monetária.

Do outro lado do mundo, o Presidente do Banco do Japão (BoJ) afirmou que deve debater o fim do controle de curva (yield curve control) e a política de juros negativos à medida em que a autoridade monetária se convence de que a inflação deve se manter de forma estável e sustentável na meta de 2% ao ano. No extremo oposto dos seus pares, o BoJ tem insistido em uma política ultraestimulativa, o que tem gerado uma forte depreciação (-12%) do iene e dado suporte ao índice acionário no ano. 

Na noite desta quinta-feira (23), será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro. A mediana das expectativas aponta para um aumento de 3% a/a do índice que exclui o preço de alimentos.

A despeito da inflação corrente consideravelmente acima da meta de 2%, o Presidente do BoJ ponderou em sua mais recente fala que o nível de incerteza em relação à sustentabilidade do ciclo inflacionário de salários ainda é alto. Nessa linha, o mercado segue agnóstico em relação a uma alta de juros em 2024 por lá.

Já no Ocidente, os dados econômicos divulgados nas últimas semanas geraram uma mudança sensível de percepção me em relação à trajetória de inflação. As falas das autoridades monetárias na semana passada foram majoritariamente brandas (dovish) e impulsionaram as apostas de quedas de juros no ano que vem.

Na Europa, o diretor Francois Villeroy afirmou ontem (20) que os juros devem permanecer em um platô pelos próximos trimestres, enquanto os efeitos das 10 altas consecutivas de juros permeiam na economia. O mercado chegou a precificar 100 pontos-base (pbs) de corte de juros no Velho Continente e no Reino Unido esperam-se 75 pbs em 2024.

Nos EUA, a diretora do Fed, Lisa Cook, afirmou estar sintonizando o risco de uma queda acentuada e desnecessária na atividade e no emprego no país. Na curva futura, precifica-se três cortes de 25bps para o ano que vem, uma a mais do que a última projeção divulgada pelo Federal Reserve.

Além dos dados econômicos e do discurso mais brando, questões técnicas como o excesso de oferta de títulos do Tesouro têm sido mais bem digeridas pelo mercado. Ontem (20), o leilão de US$ 16 bilhões de títulos do Tesouro Americano de 20 anos foi bem aceito pelo mercado, levando a queda das taxas longas após o resultado.

No artigo do dia 3 de outubro, argumentamos que o “orçamento” de corte de juros do Banco Central do Brasil é tecnicamente limitado aos patamares de juros do Tesouro Americano. Desde então, a taxa de 10 anos dos títulos americanos recuou de 5% para os atuais 4,4% ao ano.

No Brasil, os dados econômicos também corroboraram a queda de juros futuros por aqui. Na sexta-feira (17), o índice de atividade IBC-BR de setembro surpreendeu negativamente (-0,06% m/m versus a expectativa de alta de 0,2%), reforçando a expectativa de PIB mais fraco no terceiro trimestre.

Na seara política, vale ainda destacar a decisão do governo de focar esforços nas medidas de aumento de arrecadação a fim de continuar perseguindo a meta fiscal apresentada no início do ano pelo Ministro Fernando Haddad.

Nessa linha, a imprensa local repercute a inclinação do Presidente Lula de vetar o projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores que mais empregam no país. O direcionamento político favorável a uma trajetória fiscal mais responsável contribui para a ancoragem gradual das expectativas de inflação e aumenta o espaço para a queda dos juros domésticos.

Hoje, o mercado ainda espera uma Selic terminal próxima a 10% ao ano, o que consideramos um cenário possível, porém, pouco provável. Por isso, no cardápio desta semana, continuamos trazendo títulos prefixados de curto prazo.

Confira o cardápio de títulos de renda fixa recomendados nesta semana

Características da LCA prefixada do Banco BTG
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: AAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarEmpiricus Investimentos
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaAté o final do estoque
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)21/05/2025 (547 dias corridos)
Rentabilidade anual9,49%
TributaçãoIsento
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h

A taxa líquida da LCA do BTG é equivalente a uma taxa bruta de 11,5% ao ano.

Características do CDB do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: brAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco ABC do Brasil
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)12/11/2025 (722 dias corridos)
Rentabilidade anual13,00%
Tributação15,00%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h

Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.

Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.

Baixe grátis nosso App

Acesse a Empiricus de onde estiver. Na palma da mão e também na sua casa.

Baixe grátis e conheça nossas novidades.