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Modelo de Gordon: como funciona o método de avaliação baseado em dividendos

O modelo de Gordon estima o valor de uma ação com base nos dividendos futuros e sua taxa de crescimento. Entenda como funciona.

Por Equipe Empiricus

06 maio 2025, 17:15

Imagem representando o modelo de Gordon, que estima o valor de uma ação com base nos dividendos futuros e sua taxa de crescimento.

O modelo de Gordon, também conhecido como modelo de crescimento constante, é uma das ferramentas mais tradicionais da precificação de ativos. Ele parte de uma premissa simples: o valor de uma ação corresponde ao valor presente dos dividendos futuros que ela pagará, considerando um crescimento constante ao longo do tempo.

Apesar de sua simplicidade, o modelo de Gordon é amplamente utilizado por investidores, analistas e gestores para avaliar empresas que distribuem dividendos de forma previsível e consistente. 

O que é o modelo de Gordon?

Criado pelo economista Myron Gordon, o modelo de Gordon é uma fórmula matemática que busca estimar o valor justo de uma ação com base nos dividendos esperados e em uma taxa de crescimento constante. 

A teoria parte do princípio de que os investidores compram ações visando o recebimento de dividendos, e que esses dividendos crescerão a uma taxa estável indefinidamente.

A lógica é simples: se uma empresa paga dividendos de forma regular e tem uma perspectiva clara de crescimento, é possível estimar o valor atual dessa ação com base nesses pagamentos futuros.

É por isso que o modelo é especialmente útil para empresas maduras, com um dividendo pago por ação (DY) consistente — como utilities, bancos tradicionais ou grandes companhias do setor de consumo.

Para que serve o modelo de Gordon?

O principal objetivo do modelo de Gordon é avaliar o valor intrínseco de uma ação com base nos dividendos esperados. Ele é especialmente útil para:

  • Investidores focados em dividendos: o modelo ajuda a identificar ações potencialmente subvalorizadas ou supervalorizadas com base no fluxo de renda futura.
  • Comparações entre empresas: facilita a análise entre companhias de setores semelhantes, com padrões de distribuição previsíveis.
  • Fundamentos de avaliação: serve como base teórica para outras metodologias mais complexas e é amplamente utilizado em cursos, certificações e literatura sobre investimentos.

No entanto, é importante destacar que o modelo não se aplica bem a empresas em crescimento acelerado, startups, companhias que não distribuem dividendos ou negócios com fluxo de caixa instável.

Como funciona o modelo de Gordon?

Também conhecido como modelo de crescimento constante, a fórmula de Gordon funciona a partir da projeção de todos os dividendos futuros que uma empresa deverá pagar, trazidos a valor presente com base em uma taxa de desconto

Como projetar dividendos infinitos seria inviável, o modelo usa uma fórmula que considera a perpetuidade desses pagamentos com um crescimento constante. O método é particularmente útil para empresas estáveis, nas quais os lucros e dividendos não sofrem grandes oscilações.

Como calcular o modelo de Gordon?

A fórmula do modelo de Gordon consiste na aplicação de três variáveis a partir do preço justo por ação (P). Ela é aplicada da seguinte maneira:

P = D₁ / (k – g)

Onde:

  • P = preço justo da ação (valuation);
  • D₁ = dividendo esperado no próximo período;
  • k = taxa de desconto (custo de capital ou retorno exigido);
  • g = taxa de crescimento dos dividendos.

Exemplo prático

Suponha que uma empresa pague R$ 2,00 de dividendo por ação no próximo ano (D₁) e que os dividendos cresçam 4% ao ano (g). Se o investidor exige um retorno de 10% ao ano (k), o valor justo da ação, segundo o modelo de Gordon, será:

P = 2,00 / (0,10 – 0,04)

P = 2,00 / 0,06

P = 33,33

Portanto, o valor justo da ação, segundo o modelo de Gordon, seria de R$ 33,33.

Segundo a avaliação de Gordon, se a ação estiver sendo negociada abaixo de R$ 33,33, pode estar subvalorizada; se estiver acima, pode estar cara em relação ao fluxo futuro de dividendos.

O modelo é um recurso clássico para a avaliação de ações com base na distribuição de dividendos. Simples e eficaz, ele oferece um ponto de partida para estimar o valor justo de ativos com fluxo de caixa previsível.

Embora tenha limitações — especialmente em contextos de alta volatilidade ou crescimento irregular —, o modelo de Gordon ainda é amplamente usado por analistas e investidores que priorizam o longo prazo e a geração de renda.

O que é o modelo de Gordon e para que ele serve?

O modelo de Gordon é uma fórmula utilizada para calcular o valor justo de uma ação com base nos dividendos futuros, assumindo que esses dividendos crescerão a uma taxa constante. Ele é útil para avaliar empresas maduras e estáveis que pagam dividendos de forma regular.

Em que tipo de empresa o modelo de Gordon funciona melhor?

Funciona melhor em empresas consolidadas, com histórico consistente de pagamento de dividendos e crescimento estável, como bancos tradicionais, companhias elétricas e grandes empresas do setor de consumo.

Quais são as limitações do modelo?

O modelo não é adequado para empresas que não pagam dividendos, têm lucros instáveis ou estão em fase de crescimento acelerado. Além disso, ele exige que a taxa de crescimento dos dividendos seja menor que a taxa de desconto.

O modelo de Gordon ainda é usado na prática?

Sim, apesar de sua simplicidade, ele ainda é amplamente usado por analistas e investidores como ponto de partida em análises de valuation focadas em dividendos, especialmente no longo prazo.

Como interpretar o resultado do modelo de Gordon?

Se o preço justo calculado for maior que o preço de mercado da ação, ela pode estar subvalorizada e representar uma oportunidade de compra. Se for menor, a ação pode estar sobrevalorizada em relação ao fluxo esperado de dividendos.

Sobre o autor

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