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Renda fixa: confira dois títulos prefixados para diversificar a carteira diante da recente alta da curva de juros brasileira

Apesar da leitura positiva do IPCA-15 de abril, o tom das últimas comunicações do Banco Central se manteve mais duro em relação à Selic.

Por Lais Costa

30 de abril de 2024, 14:33

títulos prefixados
Imagem: Freepik

Os mercados operam em queda nesta terça-feira (30). A forte abertura dos juros americanos após divulgação de dados macroeconômicos nos EUA contamina os demais ativos globais.

Preços altos e atividade abaixo do esperado surpreendem nos EUA

Nos EUA, o PIB do primeiro trimestre de 2023 revelou um “par ordenado” bastante desafiador: atividade aquém das expectativas e preços surpreendendo para cima.

O indicador de atividade mostrou um crescimento anualizado de 1,6%, significantemente abaixo da mediana das expectativas de mercado de 2,5%. A desaceleração do índice (de 3,4% no 4T23) foi marcada por investimentos fixos do setor privado aquém do esperado, assim como gastos do governo abaixo das expectativas e contração dos gastos com defesa. Por outro lado, o índice de preços (PCE) subiu 3,7% em termos anualizados, bastante acima dos esperados 2%.

Não por coincidência, na sexta-feira (26), o deflator do PCE de março e sua medida de núcleo também ficaram acima do esperado. O núcleo acelerou para 0,32% de 0,27% no mês anterior. Houve ainda revisões para cima dos dois primeiros meses deste ano. Novamente, o setor de serviços mostrou forte aceleração (de 0,24% para 0,44%). O “supercore”, medida que também exclui o preço de aluguéis, acelerou de 0,19% em fevereiro para 0,39% no último mês do primeiro trimestre.

Nesta manhã, o índice de preço de emprego do primeiro trimestre também surpreendeu para cima com crescimento de 1,2%, versus 1% esperado. O indicador registrou a maior alta desde o terceiro trimestre de 2022, mantendo o ritmo de alta de 4,2% na comparação com o ano anterior.

De maneira geral, os resultados reforçam a leitura de que será necessário manter os juros americanos inalterados por mais tempo.

O que esperar da reunião de amanhã (1) do Federal Reserve?

Para a reunião do Fed marcada para amanhã (1), não há expectativa de mudança na taxa de juros, porém, a entrevista do Presidente Powell após a reunião deve entregar um tom mais duro (hawkish) sobre o cenário inflacionário recente. Entre as principais perguntas, Powell deve responder se as projeções do último Sumário de Projeções Econômicas (SEP), divulgado na reunião de março e que previa três cortes de juros em 2024, segue como cenário base para o comitê. Atualmente, o mercado precifica apenas um corte de 25 pontos-base (pbs) em dezembro.

E o Brasil?

No Brasil, tivemos a divulgação do IPCA-15 de abril na última sexta-feira (26). O indicador subiu 0,21% m/m versus uma expectativa de 0,29%.

O resultado mostrou uma composição mais benigna, com queda da dispersão (número de itens com aumento de preços no período), arrefecimento dos preços de alimentação no domicílio e queda da contribuição de administrados (gasolina e energia elétrica).

Em relação ao grupo de serviços, a principal contribuição negativa foi de passagens aéreas, o que contribuiu para a queda da média dos núcleos.

Apesar da leitura positiva do IPCA-15 de abril, o tom das últimas comunicações do Banco Central se manteve mais duro. O Presidente Roberto Campos Neto tem enfatizado a necessidade de preservar um diferencial de juros atrativo com os EUA. Além disso, a deterioração do fiscal doméstico é, também, alvo das falas de Campos Neto em antecipação ao próximo COPOM marcado para o dia 8 de maio.

Embora o último comunicado tenha indicado mais um corte de 50 pbs na Selic, o mercado precifica hoje uma redução no ritmo de corte para 25 (pbs) e o fim do ciclo de redução de juros em torno de 10,25% ao ano.

Muito embora também tenhamos revisado nossas projeções para o cenário de juros domésticos, a forte alta da curva de juros brasileira nos últimos dias nos sugere uma assimetria para baixo a partir desses níveis.

Por isso, trouxemos hoje recomendações de títulos prefixados para auxiliar na diversificação de indexador do portfólio neste momento de juros mais altos.

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Cardápio da semana: confira os títulos de crédito privado recomendados

Características do CDB prefixado do Banco Pan
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 1.151,59
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)05/04/2027 (1070 dias corridos)
Rentabilidade anual14,25% a.a.
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
Características da CDB prefixado do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)03/05/2027 (1098 dias corridos)
Rentabilidade anual11,30% a.a.
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
As taxas das tabelas são referentes ao dia 30 de abril de 2024.

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.