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Eletrobras (ELET6) teve aumento de receita líquida de 9% no 1T24 e balanço energético em destaque; confira

Apesar do resultado abaixo das expectativas, Eletrobras apresenta sinais positivos e um ótimo controle de despesas no 1T24.

Por Ruy Hungria

9 de maio de 2024, 12:35

Eletrobras (ELET3, ELET6)
Imagem: Divulgação

A Eletrobras (ELET6) apresentou resultados abaixo das expectativas, mas com sinais positivos de que a reestruturação segue entregando frutos. 

A Receita Líquida Regulatória de R$ 9,7 bilhões cresceu +9% na comparação com o 1T23, ajudada principalmente por reajustes tarifários no segmento de  transmissão, já que o segmento de geração segue afetado pelos preços baixos de energia e ainda teve o efeito negativo da venda da termelétrica Candiota no período. 

Mas os custos com energia vendida e rede acabaram crescendo em ritmo superior (+15% vs 1T23), que combinado com provisões extras de R$ 639 milhões para a Amazonas Energia, acabaram pesando no resultado. 

Base comparativa difícil para o resultado da Eletrobras

Com isso, mesmo com um ótimo controle nas despesas gerenciáveis, que caíram -11% ajudadas pelo avanço na reestruturação pós-privatização (especialmente o plano de demissão voluntária), o Ebitda cresceu apenas +5% na comparação anual, sendo que os R$ 5,4 bilhões mostrados nesta linha acabaram ficando um pouco abaixo do consenso. 

Por fim, com uma base comparativa difícil para o resultado financeiro, que tinha sido ajudado por efeitos não recorrentes no 1T23, o Lucro Líquido caiu -22% na comparação com o 1T23, para R$ 865 milhões. 

Apesar dessa piora, é importante mencionar algumas evoluções, além da já mencionada queda das despesas gerenciáveis. O estoque de compulsórios caiu R$ 1,14 bilhão na comparação com o fim de 2023, reflexo de novos acordos realizados. Desde o 1T23 a redução foi de R$ 8,2 bilhões. 

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Destaque positivo

O balanço energético de 2024 é outro ponto de destaque positivo, dado que a companhia aproveitou a melhora de preços nos primeiros meses do ano para reduzir a energia descontratada de 15% para 8%, por preços ainda próximos de R$ 200/MWh, o que é boa notícia dado o cenário de sobreoferta atual.

Apesar do resultado abaixo das expectativas, depois de dois trimestres muito bons, entendemos que boa parte dos efeitos negativos não são recorrentes. 

Por menos de 6x Valor da Firma/Ebitda, bons níveis de dividend yield e tendência de melhora de resultados à frente, ELET6 segue como recomendação de compra da Empiricus. 

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.