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Vivara (VIVA3) perde margem e lucro líquido no 1T24, mas o mercado já esperava; confira o balanço

Afetado por reclassificação de impostos e por maiores despesas com depreciação, o lucro líquido de Vivara recuou 7,2%, para R$ 35 milhões.

Por Ruy Hungria

7 de maio de 2024, 11:38

VIVA3 Vivara
Imagem: Itajaí Shopping

A Vivara (VIVA3) apresentou resultados com bom crescimento de vendas, mas com perda de margem e queda no lucro líquido, fatores que de certa forma já eram esperados pelo mercado. 

Receita líquida de Vivara cresceu 13,5% em 12 meses

As Vendas Mesmas Lojas (SSS) nas lojas físicas cresceram +9,6% (+7,7% nas lojas Vivara, +16,6% nas lojas Life e +9,2% em Quiosques). A combinação desse SSS positivo com a abertura líquida de 63 lojas na comparação com o primeiro trimestre de 2023 proporcionou um aumento de 13,5% na receita líquida. 

Reclassificação de impostos e menor volume de crédito presumido prejudicaram a margem bruta

Apesar desse bom crescimento na primeira linha e de uma melhora no mix de vendas, a combinação de reclassificação de impostos (que antes entravam na linha de despesas) e menor volume de crédito presumido impactaram a margem bruta da companhia, que recuou 1,5 p.p., para 68,2%. 

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Lucro líquido e Ebitda caíram devido a aumento de despesas

Além disso, as despesas expandiram num ritmo maior que a receita, devido a abertura de lojas que ainda estão em maturação, ajustes de salários e benefícios. Tudo isso também impactou um pouco mais as margens.

Com isso, o Ebitda caiu 1,4% na comparação com o 1T23, para R$ 57,2 milhões, e perda de 1,9 p.p. de margem operacional.

Afetado pelos efeitos mencionados e por maiores despesas com depreciação, o lucro líquido recuou  7,2%, para R$ 35 milhões.

O mercado já esperava, mas o momento para a governança de Vivara não é dos melhores

É importante lembrar que vários desses efeitos negativos já eram esperados pelo mercado. No entanto, tudo isso acontece em um momento desfavorável em termos de governança, após as trocas recentes na gestão da companhia, que fizeram VIVA3 desabar.

Gostamos do modelo de negócios resiliente da Vivara e de sua marca forte, com amplo espaço para crescimento, especialmente no segmento Life. Mas diante do momentum operacional pouco favorável e dos recentes episódios que abalaram a governança, preferimos ficar de fora em busca de um melhor momento para entrar nos papéis.

Em vez de Vivara, no momento recomendamos estas outras 10 ações para ter em carteira.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.