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Grupo Casas Bahia (BHIA3) acelera prejuízo líquido no 3T23 em meio a turnaround: o que fazer com a ação?

Nem a retração nas despesas foi suficiente para sustentar o resultado operacional e o prejuízo líquido foi de R$ 836 milhões.

Por Fernando Ferrer

9 de novembro de 2023, 10:40

Via VIIA3 Casas Bahia BHIA3
Imagem: Flávya Pereira/Money Times

O Grupo Casas Bahia (BHIA3) divulgou seu resultado referente ao 3T23, que veio fraco e pior que o esperado pelo mercado.

Volume bruto de mercadoria vendida (GMV) caiu 4% contra o 3T22

O volume bruto de mercadoria vendida (GMV) caiu 4% na comparação anual, para R$ 9,8 bilhões. Como destaque negativo, o GMV do 1P caiu 6%, em função da deterioração de 17% do 1p online, que foi explicada pela redução da demanda e pelo menor esforço de vendas da companhia nesse canal. As lojas físicas também seguem patinando, com queda no indicador de vendas mesmas lojas. De acordo com a companhia, o desempenho do GMV nesse canal foi de estabilidade frente ao ano passado. Por outro lado, o GMV do 3P avançou 14%.

Receita bruta de Casas Bahia caiu 3% nas lojas físicas e 10% no online

Como resultado, a receita bruta das lojas físicas caiu 3%, para R$ 5 bilhões, enquanto o faturamento do canal online foi de R$ 2,9 bilhões, queda de 10%. Dessa forma, a receita bruta caiu 5,4%, atingindo R$ 7,8 bilhões no trimestre. Nos 9 meses do ano, a queda de receita é de 1,4%, o que mostra que a companhia falhou em capturar mercado com os problemas que a Americanas está enfrentando.

Promocionamento e provisionamentos impactaram lucro bruto

Desde que foram anunciados os ajustes da operação e a mudança do management, já estava claro que a companhia aceleraria o processo de reestruturação para tentar iniciar 2024 com essa etapa concluída com sucesso. Contudo, o trimestre foi marcado por um nível de promocionamento e provisionamentos muito acima dos que eram esperados pelo mercado. Com isso, o lucro bruto foi de R$ 1,5 bilhões, queda de 30% na comparação anual e queda de 7,7 pontos percentuais na margem bruta.

Prejuízo líquido disparou

As despesas com vendas, gerais e administrativas tiveram uma retração de 10% na comparação anual, mas não foram suficientes para sustentar o resultado operacional, de modo que o Ebitda ajustado veio negativo em 66 milhões. Como o resultado financeiro foi negativo em R$ 679 milhões, o desempenho final foi um prejuízo líquido de R$ 836 milhões no trimestre, acelerando o prejuízo de R$ 203 milhões apresentado no 3T22.

Como enxergamos o momento de Grupo Casas Bahia (BHIA3)

Além do cenário macro difícil, do alto volume de endividamento das famílias e da baixa disponibilidade de renda, que já seriam motivos suficientes para preferirmos ficar de fora da maior parte das empresas do setor, o Grupo Casas Bahia está passando por mais um turnaround, o que torna as coisas ainda mais complexas e o cenário nebuloso. Dessa forma, o Grupo Casas Bahia (BHIA3) não faz parte das recomendações da Empiricus Research.

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Sobre o autor

Fernando Ferrer

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ e com MBA em Finanças pela mesma instituição, Fernando Ferrer atua na Empiricus como analista de investimentos há 5 anos cobrindo os setores de Varejo, Saúde e Infraestrutura. Atualmente, é responsável pela série best-seller As Melhores Ações da Bolsa e faz parte da equipe que comanda o Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa.