Investimentos

Intelbras (INTB3): perspectiva de crescimento parece mais fraca no início de 2024

O início de ano morno de Intelbras se deve a efeitos pontuais de abastecimento, os quais não invalidam a tese de um 2024 volta à expansão.

Por Ruy Hungria

17 abr 2024, 17:03 - atualizado em 17 abr 2024, 17:03

Intelbras (INTB3)
Imagem: Divulgação/Intelbras

Recentemente, tivemos uma conversa com o time de Relações com Investidores da Intelbras (INTB3), em que trouxe uma perspectiva de crescimento mais fraco no início de 2024, mas manteve a visão de retomada gradual nos trimestres seguintes. O início de ano morno se deve a efeitos pontuais de abastecimento, os quais não invalidam a tese de um 2024 volta à expansão.

Projetamos um crescimento de receita ainda fraco no 1T24, em razão principalmente da vertical de Segurança, cuja fábrica teve uma quebra de abastecimento ao longo do trimestre. O suprimento já foi normalizado, mas acreditamos que a recuperação de receita será gradual nos trimestres seguintes, com normalização total no 2o semestre.

Ademais, Comunicação segue dependente das novas parcerias firmadas, que devem surtir efeitos mais visíveis no decorrer do ano – esse é o grande foco de expansão em 2024. Por fim, Energia vem como o destaque de recuperação já no início do ano, em razão do sortimento mais voltado a equipamentos chineses, mais baratos e, portanto, mais adequados ao cenário competitivo, com retomada de volume.

No consolidado, acreditamos que a receita deve começar o ano com um desempenho tímido, mas com volta à expansão no restante do período.

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Estimativa é de leve queda na margem queda, mas pode ganhar eficiência nas despesas

Em termos de rentabilidade, notamos que houve uma evolução positiva na margem bruta em 2023. Para 2024, projetamos uma leve queda, em função da estratégia de preços mais baixos em Segurança e da operação de menor margem de Comunicação. Esses fatores devem ser parcialmente compensados pelos custos mais baixos dos novos equipamentos de Energia, cuja margem deve melhorar.

A companhia pretende compensar a perda de margem bruta com mais ganhos de eficiência nas despesas, que já começam o ano em um patamar mais baixo após os ajustes do final do ano passado. Além do efeito de um ano cheio com os ajustes feitos, é possível observarmos mais ganhos de eficiência ao longo do ano. Com isso, é possível que a margem EBITDA fique estável no ano fechado, mesmo com a queda de margem bruta.

Balanço de Intelbras deve continuar saudável

A companhia deve continuar gerando caixa, de forma que seu balanço deve continuar saudável. A posição de caixa líquido ao final de 2023 era de R$ 389 milhões, e esperamos que a companhia continue caixa líquido ao longo de 2024, com um balanço saudável e crescimento de lucro líquido. No todo, a visão de expansão permanece, partindo de um valuation atrativo: INTB3 negocia a 10,5x seu lucro projetado para o ano.

O mercado tem sido notadamente “curto prazista”, atribuindo peso excessivo para os resultados de um único trimestre, muitas vezes ignorando a evolução das companhias em um horizonte apenas um pouco maior. Certo ou errado, o investidor precisará ter paciência com Intelbras, que ainda deve enfrentar desafios de curtíssimo prazo.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.

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