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A melhor do varejo de moda? Arezzo &Co (ARZZ3) mantém rentabilidade saudável no 1T24

Apesar de desaceleração das vendas no resultado do 1º tri, Arezzo segue capturando novos ganhos e ação tem alto potencial de valorização.

Por Larissa Quaresma, CFA

9 de maio de 2024, 11:03

Arzz3 - Frente da loja Arezzo. Há vários calçados em exposição, sobretudo femininos
Imagem: Divulgação

Em linhas com as nossas expectativas, a Arezzo &Co (ARZZ3) divulgou resultados mais fracos nos primeiros três meses deste ano.

Assim como nos resultados mais recentes, as vendas desaceleraram. Contudo, a rentabilidade do negócio segue bastante saudável e ainda segue capturando novos ganhos. 

Vendas líquidas de Arezzo cresceram 5% em 12 meses

As vendas líquidas totalizaram R$ 1 bilhão no trimestre, crescimento anual de 5%.

Os destaques positivos e negativos seguem os mesmos do último trimestre: AR&Co. (+11%) e Arezzo (+9%) puxando o crescimento, enquanto a Schutz (-3%), que segue em processo de reposicionamento da marca, e a operação internacional (-4%), retraíram em relação ao mesmo período em 2023.

O indicador de vendas em mesmas lojas (SSS) de sell out em canais próprios ficou em 6,4%, queda de 12 p.p em relação à forte base comparativa do 1T23.  

A foto dos canais de vendas do 1T24 foi bem parecida com o final de 2023

O canal de vendas diretas ao consumidor teve as lojas próprias crescendo vendas em 14%, e o e-commerce, 19%. Esse bom desempenho contribuiu para a expansão da margem bruta para 53,2% (+0,80 p.p vs 1T23).

O canal de multimarcas, por outro lado, retraiu 4%, ficando praticamente estável na comparação anual, impactado novamente pela estratégia de redução no volume de vendas da Reserva no canal, visando preservar o valor da marca (e não entrar em uma espiral parecida com a Schutz). 

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Crescimento de margem bruta de Arezzo foi compensada pela alta das despesas operacionais

Seguindo para o Ebitda, parte dos ganhos obtidos na margem bruta foram compensados por um aumento de despesas operacionais (+0,8 p.p como %RL vs 1T23).

As despesas comerciais cresceram em função da maior participação dos canais próprios no resultado e da abertura de lojas, e as despesas gerais e administrativas avançaram devido à aquisição da Vicenza e Paris Texas.

No fim, o Ebitda recorrente ajustado atingiu R$ 173 milhões, implicando em uma margem de 16,2% (+0,2 p.p vs 1T23).

Na última linha do resultado, o lucro líquido ajustado foi de R$79 milhões, alta anual de 8%, beneficiado por um impacto positivo da alíquota efetiva de imposto de renda, mas pressionado por maiores despesas financeiras.

O crescimento mais fraco já está precificado e a ação tem um claro potencial de valorização

Por fim, nossa percepção é que a companhia entregou números neutros. Além disso, ex-fusão, os próximos trimestres devem ser melhores, mas também desacelerando em relação a 2023.

Contudo, acreditamos que esse crescimento mais fraco já esteja precificado e vemos um “upside risk” relevante na tese de investimento. 

A ARZZ3 está entre as principais quedas do varejo de vestuário no ano, movimento que se acentuou após as expectativas de um 1T mais fraco, que se concretizou.

Nos preços atuais, vemos a companhia ‘standalone’ (sem Soma) negociando a 11 vezes os seus lucros para 2025. Esse é um múltiplo bastante atrativo, com uma assimetria positiva relevante derivado da fusão. Aqui, o potencial para surpresas positivas é maior do que para negativas, dado que o pessimismo está alto.

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Arezzo ainda é o melhor negócio do varejo de moda no Brasil

Embora esperemos um 2024 relativamente fraco, é razoável que, em algum momento, o mercado passe a olhar para 2025, especialmente se a companhia começar a executar o cross-selling ainda em 2024.

Além disso, no âmbito qualitativo, continuamos a ver a empresa como o melhor negócio do varejo de moda no Brasil.

Essa qualidade deve se reforçar ainda mais com a fusão, que junta duas empresas de dono com histórico vencedor. 

A Arezzo (ARZZ3) segue como recomendação de compra da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.