Investimentos

Bitcoin despencou 7% em maio: o que explica a queda? É hora de comprar?

Vinícius Bazan, analista da Empiricus Research, explica se algo mudou na tese de investimento em bitcoin e o que pode ter provocado a queda.

Por Nicole Vasselai

02 jun 2023, 16:19 - atualizado em 02 jun 2023, 16:19

Bitcoin despencou 7% em maio: o que explica a queda? é hora de comprar?
Imagem: Pixabay

Os criptoativos começaram 2023 com o pé direito e vêm entregando boas valorizações desde janeiro. Mas, em maio, o bitcoin surpreendeu negativamente e desvalorizou 7% em maio.

Ainda assim, a principal criptomoeda do mercado sobe em torno de 50% no ano, como mostra o gráfico abaixo.

Gráfico de cotação do Bitcoin de 1 a 31 de maio, período em que a criptomoeda desvalorizou 7%.
Gráfico de cotação do bitcoin de 1 a 31 de maio, período em que a criptomoeda desvalorizou 7%.
(Fonte: Google Finance)

O que explica a queda do bitcoin em maio?

Quem responde a essa dúvida é Vinícius Bazan, especialista em cripto na Empiricus Research, no Giro do Mercado de hoje.

Para ilustrar, Bazan associa o cenário de maio da criptomoeda com a situação em que um time está super bem no campeonato, quando de repente perde um jogo depois de várias vitórias: “A gente tem que tomar muito cuidado com como avaliamos os movimentos, porque eles às vezes são muito circunstanciais e refletem o que está acontecendo apenas naquele momento e não necessariamente mostra a figura completa. Um time pode ser campeão perdendo várias vezes no meio do caminho”.

O analista também reforça que maio foi apenas o primeiro mês de queda do bitcoin em 2023, justamente porque estava vindo em um ritmo forte de alta.

E acredita ter muito mais a ver com uma correção do mercado depois das fortes altas de janeiro a abril.

Além disso, destaca como positivo o fato de a cripto não ter acompanhado a subida das ações, por exemplo, em maio, em especial das big techs: “Gosto de ver essa descorrelação do bitcoin com a Nasdaq e o S&P 500 porque mostra que o ativo tem seus próprios fundamentos”.

Em relação ao tamanho da queda da cripto, Bazan não a considera expressiva para essa classe de ativos, “assim como não seria considerada se fosse uma valorização”, explica. “Diferente da Bolsa, que uma alta de 2% é comemorada, até por ser muito maior, para o bitcoin essa é uma variação bem natural“.

Com esse mês mais desafiador, algo muda na tese?

Bazan deixa bem claro que não e continua otimista com o fato de que, até dezembro de 2023, devemos ver o bitcoin em patamares maiores do que os de hoje, mas reforça que até lá os preços podem vir a oscilarem de novo. “Inclusive, acho que tem espaço até para mais correção. Então pode ser que os preços venham mais para baixo no meio do caminho”, afirma.

Por outro lado, reforça a importância de o investidor sempre se apegar à tese de investimento mais do que ao preço de tela em si: “O que me tranquiliza é que, estruturalmente, a cripto está construindo um caminho de bull market ligado ao halving do ano que vem e, em termos de métricas on-chain e de fundamento, não houve grandes mudanças até agora“, afirma.

E, para quem ainda não se posicionou na cripto e gostaria de investir, Bazan relembra que o momento de correção de preços é ótimo para isso – respeitando sempre o limite de até 5% de criptoativos na carteira.

Além disso, ele recomenda outras 5 criptomoedas menores e mais distantes do radar da massa do mercado que podem valorizar com o crescimento da classe de ativos.

Confira a entrevista completa de Paula Comassetto com o analista no Giro do Mercado desta sexta (2):

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.

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