Investimentos

Ações internacionais: onde investir no segundo semestre de 2023?

Depois de seis meses de forte recuperação das bolsas americanas, veja quais setores ainda podem continuar em alta e como escapar de setores mais fracos.

Por Nicole Vasselai

06 jul 2023, 12:58 - atualizado em 06 jul 2023, 12:58

O primeiro semestre de 2023 certamente foi o mais controverso desde o início da década passada. As bolsas americanas engataram fortes altas e recuperaram boa parte do espaço perdido em 2022. Entre o apetite do mundo financeiro e a dinâmica da economia real, o primeiro prevaleceu, empurrando angústias, dúvidas e incertezas para baixo do tapete. A dúvida agora é: como será o segundo semestre para as ações internacionais?

Na balança de riscos, João Piccioni, analista da Empiricus Research, acredita que, apesar do cenário econômico ainda mostrar riscos claros de uma recessão global, a probabilidade do mercado reagir negativamente aos números parece mais limitada.

“Somente um choque faria o apetite ao risco ficar de pernas bambas. Sob essa ótica, os ativos assimétricos me parecem mais interessantes, em especial quando pensamos em defender o portfólio. A queda da volatilidade dos mercados também abre espaço para ampliarmos o espectro dos seguros via derivativos”, recomenda.

Ainda que o processo desinflacionário em curso traga esperança de algum afrouxamento monetário no radar do Federal Reserve, banco central americano, na visão do analista os juros devem permanecer em patamares elevados por mais tempo. Por isso, acha que vale a pena ter uma parcela da carteira internacional em ativos atrelados à renda fixa ou com características dela.

Em quais ações internacionais vale investir?

Piccioni tende a acreditar em um desempenho mais favorável daquelas companhias que guardam uma boa margem de segurança dados os seus preços em tela.

“Em outras palavras, vejo o stock picking como vencedor nesse segundo semestre (assim como foi no primeiro). As ações extremamente caras precisarão mostrar resultados fortes para sustentarem seus preços nos patamares atuais. Penso que o ‘brand power‘ [o poder da marca] neste momento será importante na hora de alocar recursos“.

Em relação a quais setores ficar longe por enquanto, o analista segue cético com o varejo americano. “Do meu ponto de vista, são poucas as companhias do varejo que conseguirão manter o ritmo de crescimento dos últimos anos. A transição do consumidor americano de bens para serviços deve continuar a todo vapor. Pelo menos por ora”, afirma.

2023 tem o mesmo desenho de 2021

Para Piccioni, o momento atual guarda alguma semelhança com a “corrida do biênio 2020-2021”, em suas palavras, quando os mercados se recuperaram fortemente depois do tombo do início da pandemia.

“Naquele momento, apesar da discussão diametralmente oposta, o sentimento acerca da economia era de terra arrasada. Nem assim os investidores deixaram de aproveitar aquilo que racionalmente parecia irrazoável. Compraram ações como se não houvesse amanhã, e empurraram as bolsas para as máximas históricas”.

O início da corrida se deu com a intervenção do Federal Reserve na política monetária, por meio da derrubada dos juros e da injeção de liquidez no setor financeiro. Em seguida, o cenário ganhou o suporte dos estímulos fiscais.

“Dali para frente, a história só retrata os vencedores, já que aqueles que não tomaram risco em ações e preferiram a segurança dos bonds acabaram perdendo muito dinheiro”, reforça.

Dessa vez, ele conta, a arrancada das bolsas nos últimos meses se deu a partir da intervenção do Fed nos bancos regionais americanos, mais especificamente, o Silicon Valley, o Signature e o First Republic. A ‘Fed Put‘, ou o seguro dos mercados, continua viva e é aparentemente suficiente para gerar coragem aos investidores”.

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Aproveitando o cenário propício para ter uma parte da carteira em ações internacionais, os analistas da Empiricus Research selecionaram 5 ideias de ações que acreditam ser as melhores apostas nos mercados internacionais.

Todas elas são BDRs, certificados que representam ações emitidas por empresas no exterior, mas negociadas na bolsa brasileira. Assim, não é necessário abrir conta lá fora ou mesmo falar inglês.

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Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.

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