Renda Fixa

Tesouro Selic: vale a pena investir? Saiba como funciona esse título do Tesouro

O Tesouro Selic é um dos investimentos em renda fixa mais vantajosos do mercado. Entenda como funcionam os títulos públicos atrelados à taxa básica de juros.

Por Equipe Empiricus

12 set 2022, 11:42 - atualizado em 01 mar 2024, 17:11

Imagem representando o Tesouro Selic, mostrando uma calculadora, um cofre e papéis com gráficos

Considerado a “porta de entrada” dos investimentos em renda fixa, o Tesouro Selic é uma das melhores opções de ativos para quem busca segurança e previsibilidade.

Esse tipo de empréstimo ao setor público – com possibilidade de resgate diário e sem amarras – é uma ótima alternativa à poupança, especialmente em tempos de alta dos juros.

O que é Tesouro Selic?

Como o próprio nome sugere, o Tesouro Selic é um título público atrelado à taxa básica de juros da economia brasileira – a Selic. Também conhecido como Letra Financeira do Tesouro (LFT), é considerado um dos investimentos de renda fixa mais seguros do país, já que a sua rentabilidade é garantida pelo Tesouro Nacional do Brasil.

A taxa Selic, por sua vez, é a principal referência para o custo das linhas de crédito oferecidas pelos bancos e está intrinsecamente conectada com o poder de investimento no país. Assim, quanto maior a percepção de risco pelo mercado, maior a sua taxa.

Atualmente, a Taxa Selic gira em torno de 13,75% ao ano, definição tomada a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Quando a Selic está em alta, os investimentos atrelados a ela rentabilizam na mesma proporção – ou seja, passam a ser uma excelente alternativa à poupança.

Como funciona o Tesouro Selic?

Oferecido como modalidade do Tesouro Direto, o título público atrelado à Selic tem diversas particularidades, a começar por sua rentabilidade previsível e maior que a da poupança.

Esse tipo de investimento é uma excelente oportunidade para quem deseja começar a cuidar do orçamento, já que serve como reserva de emergência. Entenda outras características do Tesouro Selic:

Rentabilidade do Tesouro Selic

Assim como a poupança, o Tesouro Selic está indexado à taxa básica de juros, com a diferença de que sua rentabilidade corresponde a 100% do índice – ao contrário da poupança, que costuma abranger até 70%.

O rendimento mensal de um título público dessa modalidade corresponde ao percentual da Selic do ano dividido por 12. Se levarmos em conta a taxa atual (13,75%), chegamos a uma rentabilidade de 1,14% ao mês.

Vencimento e liquidez do Tesouro Selic

O prazo de vencimento é definido pela instituição de acordo com o comportamento do título, uma vez que a precificação é feita pelo mercado. Para fugir das oscilações negativas da Selic, o melhor a se fazer é manter o título sob posse até a data de vencimento.

A liquidez do Tesouro Selic está atrelada à taxa básica de juros da economia brasileira, o que, para 2022, é considerado uma boa notícia, afinal a taxa Selic está no seu maior patamar em seis anos (13,75%).

Tributação do Tesouro Selic

Assim como outros investimentos de renda fixa, o Tesouro Selic é tributado de acordo com a tabela regressiva do Imposto de Renda. Ou seja, quanto mais tempo o investidor mantém o recurso aplicado, menor é o percentual que ele deverá recolher sobre os seus rendimentos. As alíquotas para cada período de aplicação são:

  • Até 180 dias: 22,50%;
  • Entre 181 e 360 dias: 20%;
  • Entre 361 e 720 dias: 17,50%
  • Acima 720 dias: 15%.

Outro encargo que costuma ser calculado sobre o ativo é a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Taxas de custódia do Tesouro Selic

Outro ponto que deve ser avaliado pelos investidores diz respeito às taxas da Letra Financeira do Tesouro, encargos que podem ser incluídos pelos bancos ou corretoras no ato da contratação do título.

Três taxas podem incidir sobre o Tesouro Selic: taxa de custódia da B3, taxa de custódia da instituição financeira e taxa de administração da instituição financeira. Entretanto, vale destacar que as duas últimas deixaram de ser cobradas por boa parte das instituições brasileiras.

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Riscos do Tesouro Selic

Apesar de ser um investimento em renda fixa – ou seja, que tem sua rentabilidade estabelecida de forma previsível pelo mercado –, ainda assim o Tesouro Selic tem seus prós e contras.

E quando tratamos do lado negativo, um dos principais fatores de risco é o fato de esse título não ter garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), ao contrário de aplicações como CDBs e LCIs. O FGC é acionado em casos de falência de bancos e instituições responsáveis por determinados investimentos; sendo o Tesouro Selic um título público do governo, o risco de falência é quase nulo.

Outros títulos do Tesouro Nacional

O Tesouro Selic é uma modalidade do Tesouro Direto, programa do Tesouro Nacional que, por sua vez, é a entidade responsável pela administração de todo o dinheiro do país. Além da opção atrelada à taxa básica de juros, há duas que se destacam no mercado: o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+.

A principal semelhança entre eles é o fato de ambos serem títulos que representam dívidas do governo (portanto, são emitidos quando há necessidade de mais dinheiro para financiar a atividade pública). Já a principal diferença é a rentabilidade, que varia conforme o tipo de juros escolhido.

Tesouro Prefixado

Enquanto o Tesouro Selic é considerado uma opção de investimento com taxa pós-fixada – ou seja, quando o valor dos juros só é conhecido no momento do resgate –, os títulos prefixados referem-se a uma modalidade de investimento previsível, em que os rendimentos são definidos já na contratação do ativo.

Isso significa que o Tesouro Prefixado não depende de nenhum indicador, já que sua rentabilidade é definida de maneira prévia pela instituição e não é afetada ao longo do contrato.

Tesouro IPCA +

O Tesouro IPCA é uma modalidade híbrida atrelada ao IPCA, índice que reflete a inflação. Nesse caso, ele sempre rende acima da inflação, uma vez que o título é composto pelos juros do índice mais a taxa do ativo em si.

Essa é uma das opções mais seguras de investimento no curto e médio prazo, já que mantém o poder de compra e rende de acordo com a oscilação do mercado – ao contrário da poupança, que pode perder valor sem os ajustes.

Como investir no Tesouro Selic?

Ficou interessado em investir no Tesouro Selic? Então, o primeiro passo é escolher um banco ou corretora de confiança para fazer a aplicação, afinal esse tipo de operação só pode ser realizada por intermédio de instituições financeiras habilitadas pelo Tesouro Nacional.

Muitos bancos permitem a aplicação por meio do próprio internet banking e de forma ágil e prática: basta abrir a conta e validar os dados. As operações podem ser feitas durante o horário de funcionamento do mercado, entre 9h30 e 18h.

Outra opção é comprar o ativo por meio da plataforma do Tesouro Direto, criada em conjunto entre a B3 e o Tesouro Nacional.

Vale a pena investir no Tesouro Selic?

Seja com o objetivo de criar uma reserva de emergência, seja para rentabilizar de forma segura e previsível, os títulos públicos são uma ótima porta de entrada para os investimentos de renda fixa. O Tesouro Selic é o caminho natural de quem deseja rentabilizar acima da poupança, opção que já se tornou obsoleta no mercado brasileiro.

A liquidez do ativo é diária, o que faz o dinheiro render acima da inflação. Além disso, é uma opção segura para ser usada como reserva de oportunidade de curto e médio prazo: enquanto o dinheiro não é aplicado em uma modalidade mais rentável, ele se mantém protegido de quaisquer oscilações.

Outro ponto de vantagem é a possibilidade de saque diário, sem a necessidade de grandes burocracias para reaver o montante. Dessa forma, você tem acesso ao valor investido sempre que quiser, ao mesmo tempo que recebe rendimento acima do esperado.

Por fim, os títulos do Tesouro Selic podem ser adquiridos por meio de frações, permitindo investimentos inferiores a R$ 100 – uma das aplicações mais acessíveis do mercado.

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