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Turbulência nos mercados diante de temores com alta de juros nos EUA e avanço da Covid na China; no Brasil, ainda tem a tensão entre poderes; Eletrobras (ELET6) pagará gordos dividendos e IRB (IRBR3) revela prejuízo; veja os destaques

Em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, Felipe Miranda comenta sobre o cenário e temas quentes que movimentam o mercado financeiro

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Data de publicação
25 de abril de 2022
Categoria
Investimentos

Os mercados iniciam a semana em clima de mau humor. Por trás disso, os temores em relação à alta da taxa de juros nos Estados Unidos e ao avanço da Covid-19 e o consequente lockdown na China

De acordo com Felipe Miranda, co-CEO da Empiricus, o avanço dos juros na economia americana afeta negativamente as empresas de tecnologia e cases de crescimento que possuem fluxos de caixa no futuro. 

Por sua vez, a situação da China impacta as ações das produtoras de commodities. 

“O cenário geral é de aversão ao risco. O governo chinês aponta explicitamente o aumento vertiginoso do número de casos de Covid e também a difícil detecção. Isso derruba os preços das commodities como petróleo e minério de ferro, afetando os mercados emergentes, incluindo o Brasil”, destacou o analista nesta segunda-feira (25/04) em seu grupo no Telegram Ideias Antifrágeis , canal direto que mantém com os assinantes da casa.

Portanto, hoje, o efeito negativo é bem naquilo que beneficiou a Bolsa brasileira, que ainda acumula retorno positivo no ano contra outras bolsas internacionais, em contexto global difícil. 

Aqui no Brasil, a turbulência é intensificada por questões internas, mais especificamente pela ‘rusga’ entre os poderes, mais uma vez há ‘barulho institucional’. 

Neste domingo (24/04), o cientista político Luciano Dias participou de uma live exclusiva para assinantes da Empiricus e comentou que essa crise tende a se conter. “A leitura é que a elevação dessa temperatura será dissolvida em grande medida. Claro que sempre tem risco, mas na visão dele, o cenário mais provável é que os ministros do STF acabem não escalando essa história”, diz. 

Pauta corporativa: Eletrobras (ELET6), Cyrela (CYRE3) e IRB (IRBR3)

A Eletrobras (ELET6) segue como boa pagadora de dividendos. A companhia anunciou na última sexta-feira a distribuição de R$ 1,340 bi até o final deste ano. O mercado nutre expectativas em relação ao seu processo de privatização. “O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltou a falar sobre a intenção de privatizar a companhia entre o final  do primeiro semestre e começo do segundo”, destaca Felipe. 

Outra empresa que informou o pagamento de proventos foi a Cyrela (CYRE3): a incorporadora distribuirá R$ 217 milhões em dividendos. 

Felipe Miranda comentou ainda o desempenho negativo do IRB Brasil (IRBR3). A resseguradora encaminhou à Susep (Superintendência de Seguros Privados) seu relatório periódico com dados de fevereiro de 2022 – um prejuízo líquido de R$ 50,9 milhões, comparado com o lucro de R$ 20,8 milhões no mesmo mês do ano passado. “Difícil esse turnaround, acho que a tese de Guilherme Aché (sócio e gestor da Squadra Investimentos) de short (posição vendida) em IRB se demonstra ainda adequada”, conclui.