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Há espaço para continuidade do alívio observado no último pregão? Veja os destaques do mercado nesta quinta (5)

Mercado em 5 Minutos: dados sobre o mercado de trabalho nos EUA possibilitaram primeira alta do mês de outubro

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Data de publicação
5 de outubro de 2023
Categoria
Investimentos
Mercado em 5 minutos - temores bancários
Imagem: Freepik

Bom dia, pessoal. O principal tema em discussão ainda é a política monetária nos Estados Unidos. Hoje, os investidores ao redor do mundo estão atentos às declarações das autoridades monetárias, tanto do Banco Central Europeu quanto do Federal Reserve. Recentemente, dados frescos sobre o mercado de trabalho dos EUA impulsionaram os mercados globais, resultando no primeiro dia positivo de outubro.

O curso dos mercados pode continuar sendo influenciado pelas declarações de hoje e pelos próximos dados econômicos. Alguns indicadores europeus estão na agenda internacional, com destaque para a produção industrial na França e Espanha, além do sentimento empresarial na região. Nos EUA, os pedidos de auxílio desemprego estão em foco.

As ações na Ásia registraram alta nesta quinta-feira, seguindo a tendência positiva de Wall Street, após dados fracos sobre o emprego nos EUA, mencionados anteriormente, aliviarem as preocupações relacionadas à possibilidade de taxas de juros mais elevadas por um período prolongado. Na Europa, as ações estão em alta nesta manhã, à medida que o movimento de venda global de títulos está diminuindo, enquanto os preços do petróleo se estabilizaram após a maior queda diária em 13 meses.

A ver…

· 00:48 — Estava demorando para começar a esgarçar…

No cenário brasileiro, diante da ausência de indicadores econômicos de destaque na agenda nacional, é crucial manter atenção nas movimentações internacionais e possíveis desenvolvimentos em Brasília. Chamou atenção a decisão de adiar a votação do projeto que propõe tributar os fundos de alta renda (offshore e exclusivos), inicialmente agendada para ontem. Agora, os congressistas estão programados para votar o texto somente no dia 24, após o retorno de Lira de sua viagem ao exterior. Essa situação impacta a equipe econômica, que enfrenta pressão para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit público.

Os primeiros sinais de pressão já começam a se manifestar. O mercado já estava ciente de que alcançar um déficit zero no próximo ano seria desafiador, considerando a necessidade de atingir algo em torno de R$ 168 bilhões. Recentemente, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, mencionou que ela e sua equipe estão trabalhando arduamente para fechar o déficit primário deste ano entre 1,1% e 1,2% do PIB, buscando cumprir a meta de resultado fiscal zero em 2024, permitindo uma margem de 0,25% negativo. A perspectiva aponta para a necessidade de cortes de gastos, mesmo que moderados. Entretanto, Lula parece resistente a essa abordagem. A falta de previsibilidade pode levar a um estresse na curva de juros.

· 01:36 — Qual a chance de mais notícias boas?

Nos Estados Unidos, os investidores parecem ter minimizado a saída de Kevin McCarthy da presidência da Câmara, apesar das implicações nas discussões de sucessão em meio às negociações orçamentárias para 2024. A destituição de McCarthy intensifica as tensões políticas em Washington, levantando a possibilidade de um impasse no governo ainda este ano. No entanto, os dados de emprego divulgados ontem foram preponderantes. O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos recuou 7 pontos-base para 4,74% ao ano, representando o segundo maior rendimento deste ano.

Este alívio é bem recebido, especialmente após o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos ter superado o retorno dos lucros (earnings yield) do índice S&P 500 pela primeira vez desde 2002. Na agenda, destaca-se a continuação dos dados relacionados ao emprego. Hoje, teremos informações sobre os pedidos de auxílio-desemprego e o Relatório Nacional de Emprego referente a setembro. Em seguida, serão divulgados os índices de gerentes de compras de serviços de setembro. Se os números ficarem aquém das expectativas, poderemos observar uma pressão adicional para redução das taxas de juros. Além disso, os pronunciamentos de algumas autoridades do Federal Reserve também terão influência significativa sobre os índices americanos.

· 02:25 — A sensibilidade do mercado de trabalho

Os empregos nos Estados Unidos estão em foco nesta semana, com destaque para a leitura de setembro a ser divulgada na sexta-feira. A persistente robustez no mercado de trabalho surpreendeu os economistas do Federal Reserve, levando a ajustes para baixo em suas previsões de desemprego. Na terça-feira, a Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Trabalho apresentou números consideravelmente acima das expectativas. No entanto, na quarta-feira, o relatório de empregos de setembro da ADP (e há mais um hoje) mostrou dados aquém do previsto. A grande expectativa, portanto, recai sobre os dados de amanhã, o renomado relatório de folha de pagamento (payroll), que deverá indicar um ganho de 155 mil empregos, em comparação com os 187 mil de agosto, enquanto a taxa de desemprego deve cair de 3,8% para 3,7%.

O crescimento do emprego está desacelerando. A média dos três meses até agosto para a folha de pagamento foi de 150 mil, comparada aos 438 mil nos dois anos até maio. Se as expectativas do mercado se confirmarem, será o quarto mês consecutivo com geração de empregos abaixo de 200 mil. A última vez que isso ocorreu foi em 2018. Durante a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto em setembro, o presidente do Fed, Jerome Powell, mencionou que, embora a discrepância entre empregos e trabalhadores tenha diminuído, a demanda por trabalhadores ainda supera a oferta disponível. Qualquer nova atualização indicando uma atividade mais moderada pode ter um impacto positivo nos mercados globais.

· 03:17 — Evergrande: um problema grande

Historicamente, a gigante Evergrande tem estado no centro das atenções pelos motivos equivocados. Agora, a empresa, que já foi a imobiliária mais valiosa do mundo, parece estar se aproximando do desfecho final do seu trajeto. Recentemente, o fundador e bilionário presidente, Hui Ka Yan, foi levado pela polícia e colocado sob uma forma de prisão domiciliar, um tipo de ação policial que fica abaixo da detenção ou prisão formal.

Isso não implica necessariamente que Hui será acusado de um crime, e as circunstâncias exatas de sua situação permanecem obscuras. Mas a situação não parece promissora. A Evergrande suspendeu as negociações e confirmou em um documento da bolsa de valores de Hong Kong que as autoridades informaram à empresa que Hui estava sujeito a “medidas obrigatórias” devido a “suspeitas de crimes ilegais”.

Essa reviravolta recente em uma saga contínua para a incorporadora mais endividada do mundo deixou os credores perplexos e preocupados com o destino de seus investimentos. Os planos de reestruturação da empresa estão agora em risco, e as chances de uma liquidação total aumentaram.

Há uma extensa lista de vítimas: as centenas de milhares de proprietários que adquiriram aproximadamente 706 projetos residenciais que ainda estão em construção; pessoas que investiram em produtos de gestão de patrimônio da Evergrande, totalizando US$ 5,5 bilhões, alguns anos atrás; investidores globais que detêm coletivamente pelo menos US$ 30 bilhões em dívidas offshore; fornecedores e bancos. Em suma, são muitos os afetados.

A Evergrande tornou-se um presságio para o colapso imobiliário no país. Como sabemos, essa crise imobiliária está longe de acabar. As incorporadoras chinesas enfrentam um déficit de liquidez correspondente a cerca de 15% do PIB, o que poderá se transformar em uma crise de solvência até o final do ano. As crises imobiliárias são sempre dolorosas. Na China, isso é especialmente verdadeiro devido ao papel descomunal que o setor desempenha na economia: aproximadamente 70% da riqueza das famílias está ligada a essa indústria. É algo que merece nossa atenção neste trimestre.

· 04:51 — Uma queda não ignorável

Ontem, o mercado de energia estava altamente agitado. O preço do petróleo caiu mais de 5%, marcando seu pior desempenho em mais de um ano. Vale ressaltar, contudo, que os preços do petróleo encerraram o terceiro trimestre com uma alta de quase 30%, impulsionados mais pelo receio de cortes na produção pela OPEP do que pela crescente demanda por energia pós-pandemia.

A recente instabilidade é resultado das crescentes preocupações com a economia global e o possível impacto do aumento dos rendimentos do dólar e dos títulos do Tesouro dos EUA na demanda internacional por petróleo, denominado em dólares americanos. Pode-se considerar como uma reação tardia, nesse sentido. A queda ocorreu apesar dos esforços da aliança de produtores de petróleo, a OPEP+, que tentou reequilibrar o mercado com uma visão otimista sobre a demanda durante sua reunião mensal.

Na reunião de quarta-feira, o cartel reafirmou o compromisso conjunto da Arábia Saudita e da Rússia de continuar retirando pelo menos 1,3 milhão de barris por dia da produção diária combinada dos dois países até o final do ano.

No entanto, a OPEP+ não mencionou a possibilidade de estender esses cortes até 2024, algo que o mercado começou a antecipar após as recentes ações da Arábia Saudita, indicando que poderia surpreender o mercado com mais restrições à produção. A situação piorou ainda mais com os rumores de que a produção global de petróleo pode continuar crescendo nos próximos meses, apesar dos esforços da OPEP para limitar a produção.

· 05:28 — O sexto minuto: a nossa ideia

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