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Onde investir nos Estados Unidos? Mesmo em cenário global conturbado, sempre há oportunidades

O analista das séries internacionais da Empiricus, Enzo Pacheco, compartilha recomendações de investimentos além das fronteiras; confira

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Data de publicação
25 de março de 2022
Categoria
Investimentos

Os últimos meses têm configurado um cenário desafiador para os investimentos internacionais. Nesse sentido, a ascensão da guerra da Rússia contra a Ucrânia teve amplos impactos nos preços das commodities, na inflação e na política monetária ao redor do mundo, incluindo até mesmo o reajuste da taxa de juros pelo Federal Reserve, considerado o “banco central do mundo”. 

No entanto, sempre é possível extrair oportunidades de investimento, e o analista das séries internacionais da Empiricus, Enzo Pacheco, destaca quais são elas em um vídeo especial que ele preparou. 

Eu apresento aqui para você os principais pontos, começando pela dinâmica das bolsas americanas. 

Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones: como têm se comportado principais índices das bolsas dos EUA

“Quando olhamos para os principais índices americanos em 2020, temos visto uma reta descendente constante, apesar de haver alguns respiros”, afirma o analista. 

Um desses índices que se encontra em queda é o Nasdaq, focado principalmente nas empresas de tecnologia. “São empresas que talvez não gerem lucro hoje, pois a expectativa dos investidores é de lucro mais pra frente. Isso, com o aumento da taxa de juros, torna o investimento nessas empresas ainda mais desafiador”, comenta Pacheco.

Em relação a isso, ele explica que, para os investidores, entre a rentabilidade certeira proveniente de um título de renda fixa e a possibilidade remota de um ganho a longo prazo, a primeira opção parece mais interessante. 

O índice que menos tem apresentado queda é o Dow Jones. “É importante notar que o Dow tem uma composição de papéis mais da velha economia. São empresas de setores que não são tão afetadas com esse aumento dos juros porque já são consolidadas e já geram lucros, por mais que algumas delas podem estar em uma perspectiva mais desafiadora”, afirma.

Ao olhar para os setores do índice S&P 500, é possível observar alguns destaques. “O único setor no positivo do ano é o de energia, com uma alta de quase 40%. Isso obviamente está relacionado com o aumento do petróleo, principal commodity negociada nessas empresas. Também tem o gás natural, que é muito importante para essas companhias”, enfatiza o analista.

No entanto, ao estender essa análise para um período mais amplo do que somente 2022, avaliando desde 2019, é possível observar que o setor de energia era o mais desvalorizado, considerando a grande queda do petróleo no início da pandemia. Por outro lado, o setor da tecnologia apresentou uma ampla valorização durante o período agudo da pandemia, embora agora esteja em queda.

E agora, onde você deve investir lá fora?

Ao observar os fundamentos por setores, o setor de energia ainda negocia com o múltiplo projetado como o menor de todos. Nesse contexto, Pacheco destaca: “É importante que o investidor dê preferência às empresas que têm uma atuação mais localizada nos Estados Unidos, evitando empresas que tenham uma exposição no mercado europeu”. 

Nesse meio, uma das ações recomendadas pelo analista é a empresa American Oil: “É uma empresa que atua primordialmente nos Estados Unidos, está desalavancando seu balanço, pretende pagar dividendos, fazer recompra de ações e ainda negocia a múltiplos convidativos”.

Outro setor destacado é o de materiais básicos, ilustrado pelo ETF XLB, reunindo diversas empresas como de fertilizantes, fabricantes de químicos utilizados na indústria, e até uma mineradora de ouro. “São empresas que tendem a se beneficiar com o aumento das commodities”, destaca Pacheco, explicando por que é interessante ter esse ativo no portfólio hoje. 

O setor de saúde também pode ser considerado uma boa opção. “A demanda por produtos e serviços do setor de saúde, apesar do conflito na Europa, não tende a ser muito prejudicado nos próximos meses”, explica. 

Mesmo em setores que estão negociando a um múltiplo maior, como no setor de tecnologia, é possível encontrar saídas. Nesse caso, Pacheco atenta para as empresas big techs como alternativa: “Elas negociam a múltiplos maiores no mercado, mas também entregam muito mais do que o mercado”. Nesse contexto, pode-se destacar Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, entre outras. 

A Amazon, por sua vez, anunciou o desdobramento de suas ações e uma recompra de US$ 10 milhões, o que tem empolgado os investidores e pode ser um motivo para se atentar a essa ação: “É um momento interessante para investir na companhia”, afirma.

Confira o vídeo completo abaixo: