PETR4, VALE3, ABEV3, modismos e IPO da Rede D’or | Seleção Empiricus #11
Para compor o time do último Seleção Empiricus de hoje temos Max Bohm, Sergio Oba e Rodolfo Amstalden, com mediação de Ricardo Mioto, conversando sobre ações.
Para compor o time do último Seleção Empiricus de hoje temos Max Bohm, Sergio Oba e Rodolfo Amstalden, com mediação de Ricardo Mioto, conversando sobre ações.
1:04 Começando por uma ação que nunca foi citada, mas que se tornou uma queridinha nos últimos tempos: Petrobras. Ainda vale a pena comprar? O petróleo não é um produto decadente?
Rodolfo responde que essa é uma discussão antiga e que usamos carvão até hoje. O petróleo, além de ser usado como combustível, tem diversas vantagens petroquímicas. Por ser um papel pouco “romântico”, existe um preconceito levando a ação à preços baixos, mas olhando a companhia como um todo, tem tudo para ser uma boa ação.
4:14 Falando em empresas públicas, existe o risco de dar um voto de confiança para empresas bem geridas e não ser merecido?
Max diz que esse risco sempre existe, olhando para a ingerência. Por isso existe o desconto. Petro entra nessa situação e o investidor precisa lidar com isso. Apesar de concordar com Rodolfo que é um case pouco romântico, Max acredita ter ganhado um pouco de romantismo nos últimos anos. O CEO atual é um cara de mercado e entrou realmente para marcar sua presença, depois de um período muito conturbado e complicado em termos de corrupção. Hoje a companhia foca no que faz de melhor: exploração de águas profundas, o que explica o bom desempenho dos últimos meses.
8:17 Seguindo na onda dos papéis que em 2005 eram muito queridos, Mioto questiona outro monstro da Bolsa: AMBEV. Com uma gestão nova, o quanto existe de marketing por trás da melhora ou é realmente uma nova empresa?
Oba responde que é a típica história de valor. É um caso clássico de uma companhia que olhava muito pra dentro e pouco pra fora e até um determinado ponto funcionava muito e o mercado gostava disso. De 2005 em diante, novos competidores entraram no mercado, novos hábitos começaram a surgir e adicionalmente a isso, a empresa gerou mais SKUs (unidades em estoque), causando uma complexidade grande de margem. Com tudo isso, o preço ficou atrativo e o novo management de fato está com uma “pegada boa” em termos de digitalização e comunicação, em termos de proposta de valor.
16:47 Para encerrar o assunto de grandes ações que ressurgiram, Mioto pergunta sobre Vale: existe uma preocupação em ficar exposto no minério de ferro e o quanto isso reflete o otimismo com as commodities em geral ou Vale é um caso específico? Por que comprar Vale?
Rodolfo deixa claro que esse setor é basicamente um oligopólio, quase um monopólio. E hoje em dia, por maiores os pecados da empresa, ela está fazendo a lição de casa para alterar a situação. Por isso, até que ponto faz sentido negociar a empresa com um desconto tão grande com relação à Rio Tinto? Max ainda acrescenta que a companhia está em um momento de conjunção de fatores muito positivo.
24:09 Para trazer um pouco de juventude ao bate-papo: Weg e Magalu, tão “cool”, mas realmente tão caro?
Rodolfo responde que sim, e em sua percepção, Weg sempre foi caro. Mas, ao mesmo tempo, tem muito espaço para crescer e entra numa “categoria” de ações que é preciso esquecer os múltiplos. Bem como Magalu, que como Max coloca, é uma empresa que está dificultando a vida de outras que já eram fortes e ainda vai continuar surpreendendo o mercado.
33:04 Falando em coisas caras: Rede D’or, compra de olhos fechados?
Rodolfo diz que embora não conheça o case em detalhes, admite que não é um IPO de amadores. Max, que acompanha a companhia há muito tempo, diz que é realmente uma empresa de qualidade, mas tem um único medo: o valuation. O analista diz que prefere esperar e observar como a empresa se comporta nos próximos trimestres. Já Oba diz achar que o crescimento está bem consolidado e recomenda o papel.
39:10 Mioto coloca duas empresas no ringue: Renner ou Hering? E questiona o por quê das duas estarem andando pra trás na Bolsa.
Oba compra as duas, mas diz não ser possível comparar a qualidade da dupla. Renner é um “bicho” muito maior, em suas palavras. Hering, em sua opinião, tem uma qualidade duvidosa, mas está melhorando. A família da empresa sempre teve uma cabeça mais industrial e menos varejista, se perdendo nessa situação. Mas, mesmo com isso, o modelo de negócios sempre deu certo, a empresa nunca teve dívidas e com o novo management se vê uma melhora a caminho. Já Max, que acompanha os cases há muito tempo, perdeu a confiança na Hering por ser uma empresa que oscila demais. Em sua opinião, a Renner sempre cumpriu o que prometeu e surpreendeu o mercado por muitas vezes.
51:00 Para encerrar, a pergunta vem do momento atual: existiu uma questão de que o home office veio pra ficar, mas aparamente, essa não é a situação que está se dando. Por isso, um otimismo com relação aos FIIs surgiu, mas o que ainda está faltando para as pessoas voltarem a confiar nos imóveis?
E Rodolfo, finalizando o bate-papo, responde que é preciso sim ter cautela, afinal não sabemos exatamente o futuro do setor.
Jornalista e diretor de comunicação da Empiricus. Foi repórter e editor da Folha e consultor de comunicação de multinacionais como McKinsey e Twitter. Escreveu "Breve História Bem-Humorada do Brasil" (editora Record)
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