Investimentos

Prio (PRIO3) divulga números robustos do 1T24, com preços de venda maiores e bom controle de despesas

Os resultados de Prio, do setor de óleo e gás, refletem uma alavancagem confortável e tendem a melhorar ainda mais nos próximos trimestres.

Por Larissa Quaresma, CFA

08 maio 2024, 10:06 - atualizado em 08 maio 2024, 10:27

PRIO PRIO3
Imagem: Divulgação/PRIO

Ontem (7), após o fechamento do mercado, a Prio (PRIO3) divulgou um resultado robusto referente ao 1T24 (veja aqui quais outras empresas da B3 reportam seus balanços ainda nesta semana).

Esperavam-se números fracos em razão da queda de produção, já divulgada anteriormente. Entretanto, a companhia garantiu preços de venda do óleo maiores e um controle das despesas, o que levou à surpresa positiva.

O Ebitda ajustado foi de US$ 467 milhões, alta sequencial de 1%, mesmo com a queda de 12% na produção.

Mesmo com queda na produção, Prio garantiu preços elevados e bom controle de despesas

Conforme já divulgado, a produção foi de 88,3 mil barris de óleo por dia (-12%), em função de falhas no sistema de compressão de gás do Campo de Frade e na geração de energia elétrica do Campo de Albacora Leste, os dois maiores da companhia.

Essas estruturas já foram reparadas, e a produção desses ativos voltou ao normal.

A companhia vendeu 95% do óleo produzido no trimestre, com um preço médio de referência do Brent de US$ 85,06/barril, 3% acima do trimestre anterior, apesar do Brent médio 1% menor.

Isso se deve aos períodos escolhidos para precificação das vendas. Apenas 8% foram precificadas em fevereiro (Brent médio de US$ 84/barril), 81% em março (Brent médio de US$ 87) e 11% em abril (Brent médio de US$ 88).

Receita líquida de Prio caiu menos que a produção de óleo

Além disso, a modalidade de entrega direta ao cliente ganhou representatividade, diminuindo os descontos sobre o Brent de referência. Com isso, a receita líquida foi de US$ 606 milhões, queda trimestral de 4% – abaixo da queda de produção.

Já o lifting cost (custo de extração) subiu 10% trimestralmente, para US$ 6,80/barril, em função da perda de escala na produção. Esse efeito já era esperado, já que, quando a produção cai, o efeito de diluição de custos é menor.

Por outro lado, houve uma redução trimestral de 51% nas despesas gerais e administrativas, resultando no Ebitda de US$ 467 milhões (+1%). 

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Alavancagem se mantém confortável

A companhia gerou US$ 415 milhões em caixa operacional (-50%), em função de ter mantido ainda algum estoque para venda em abril. Ainda assim, gerou US$ 115 milhões em caixa livre após investimentos e fechou o trimestre com uma alavancagem confortável, com a dívida líquida representando 0,6x o Ebitda ajustado.

O que esperar de Prio daqui pra frente

Após a normalização dos problemas operacionais em Frade e Albacora Leste, já observamos a produção aumentar para 93 mil barris por dia em abril (+8%), o que sugere resultados melhores nos próximos trimestres.

Além disso, dada a continuidade da greve do IBAMA, que pode empurrar o início da produção em Wahoo para o final de 2024, é provável que a companhia redirecione as sondas para os ativos atuais. Isso compensaria parcialmente o atraso e geraria crescimento de produção mesmo sem Wahoo.

Negociando a 4,4x seu Ebtida estimado para 2024, Prio (PRIO3) segue como uma das melhores formas de se expor ao óleo com ações. Mantemos a recomendação de compra para a ação.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.

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