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Investimentos

Fundo imobiliário Vinci Logística (VILG11) pede despejo da Tok&Stok de um dos seus galpões

Varejista não pagou o aluguel do Extrema Business Park I, seu principal centro de distribuição

Por Caio Araújo

16 de fevereiro de 2023, 10:47

Vinci Logística (VILG11)

Na noite de ontem (15), o Vinci Logística (VILG11) comunicou que ajuizou uma ação de despejo contra a Tok&Stok, locatária do Extrema Business Park I, galpão logístico localizado na cidade de Extrema (MG).

Atualmente, o empreendimento está totalmente locado pela Tok&Stok, representando cerca de 14% da receita de locação do fundo, sendo a sua principal locatária, e aproximadamente 11% da área bruta locável (ABL) do seu portfólio.

Diante de um cenário desafiador para o varejo doméstico, a rede de móveis e decoração não realizou o pagamento do aluguel do seu principal centro de distribuição, com vencimento no início de fevereiro.

Horas depois do fato relevante do VILG11, foi noticiado que a varejista contratou a Alvarez & Marsal para um processo de reestruturação financeira.

Tok&Stok tem 15 dias para pagar aluguel

A partir de agora, a companhia tem 15 dias para realizar o pagamento do aluguel. Caso permaneça inadimplente, a ação de despejo deve avançar pelos meios judiciais. 

Como se trata de um contrato robusto (prazo de 10 anos), sua composição conta com garantia por meio de seguro fiança, com cobertura de 12 aluguéis vigentes.

Portanto, caso a ação de despejo seja favorável ao VILG11, veremos uma elevação da sua vacância física para o patamar de 21,1%, sem impacto nas receitas durante o período.

Se for o caso, Extrema Business Park I deve ser reocupado sem problemas

Para a reocupação do imóvel, em função de sua localização privilegiada, temos uma perspectiva favorável.

Beneficiada pela isenção fiscal, Extrema se tornou um polo logístico importante para a região sudeste e atualmente registra uma vacância de apenas 2,70%, segundo a Buildings. Além disso, vale mencionar que o imóvel tem classificação AAA, com pé direito de 12 metros e capacidade de piso de 6 ton/m2.

De todo modo, é importante pontuar que o risco de crédito no setor logístico tem aumentado nos últimos meses, tendo em vista sua relação direta com os locatários varejistas. Notamos que a demanda também tem arrefecido. 

No caso do Vinci Logística, o fundo tem realizado um processo de renovações importantes em seu portfólio de locatários, além do processo de venda do CD Cachoeirinha, que promete gerar um ganho de capital extraordinário para o FII. 

Diante do nível de desconto em suas cotas, o VILG11 permanece entre as recomendações da Empiricus, mas a alocação no segmento logístico será revista nos próximos dias.

Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.