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Investimentos

Veja um CDB e uma LCA para investir a partir de R$ 1 mil e aproveitar a inclinação da curva de juros

Ainda preferimos títulos prefixados de curto prazo. Para o longo, continuamos mais construtivos com os títulos indexados à inflação.

Por Lais Costa

5 de setembro de 2023, 13:38

Imagem de notas de cem reais e dez reais dispostas em uma mesa ao lado de pilhas de moedas de um real, juntamente com uma calculadora e caneta - CDB Renda Fixa
Imagem: Freepik

Essa semana começou com liquidez global reduzida devido ao feriado do Dia do Trabalho (Labor Day) nos EUA na segunda-feira (4). A celebração marca o “fim do verão” no hemisfério norte, o que deve contribuir para a normalização da liquidez dos ativos globais daqui para frente.

Da semana passada, vale destacar os dados de mercado de trabalho (Payroll) de agosto nos EUA, que mostraram uma composição mais fraca, com revisões para baixo do dado anterior e alta significativa da taxa de desemprego de 3,5% para 3,8%. De maneira geral, os indicadores corroboram a narrativa de um arrefecimento da economia americana apesar de ainda apontarem para um mercado de trabalho bastante apertado.

Nesta semana, o governo chinês anunciou novas medidas (de pequeno porte) de suporte à economia em mais uma tentativa de interromper o agravamento do pessimismo em relação aos ativos locais. Nessa toada, a gigante do setor imobiliário, Country Garden, evitou o calote dos juros da dívida nessa madrugada com o pagamento do cupom de dois títulos de dívida em dólar (bonds) na véspera do fim do período de carência. Já do lado econômico, o PMI (Purchasing Managers Index) de pequenas empresas do setor de serviços de agosto mostrou forte desaceleração em relação ao mês anterior, frustrando as estimativas dos analistas.

E por falar de queda de atividade, na Europa, houve revisão para baixo do PMI de serviços de agosto, afundando ainda mais o indicador antecedente  no território contracionista.

Ontem (4), o Banco Central Europeu ainda divulgou o relatório de projeções econômicas, uma espécie de “relatório Focus” da autoridade monetária do bloco. Entre os destaques, houve revisão para cima da expectativa de inflação de 2,3% para 2,4% ao ano para os próximos três anos, enquanto a expectativa para os próximos 12 meses se manteve em 3,4%. Atualmente, o índice de preços ao consumidor situa-se em 5,3% ao ano. Para a semana que vem, o mercado atribui maior probabilidade de uma pausa em 3,75% ao ano.

No Brasil, o noticiário ainda fraco traz matérias sobre movimentações políticas e desdobramentos no âmbito fiscal. Destaque para a nota do presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) que indica que o órgão deve julgar até R$ 800 bilhões neste segundo semestre do ano. Considerando uma arrecadação histórica de 10% desse valor para os cofres públicos, a meta de recolhimento de R$ 54,7 bilhões do Tesouro estaria subestimando a receita potencial do órgão. Na seara política, os jornais ainda destacam a inclinação dos parlamentares para iniciar a discussão da reforma administrativa, porém os mercados reagem majoritariamente ao ambiente externo adverso, com elevação dos juros de 10 anos dos EUA (acima do patamar de 4,2% ao ano), o que reduz drasticamente a atratividade para ativos de risco de economias emergentes.

Não por acaso, o Ibovespa cai, os juros longos sobem e o real se desvaloriza contra o dólar nesta manhã. Desde o último Comitê de Política Monetária (Copom), a curva de juros inclinou, com ligeira queda dos vértices curtos e alta na estimativa da Selic de mais de 60 pontos-base nos vencimentos intermediários (2025 a 2027), como mostra o gráfico abaixo.

Em relação à alocação em renda fixa para o investidor pessoa física, ainda preferimos títulos prefixados de curto prazo. Para o longo prazo, continuamos mais construtivos com os títulos indexados à inflação. Com a abertura do mercado primário de crédito, temos participado de diversas apresentações de novas emissões e devemos ter novas indicações em breve.

Confira os títulos de renda fixa recomendados nesta semana

Características do CDB prefixado do Banco Pan
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: AAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarEmpiricus Investimentos
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaAté o final do estoque
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)05/09/2024 (366 dias corridos)
Rentabilidade bruta anual11,3%
Tributação17,5%
Pagamento de jurosNão
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h
Características da LCA prefixada do Banco BTG
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: AAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarEmpiricus Investimentos
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaAté o final do estoque
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)06/09/2024 (367 dias corridos)
Rentabilidade bruta anual9,55%
TributaçãoIsento
Pagamento de jurosNão
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h

A taxa de 9,55% ao ano da LCA do Banco BTG equivale a taxa líquida de 11,58% ao ano, o que representa um spread de 0,53% acima do precificado pelo mercado na curva de juros hoje (5).

Segue ainda a campanha do banco Daycoval com o CDB prefixado de 1 ano, com rendimento bruto de 13% ao ano. Considerando o risco de crédito do banco, gostamos bastante dessa opção de alocação de curto prazo para a pessoa física.

Características do CDB prefixado do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: brAA+
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaR$ 250 mil
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)02/09/2024 (363 dias corridos)
Rentabilidade bruta anual13% ao ano
Tributação17,5%
Pagamento de jurosNão
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h

Por fim, é importante lembrar que, para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.

Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.