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Apetite ao risco deve aumentar em junho, afirma CIO da Empricius Gestão; veja como investir após dado de inflação positivo nos EUA

CPI sinalizou uma desaceleração da economia, seguindo o que parece ser uma tendência mundial, segundo João Piccioni. Veja análise.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

11 jun 2025, 15:49 - atualizado em 11 jun 2025, 15:49

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Imagem: iStock/ Yutthana Gaetgeaw

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,10% em maio, segundo divulgado pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (11). O dado veio abaixo das expectativas do mercado, totalizando uma alta de 2,4% na inflação norte-americana nos últimos 12 meses.

O CIO da Empiricus Gestão, João Piccioni, enxerga que existe uma dinâmica desinflacionária na China que está sendo exportada para o resto do mundo. “Desde o começo do ano, a economia dos EUA vêm sentindo sinais de arrefecimento. Isso teve um impacto muito grande no preço da energia, com a queda do petróleo e da gasolina. Essa dinâmica continua ganhando corpo e os eventos vêm empurrando as cadeias produtivas para baixo”, comenta o analista. 

Além disso, o analista traz outros acontecimentos para embasar a tese, como a forte queda do dólar ante às demais moedas fiduciárias e a redução na taxa de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). “Isso está acontecendo nos EUA também porque essa exportação de preços baixos alcançou a economia americana. Estamos em um mês que tem tudo para aumentar o apetite ao risco”, afirma.

Com gringos mirando em mercados emergentes, como ficam os investimentos internacionais para o brasileiro?

Na opinião do gestor, não é possível falar de um fim do excepcionalismo americano, mas sim uma melhor alocação de recursos. “O investidor global agora não vai simplesmente depositar todos os recursos nos EUA, porque alguns segmentos ficaram um pouco para trás em termos da capacidade de gerar retorno”, diz. 

Nesse aspecto, Piccioni divide as companhias norte-americanas em dois grupos:

  • A indústria mais antiga tem uma dificuldade maior de remunerar capital e, por falta de habilidade para crescer, são setores que estão em um nível de maturidade muito elevado. A maior parte destas empresas são negociadas no Dow Jones Industrial Average. “Quando o investidor sabe que não terá retornos em excesso nesse segmento, então ele foge.”

É o caso, exemplifica o gestor, de quem busca investimentos no Sudeste Asiático ou em companhias negociadas na bolsa brasileira, como o Mercado Livre, que tem se beneficiado dessa dinâmica. 

  • A segunda categoria é o setor de tecnologia, que impulsiona as altas dos índices do NYSE e Nasdaq. Com o desenvolvimento da inteligência artificial, algumas destas companhias, com destaque para as Magnificent 7, concentraram a maioria dos investimentos nos últimos anos.

No mundo da tecnologia, não existe outro lugar para você investir que não nos Estados Unidos”, afirma Piccioni.

Quanto ao investidor norte-americano, o gestor aponta que a movimentação desses recursos não está indo para a renda fixa, mas para outros ativos de renda variável em outros lugares do mundo. “Há um fluxo indo para a Europa para comprar na bolsa da Alemanha e até temos visto alguns investidores abrindo posição no ETF de small caps do Brasil no exterior, o WZS [seguidor do índice MSCI World Small Cap]”, conta.

Para ficar atualizado nas notícias desta quarta-feira (11) e as principais recomendações de João Piccioni para investimentos internacionais, acompanhe a entrevista do gestor no Giro do Mercado, do portal Money Times:

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.