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É hora de comprar dólar? Fique por dentro dos motivos da desvalorização da moeda e as oportunidades

Na série Enzo Explica!, do analista Enzo Pacheco, ele compara a performance da moeda americana com a brasileira e destaca quais as oportunidades que se pode extrair desse cenário

Por Melissa Bumaschny Charchat

08 abr 2022, 14:56

Em 2022, foi observada uma grande desvalorização do dólar. A moeda, que abriu o ano valendo R$5,70, agora se encontra a R$4,70, descrevendo uma curva decrescente de 15%. Essa queda pode ser explicada por alguns fatores e gerar, por sua vez, grandes oportunidades. Enzo Pacheco, analista da Empiricus, comenta sobre o cenário e as oportunidades que ele proporciona.

“O real tem sido uma das principais moedas de 2022”, afirma Enzo. Ele explica que, ao comparar a moeda brasileira com seus pares regionais, ou mesmo com os países do BRICS e outros países desenvolvidos, é a que apresenta maior valorização diante do dólar, com um crescimento de 17,5% em relação à moeda americana. 

No entanto, ao ampliar o período analisado para anos anteriores, entende-se que essa valorização do real ainda está distante de compensar a perda originada pela pandemia. “Com o início da pandemia, o dólar chegou a R$ 6 e ficou transitando entre R$ 5 e R$ 6. Agora, essa faixa foi furada e estamos na casa dos R$ 4,70”, explica Enzo.

Quando comparado a outras moedas desde o início da pandemia, o Brasil é o país cuja moeda apresentou a terceira maior queda, atrás apenas do peso argentino e do rublo russo. “A valorização do real diante do dólar ainda está distante de recuperar os níveis do início de 2020”, destaca o analista.

Valorização constante: o que está por trás do crescimento do real diante do dólar?

Enzo explica quais são os fatores que estão por trás da constante valorização do real. O primeiro deles é a alta das commodities, que fez com que as empresas brasileiras exportadoras vendessem esses produtos por valores mais altos, em dólar: “O Brasil é um grande produtor de matérias-primas para o mundo inteiro”. 

O segundo fator é a taxa de juros no Brasil. “Quando comparamos a taxa básica à inflação, ela continua sendo positiva”, afirma Pacheco. Enquanto isso, as principais economias do mundo têm essa taxa no negativo. A expectativa para 2022 é que a taxa de juros no Brasil, descontada a inflação, se mantenha no positivo, e as economias globais sigam no negativo. 

Partindo para o terceiro fator, Enzo acrescenta que a bolsa brasileira estava muito barata. “Ao comparar com países como os do BRICS e outros países desenvolvidos, o Ibovespa ainda está negociando a múltiplos muito baratos em relação às outras bolsas”. 

Ele explica, ainda, que a bolsa brasileira é muito calcada em empresas de commodities e em teses de value investing, isto é, empresas que negociam a múltiplos mais baratos que o mercado, ao contrário das empresas de growth: “Isso faz com que o Brasil seja a escolha de investidores que querem investir em países emergentes”. Desde o início de 2022, o valor que entrou no Brasil em recursos estrangeiros é maior do que 2021 inteiro

Quais são as oportunidades pensando no futuro?

Em relação às expectativas, Enzo afirma que a valorização deve continuar no curto prazo: “Da mesma forma que tivemos um overshooting no início da pandemia dos R$4 para quase R$6, não é nada impossível que tenha um overshooting de queda, saindo da casa dos R$5 para perto dos R$4”. 

Contudo, Enzo faz um adendo: “Parte desses fatores têm um caráter especulativo”. Ou seja, ele explica que, da mesma forma que os recursos entram no país devido a taxas de juros atrativas e à bolsa mais barata, eles podem sair rapidamente conforme esse cenário se altera.

“Para você que já tem uma parcela de investimentos lá fora, é bom analisar o quanto do seu total de investimentos está alocado não só no dólar, mas em ativos dolarizados. Dependendo do tamanho dessa parcela, pode ser interessante reduzir um pouco da exposição à moeda”.

Já para os investidores que ainda não têm exposição a esse tipo de ativo, uma desvalorização de quase 15% na moeda americana é um ótimo momento de entrada, segundo Enzo. “Não significa que você tenha que entrar com todos os seus recursos de uma vez”, enfatiza. “Com o passar do tempo, será possível pegar um câmbio mais convidativo para seus investimentos”, conclui.

Para entender melhor o cenário econômico nesse sentido, a Empiricus oferece aos seus assinantes as séries internacionais, que são a Money Rider e a As Melhores Ações do Mundo. Nelas, é possível receber dicas dos melhores ativos para se investir no momento em meio a esse panorama.

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero, é integrante da equipe de conteúdo da Empiricus e já atuou em social media e redação.

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