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Ações da WEG (WEGE3): comprar ou vender?

Por um lado, a ação que mais se valorizou no longo prazo, mas, por outro, um preço salgado

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Data de publicação
29 de março de 2021
Categoria
Investimentos

As ações da WEG (WEGE3) são recomendadas nas séries As Melhores Ações da Bolsa e PRP, lideradas por Max Bohm e Rodolfo Amstalden, respectivamente.

A empresa é excepcional, mas seus ativos são negociados em patamares exorbitantes.

Neste artigo, vamos entender tudo que você precisa saber sobre a empresa e o mercado no qual ela atua, assim como os motivos pelos quais enxergamos potencial de valorização nas suas ações e, desse modo, topamos pagar caro por WEGE3.

Além disso, se você preferir, o Max preparou um vídeo completo sobre a companhia, que você pode conferir abaixo:

E aí, curtiu? Voltando para cá, nós dividimos o conteúdo, para facilitar a compreensão, no seguintes tópicos: 

  • Entendendo a WEG: a empresa e o seu segmento

    • A trajetória estratosférica de WEGE3

  • Nossa, mas como é cara…

  • Quais são as vias de crescimento?

  • Veredito

Entendendo a WEG: a empresa e o seu segmento

Em 1961, em Santa Catarina, Werner Ricardo Voigt, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus, um trio interdisciplinar — um eletricista, um administrador e um mecânico —, se uniram para criar motores elétricos.

Alguns anos depois, renomearam a empresa em alusão às iniciais dos seus nomes: WEG.

Atualmente, a companhia se consagra como uma das maiores listadas na Bolsa de Valores, ostentando R$ 150 bilhões em valor de mercado. No entanto, sua origem foi muito mais humilde do que se presumiria.

A primeira “fábrica” da colossal indústria que conhecemos hoje

Nessa primeira década, a empresa se dedicou ao amadurecimento espontâneo no mercado, crescendo organicamente pelo país. No entanto, em 1970, a WEG já começou a internacionalizar suas fontes de receita (um dos grandes prós da companhia, como veremos adiante):

As exportações começaram pela Guatemala, Uruguai, Paraguai, Equador e Bolívia

Então, para captar mais recursos, o management executou o movimento que nos permite escrever sobre a empresa: o IPO da companhia, em 1971, inaugurou WEGE3 no mercado financeiro. Nas décadas subsequentes, a presença da companhia brasileira se tornou global, com filiais nos EUA, Alemanha, França, Suécia e mais.

A expansão e consolidação estavam com força total: bateram R$ 1 bilhão em faturamento anual em 2001, o que é razoável quando você faz a mesma coisa 100 milhões de vezes (não é um exagero).

Eis o motor número 100.000.000 da WEG

Nessa altura do campeonato, a WEG já se mostrava imparável e apostou numa estratégia que alinhava aquisições internacionais com penetração em novos mercados, como o de tintas industriais e o de energia eólica.

Atualmente, divide suas operações em quatro linhas de negócios: i) equipamentos eletroeletrônicos industriais (painéis elétricos e transformadores); ii) geração, transmissão e distribuição de energia (alternadores, placas de energia, motores de turbina); iii) motores comerciais; e iv) tintas e vernizes.

Abaixo, podemos ver a expressividade de cada uma dessas frentes de negócio e a diferença (Δ%) entre o 3T20 e o 3T19:

A fonte de receita mais forte da WEG está no mercado externo

A análise do gráfico acima nos permite algumas conclusões relevantes sobre a atratividade de WEGE3 atualmente, a saber:

  • A receita predominantemente em dólar de WEG é vantajosa num momento em que “o Brasil está na UTI e o dólar ganha jardas contra o real”, explica Max;

  • A linha de GTD (em verde) demonstrou o crescimento mais agressivo na comparação anual, fato que fortalece sua posição como via de crescimento da empresa (um dos principais pontos da nossa tese); e

  • Apresentou-se como uma companhia firme e robusta durante uma das maiores crises recentes.

Vamos explorar as vias de crescimento com mais profundidade adiante, então vale alguns outros dados sobre o porte da WEG: a indústria possui 32 mil funcionários, dos quais 3.600 são engenheiros; detém 45 plantas, distribuídas em 12 países e quatro continentes; e exporta para mais de 130 países.

Além disso, é justo enfatizar que se trata de uma das maiores empresas da Bolsa de Valores, com um valuation de R$ 150 bilhões. Na próxima seção, entenderemos a ascensão da WEG, mas especificamente no mercado financeiro (WEGE3).

A trajetória estratosférica de WEGE3

Imagine, por um momento, transformar R$ 1.000 em R$ 7.500, R$ 19.000 ou R$ 320.000. Pois foi exatamente isso que aconteceu com os investidores que montaram essa posição inicial em WEGE3 e seguraram a ação, sem depositar mais um centavo, nos últimos cinco anos, dez anos e vinte anos, respectivamente.

Não por acaso, Max brinca que “quem comprou WEGE3 em 2001 deve estar rindo à toa”.

Além disso, quando colocamos seu desempenho ao lado de outros players experientes na Bolsa de Valores, a WEG se consagra como a empresa que mais gerou retorno ao acionista nos últimos anos, desbancando até mesmo Vale (VALE3), Itaúsa (ITSA4) e Petrobras (PETR4).

Veja você mesmo:

A supremacia de WEGE3 é brutal

Fonte: Bloomberg

No entanto, vamos ser justos e tirar essa belíssima situação do plano das ideias, colocando-a em cheque ao posicioná-la no mundo real. Eis o questionamento: você conseguiria se manter posicionado em um papel por vinte anos?

Max mesmo, sócio e analista da Empiricus, com muitos e muitos anos de experiência no mercado financeiro, diz que “não sabe se teria tamanha perseverança”.

Bom, mas o fato é que aconteceu e, se você está se perguntando como esse crescimento absurdo foi possível, chegou a hora da explicação.

Após conversar com o time de gestão da empresa, Max detalha: em WEG (WEGE3), encontramos “diversificação de produtos, capilaridade geográfica, qualidade reconhecida pelos clientes, resultados formidáveis, caixa líquido de mais de R$ 2 bilhões e um crescimento de dar inveja a qualquer empresa internacional”.

Só tem um problema…

Ninguém duvida da qualidade intrínseca de uma Ferrari, mas isso não faz com que possamos comprar uma. No caso de WEGE3, temos a mesma situação, ou seja, um excelente ativo que, no entanto, “se torna cada dia mais caro”, aponta Rodolfo.

Nossa, mas como é cara…

A grande questão em torno de WEGE3 é que o mercado não está dormindo no ponto e trata os diferentes como diferentes. A competência histórica e as vantagens competitivas da empresa já são considerados e precificados na ação, de forma que todos os pilares qualitativos citados se traduzem num patamar de 70x Preço/Lucro e 52x EV/Ebitda para 2021.

Max tira as palavras da nossa boca ao dizer que “dá uma sensação de que investir na empresa agora é como chegar no fim da festa”.

Nossos analistas não recomendavam WEGE3 porque se questionavam: será que não tem algo parecido com WEG que esteja sendo negociado a patamares mais convidativos?

Para reaproveitarmos o exemplo da Ferrari na seção anterior, era como se perguntar: será que um Mustang não é igualmente capaz de me levar ao shopping?

Esse cenário nos afastou de WEGE3 durante um tempo, mas as avenidas de crescimento da empresa que se dispõem em nossos pés, como investidores, nesse exato momento, são irresistíveis.

A gente explica isso na próxima seção.

Quais são as vias de crescimento?

A trajetória da WEG (WEGE3) chega a ser comovente para todos aqueles que seguraram o ativo por muitos anos, como evidenciamos alguns parágrafos atrás. No entanto, retorno passado não é garantia de retorno futuro.

O que nos dissuadiu, somente agora, a pagar um valor premium por WEGE3?

Em síntese, porque a companhia está muito bem posicionada estrategicamente em alguns dos contextos mais relevantes do futuro, como energia renovável, mobilidade elétrica, eficiência energética e até soluções digitais.

Não é segredo para ninguém que a pauta da preservação do meio-ambiente está em evidência como nunca vimos antes, o que move grandes players a reduzirem a necessidade de combustíveis fósseis e grandes usinas hidrelétricas como fontes de energia em seus modelos de negócio.

Em outras palavras, haverá uma migração massiva para fontes de energia menos agressivas ao planeta. Agora, adivinhe quem produzirá a maior parte das turbinas para as novas plantas solares e eólicas do Brasil e ao redor do mundo?

Não obstante, a WEG não vai começar a criar tudo isso agora, porque ela já conta com “uma ampla gama de produtos e soluções que vão desde motores elétricos (para praticamente todos os segmentos industriais e domésticos) até equipamentos para o setor elétrico (geradores, turbinas, painéis e transformadores)”, destaca Max.

Fonte: WEG

Assim, a empresa não está se preparando para o futuro, como algumas outras, mas esperando, pronta, por ele.

A competência do management, por sua vez, continua impecável e nos enche de confiança para acreditar que aproveitará as oportunidades da forma mais adequada, como podemos ver na melhoria de vários indicadores nos últimos anos:

2018

2019

2020

Receita

R$ 12 bilhões

R$ 13,3 bilhões

R$ 17,4 bilhões

EBITDA

R$ 1,8 bilhão

R$ 2,2 bilhões

R$ 3,3 bilhões

Margem EBITDA

15,2%

16,8%

18,7%

Lucro Líquido

R$ 1,3 bilhão

R$ 1,6 bilhão

R$ 2,3 bilhões

Caixa Líquido

R$ 700 milhões

R$ 1,3 bilhão

R$ 3,3 bilhões

Estamos falando, portanto, de uma oportunidade enorme e que não podemos, de forma alguma, ficar de fora. Mas… até quando vai essa brecha? 

A pergunta mais adequada seria “até quanto” e, não se preocupe, nós temos essa informação, encontrada por meio dos cálculos técnicos dos nossos analistas. Na próxima seção, a gente te conta.

Veredito

Os pilares da WEG são robustos, ela conta com gestores competentes e se encontra numa ótima posição para surfar nas tendências do futuro. Além disso, a observação histórica da companhia nos mostra que ela distribui mais de 50% do seu lucro em dividendos.

Não podemos deixar de citar, também, sua saúde financeira diferenciada: a WEG “detém R$ 3,3 bilhões de caixa líquido para investimentos, aquisições e distribuição de proventos”, aponta Max.

Só que, como ponto fraco, ela é uma das queridinhas do mercado e, por isso, negocia em patamares altíssimos…

No entanto, temos uma excelente notícia para você.

O mercado ainda não precificou WEGE3 de acordo com as vias de crescimento que a empresa apresenta e, dessa forma, estamos falando de uma oportunidade única para garantir esse ativo no seu portfólio.

Para sermos mais precisos, a análise técnica de nossos analistas indicam que essa transnacional brasileira possui um upside (potencial de valorização) na casa dos 30%, ou seja, seu valor justo, atualmente, é de R$ 100.

Por isso, nossa recomendação é que você compre WEGE3. No mais, precisamos alertar que a janela, muito provavelmente, vai se fechar bem rápido.