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Nos EUA, o payroll de fevereiro, divulgado na sexta-feira (8), apontou a criação de 151 mil vagas, abaixo da estimativa (160 mil). Além disso, houve uma pequena revisão líquida nos dados anteriores (-2 mil), com o número de janeiro reduzido de 143 mil para 125 mil, enquanto dezembro foi ajustado para cima, de 307 mil para 323 mil.
Entre os setores, destaque para saúde, que adicionou 52 mil vagas, atividades financeiras (21 mil) e transporte e armazenagem (18 mil). Por outro lado, o emprego no governo federal encolheu em 10 mil vagas, enquanto o comércio varejista registrou leve retração de 6 mil postos, impactado por greves no setor de alimentos e bebidas.
Vale ainda destacar que a taxa de desemprego subiu de 4,011% para 4,139%, levemente acima das estimativas do mercado de estabilidade, mesmo com a queda da taxa de participação de 62,6% para 62,4%. Os ganhos médios por hora subiram 0,3% no mês, acumulando alta de 4,0% nos últimos 12 meses, um ritmo um pouco inferior ao registrado anteriormente.
Outro ponto relevante foi a criação de apenas 11 mil novos empregos públicos. Olhando para frente, essa linha deve apresentar forte queda devido às políticas restritivas da nova administração.
De maneira geral, o indicador mostrou uma certa desaceleração do mercado de trabalho americano, em linha com a média dos últimos meses e ainda longe de sugerir uma mudança na política monetária atual.
Europa pode tomar outros rumos monetários nos próximos meses
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, pela quarta vez consecutiva, reduzir a taxa de depósito em 25 pontos-base, para 2,50% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, e a Presidente Lagarde manteve uma postura conservadora, reforçando a dependência dos dados nas decisões futuras.
O comunicado trouxe um tom levemente mais brando (dovish), ao destacar que “a política monetária está se tornando significativamente menos restritiva” e apresentar uma queda de expectativa de crescimento da atividade econômica.
O BCE sinalizou que a direção dos juros ainda é de queda, mas as novas diretrizes fiscais da Alemanha e da Zona do Euro, e as incertezas em relação à política comercial dos EUA, elevaram a barra para a continuação do ciclo de afrouxamento monetário.
Atualmente, o mercado precifica cerca de 50% de chance de um novo corte de 25 pontos-base em abril e uma taxa de juros de 2% ao ano no final do ciclo.
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Selic ainda pode chegar a 15% ao ano
No Brasil, o resultado do quarto trimestre de 2024 do PIB veio abaixo da mediana das projeções dos economistas (0,2% q/q versus 0,4%). Em relação a 12 meses atrás, o indicador expandiu 3,6%, contra uma expectativa de 4% (a/a).
Pelo lado da oferta, o destaque para a surpresa negativa do indicador foi uma forte contribuição (0,24 p.p) do setor agrícola (que é bastante volátil), principalmente por causa da queda de 2,3% da atividade pecuária.
Do lado da demanda, o destaque negativo foi a queda de 1% do consumo das famílias, influenciado majoritariamente pela alta anualizada de 17% dos preços dos alimentos no quarto trimestre de 2024.
Vale ainda destacar o resultado aquém do esperado do setor de serviços, mais especificamente em intermediação financeira. Esse setor apresentou retração significativa na PNAD do mesmo período e deve ser acompanhado com maior escrutínio nos próximos meses.
Talvez o ponto mais relevante, contudo, seja o fato de que os setores associados à política monetária tiveram um comportamento acima do esperado, com expansão de 0,3% q/q.
Olhando para frente, é muito provável que a atividade agrícola mostre uma reversão nos primeiros três meses de 2025, dada a expectativa de safra recorde no Brasil. Além disso, a acomodação da inflação de alimentos também aponta para um cenário menos ruim para o PIB pela ótica da demanda.
De maneira geral, a desaceleração da atividade econômica no primeiro trimestre deste ano não deve ser suficiente para impedir a elevação da Selic para o patamar de 15% ao ano, já precificado pelo mercado.
Cardápio da semana
Características do CDB pós-fixado do BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 13/03/2028 (1098 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 103,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da LCI pós-fixada do Banco Inter | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA+ (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Inter |
Aplicação mínima | R$ 100,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 04/06/2026 (450 dias corridos) |
Rentabilidade anual | até 95% do CDI |
Tributação | Isenta |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 21h55 |
Características do CDB pós-fixado do Paraná Banco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Paraná Banco |
Aplicação mínima | R$ 100,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 24/02/2028 (1080 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 111,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 14h |
Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos.
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