Chama o Max

Investir em mineradoras: Vale (VALE3) ou CSN Mineração (CMIN3)?

Entre duas mineradoras tão fortes, o analista Max Bohm indica como avaliar as empresas e qual delas é mais importante para a compor a carteira

Por Equipe Empiricus

01 set 2021, 13:27

Localizada no norte do Brasil, a maior operação extrativista da Vale acontece no município de Carajás, considerada por deter a melhor qualidade de minério de ferro do mundo. A Vale (VALE3), hoje, é considerada a maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas, matérias-primas essenciais para a fabricação de aço. 

Logo atrás da Vale, a CSN Mineração (CMIN3) é a segunda maior exportadora de minério de ferro do país, colocada entre as cinco mais competitivas no mercado transoceânico. Um “braço” da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o spin-off teve a estreia de seu IPO na B3 em 2020 e ficou conhecido como um dos maiores da história da bolsa brasileira em volume, destravando valor para a companhia.

Entre duas mineradoras tão fortes, os investidores se perguntam qual delas é mais importante para a compôr a carteira. Para escolher, o analista de ações da Empiricus, Max Bohm revelou em um vídeo dados fundamentais sobre as empresas. 

VALE3 e CMIN3: uma análise de dados e rendimentos

Após um estudo das duas companhias, Max apresentou dados para ajudar investidores que cogitam se a CSN Mineração também é uma empresa interessante para o portfólio, assim como a Vale – já recomendada pelo analista.

  • Em valor de mercado, a Vale supera a CSN Mineração em 13 vezes. A  CSN Mineração, cuja produção gira em torno de 15% da Vale, apresenta R$ 39 bilhões de valor de mercado, contra os R$ 520 bilhões da Vale; 

  • O Ebitda (geração de caixa operacional) teve os resultados do 1º semestre de 2021 divulgados recentemente e a Vale marcou US$ 19,7 bilhões (com a cotação de R$ 5,20 para um dólar, fica aproximadamente R$ 102 bilhões). A CSN Mineração atingiu os R$ 8,5 bilhões, menos de 10% do Ebitda da Vale;

  • A Vale atualmente tem uma dívida líquida baixa, mesmo após os desastres de Brumadinho e Mariana – a conta hoje soma R$ 3,6 bilhões. A CSN Mineração, por sua vez, apresenta um caixa líquido de R$ 5,9 bilhões, apresentando uma oportunidade de crescimento robusto para realizar bons negócios e ainda entregar dividendos gordos;

  • Quanto ao EV (valor da empresa, levando em conta o valor de mercado mais a dívida líquida da companhia), a Vale atinge os US$ 96,7 bilhões e a CSN Mineração R$ 16,5 bilhões. Portanto, supondo que o Ebitda do semestre se replique, a Vale apresenta um EV/Ebitda de 2,5 vezes, o que é muito baixo considerando o histórico da empresa e de outras grandes companhias. Já a CSN Mineração, também dobrando o Ebitda do primeiro semestre, apresenta um múltiplo de 2 vezes, abaixo da Vale, mas com desconto excessivo em comparação aos pares internacionais. 

Além dos pontos apresentados, as companhias também vendem seu minério por um preço diferente.  No 1º semestre,  a Vale conseguiu vender por um preço médio de US$ 183/tonelada, enquanto que a CSN Mineração vendeu por US$ 152/tonelada. Essa disparidade se deve ao fato da Vale ter em mãos o melhor minério de ferro do mundo, extraído do Norte brasileiro, e porque a CSN Mineração tem um sistema de logística complexo.

A diferença nos preços também ocorre pois a Vale exporta quase toda sua produção, e a CSN  Mineração destina apenas 88% do minério à exportação, usando a outra parte para sua siderurgia. Dessa forma, a Vale tem maior poder de barganha para conseguir preços altos com os clientes no exterior. 

Dividendos atrativos

Para o mês de setembro, está previsto o pagamento de US$ 10 bilhões de dividendos para os investidores da Vale, o que atingiria uma taxa de 10% em dividend yield. Max acredita que essa é uma porcentagem muito boa para os investidores ganharem, além da sua estimada valorização da ação.

A CSN Mineração, apresentando um caixa líquido consistente, também promete pagar bons dividendos. A previsão é que R$ 7 bilhões sejam destinados aos proventos, cerca de 80% do lucro que a empresa vai fazer esse ano, batendo um dividend yield de 6% no semestre.   

Qual escolher para ter na carteira?

“Eu dou preferência para a Vale, principalmente pois o dividend yield pode ser um gatilho importante para as ações agora nesse segundo semestre”, diz Max Bohm

Nesse cenário, o analista enxerga muito potencial em investir em uma das maiores mineradoras mundiais e ainda receber proventos, além de ter múltiplo de EV/Ebitda muito baixo e um preço de minério mais alto.

“Mas confesso que a CSN Mineração me surpreendeu, com múltiplos de duas vezes, negociando com caixa líquido e um yield atrativo pode ser importante na composição da carteira”, destaca Max Bohm

Ao todo, são dois ativos de mineração e ligados a commodities que estão baratos, com valuations bastante atrativos.

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